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O nome dela é Gal
e o nosso passou a ser
saudade,
vazio.
O país mais frio
sem ela.
A voz cristalina
e bela.
A fera,
o grito por direitos.
A exposição dos peitos
nos anos de ditadura.
A alma pura.
As coxas expostas,
nuas,
da menina atrevida.
As pernas à mostra,
na cadeira invertida
em entrevista desafiadora
e divertida,
da menina cheia de vida
e de voz,
que não queria deixar o Brasil.
A amiga do Caetano,
da Betânia,
do Milton,
do Gil,
do João
e de tanto mais gente.
O país sente
a perda de Gal,
a partida
de quem não queria partir.
E ficamos aqui,
sem voz,
mas com a voz de Gal,
potente,
desde tão menina,
cantando pra gente.
De repente.
É sempre de repente
que se parte da vida.
E a menina
atrevida
cumpriu sua sina...
E "você precisa saber da piscina,
da margarina, da Carolina, da gasolina...",
da Gal mulher,
da Gal menina...
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