segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

A reforma no ensino médio

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Somos dominados pela cultura da performance.
O conteúdo está em alta, especialmente o de imediata aplicação.
O Enem tornou-se Vestibular e o ingresso em centros de excelência virou meta familiar,
pois todos ficam envolvidos emocionalmente no esforço dos jovens.
É fundamental que a criança e o adolescente dominem coisas como linguagem escrita, oral e habilidades matemáticas.
Pois serão úteis por toda vida.
Porém, há dois campos que fogem à aplicação imediata.
O primeiro é a educação das artes plásticas. Alfabetizamos para a leitura de textos e raramente educamos para a leitura de imagens.
Vivemos imersos num mundo visual e não nos adaptamos a isto.
O desafio do olhar é intenso e o jovem quase nunca tem habilidade e repertório para julgar este mundo de fotos e desenhos que flui pela rede.
Somos quase todos analfabetos visuais.
Levar uma criança,adolescente a um museu é algo muito importante e raro.
Entretanto deve-se preparar a experiência mostrando algumas obras que serão vistas.
Devemos dar informações lúdicas e práticas.
Deixe seu filho perceber a cor ou a espacialidade.
Ele deve ser livre para se expressar e não devemos julgar o parecer de imediato.
O olhar fica mais sensível e amplo.
É preciso usar todas as oportunidades inclusive como o selfie que ele tanto faz apresenta uma composição espacial. Introduza, aos poucos, a gramática de cada escola artística.
A educação pela arte é poderosa e pode mudar, para sempre, a vida de alguém.
O outro ponto é a música.
Todos os seres humanos deveriam ser expostos à linguagem musical desde cedo.
Crianças amam o ritmo de tambores para desespero de pais, e podem entrar logo no campo da melodia.
Caixinhas de música seduzem bebês. Alfabetizar em música é algo muito bom.
Em primeiro lugar, poucas coisas exigem áreas tão variadas do cérebro.
Tocar requer habilidade motora das mãos, matemática do compasso, sensibilidade e abstração interpretativa. Descobrir esse universo é algo que ilumina as sinapses e estabelece a comunicação entre os dois lados do cérebro.
Há uma outra vantagem na educação musical
Ao estudar piano, violão ou outro instrumento, despertamos um verdadeiro método. A criança começa com 15 minutos diários, depois meia hora e vai aumentando se ela mostra interesse.
É um sistema crescente de concentração.
Surge uma arquitetura gradativa que estimula a paciência.
Foco é um diferencial enorme nas relações profissionais e afetivas.
A música é para criar alma, não para tocar, obrigatoriamente, no Carnegie Hall ou no Vivo Rio.
Preciso estudar música para ser um bom ouvinte.
O jovem deve ser incentivado até o ponto em que ele possa se divertir com a música.
Todos ganham com esse aprendizado. Possibilitamos, com as artes, que o indivíduo viva sua sensibilidade, crie foco e amplie seu leque de interesses. Agora se você não quiser enfatizar isso porque seu filho não será músico ou pintor, deveria evitar que ele aprenda a ler, porque ele também não será escritor.
Interrompa a Educação Física, porque ele não competirá nas próximas Olimpíadas. Educação é para formar o ser humano completo, não para tornar cada atividade um projeto de carreira.
A carreira virá de forma natural, ela é efeito de uma causa anterior, a personalidade.
Livros, tabela periódica, fórmulas físicas, redação, processos históricos: tudo isso pode ser parte de um projeto. Desejei reforçar a arte e a música como linguagens específicas para um diferencial humano.
Pois essa séria a excelente reforma no ensino médio se realmente eles estivessem preocupados com o desenvolvimentos dos jovens.

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