quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Quando se aprende a amar, o mundo passa a ser seu

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A liquidez das relações igualadas pelas mídias sociais está nos fazendo viver a fadiga da compaixão.
Não conseguimos mais nos relacionar com a humanidade apresentada no outro  apenas com seu personagem criado na net.
A sociedade do cancelamento mostra para nós que não somos mais capazes de tolerar o erro.
Nós não somos mais capazes de exercer misericórdia.
O erro deve ser prontamente erradicado,
e o errante imediatamente cancelado.
Nessa sociedade dos intolerantes não há espaço para reconciliação,
não há espaço para reconsideração,
não há espaço para o perdão.
Uma sociedade absolutamente hipócrita que está todo tempo acusando cisco no olho dos outros sendo incapaz de ver a trave em seus próprios olhos.
É a vivência completa da escassez da compaixão, da escassez da piedade,
da bondade, da Graça e do perdão.
A sociedade do cancelamento denuncia a intolerância que nada mais é do que o nosso vazio de humanidade.
A nossa falta de empatia para com o outro.
A nossa falha enquanto seres humanos.
Nossa incapacidade de lidar com a humanidade que é por si errante.
Somos cada vez mais algoritmos que potencializam e excluem comportamentos do que humanos que  nos sensibilizamos com a tragédia que é viver.
É preciso imediatamente aprender que a verdade do amor não alimenta outra chama que não seja a que consome a presunção, o egoísmo e a hipocrisia.
A verdade do amor deve ser maior que qualquer amor à verdade, assim como o poder do amor deve ser maior que o amor ao poder.

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