sábado, 10 de agosto de 2024

Tragédia em Vinhedo

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Vejo sangue no ar,
vejo às residentes de oncologia deixarem  a saudade e lembranças de duas jovens médicas que partiram cedo demais.
Vejo um policial e  uma fisicultorista começarem a saga até o destino com uma bandeira dos Estados Unidos. 
Vejo um programador dedicado e elogiado por todos os colegas.
Vejo uma passageira jovem e feliz,  vejo uma comissária de bordo, apaixonada pela aviação e pela excelência em bem atender, encantar e ir além das expectativas.
Vejo um árbitro de judô gentil e cortês que tinha o respeito e admiração de todos que puderam conviver com ele.
Vejo um morador de Jacareí e um casal de idosos que morava em Guaratinguetá.
Vejo quatro empresários cearenses e um representante comercial que morava em Maceió. 
Vejo o comandante do avião palmeirense, excelente aviador.
Vejo uma professora da Universidade Federal do Paraná, vejo uma nutricionista que foi tirar um tempo  para pensar nas coisas boas e no seu objetivo.
Vejo uma advogada, vejo um homem movido por dois grandes amores.
Vejo pessoas que levavam uma flor.
Vejo mãos e pernas de pessoas arremessadas na explosão.
Vejo corpos irreconhecíveis identificados pelo Grande Reconhecedor.
Vejo sangue no ar, vejo chuva de sangue caindo nas nuvens batizadas pelo sangue de pessoa sonhadoras.
Vejo a  médica belíssima, no seu último atendimento mais rápida porque vem sem vida.
Vejo três pessoas caindo rápidas, enfunadas, como se dançassem ainda.
Vejo uma pessoa abraçada com o seu cônjuge  pensando ser o seu  paraquedas.
Vejo chuva de lágrimas e de sangue em Vinhedo, e há vinhádegos amargas por todos os lados. 


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