quarta-feira, 2 de março de 2022

As injustiças desse mundo desigual

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As injustiças desse mundo desigual não são novidade.
O mundo dos latifundiários,
de pobres sem terra,
sendo aviltados de seus direitos,
de trabalhadores explorados e escravizados onde a extrema pobreza e a fome são cotidianas e contrastadas com o extremo luxo de poucos onde as mulheres são subjugadas silenciadas e as estruturas de poder hierarquizadas concentradas em pouquíssimas mãos também foi o mundo do tempo histórico de Jesus.
No tempo do nazareno cidadãos de bem se venderam ao imperialismo para salvar a economia de Israel.
O agravante é que esses também eram sacerdotes e líderes políticos.
Fizeram inúmeros conchavos corruptos com Roma,
Impuseram ao povo uma religiosidade cega, irracional, baseada, em rituais,sacrifícios e barganhas em troca de benefícios pessoais, ficaram ricos ao o explorar com dízimos a população.
Construíram Impérios em cima da miséria do povo.
Foi necessário a encarnação do Cristo para que utilizando parábolas, sermões, sinais extraordinários e palavras, nos ensinasse um jeito possível de ser gente e sociedade, uma forma de viver na qual ele tanto amava e que valia a pena morrer por ela.
O Reino de Deus, é o espaço da igualdade e justiça entre os seres humanos pelo qual Jesus entregou a vida.
Num tempo e numa cultura onde fazer esses ensinamentos causava conflitos, era subversivo e extremamente revolucionário. (certamente o chamaria de comunista.. marxista… diriam nossa bandeira jamais será vermelha e etc…)
Por isso o mataram com extrema violência e crueldade.
Defender igualdade num mundo profundamente desigual é ameaçar todas as estruturas de poder.
Jesus aprendeu com os profetas que havia esperança.
Não há nada mais libertador que um reino de iguais.
Que proporcionam benção a todos.
Os pobres deixam de ser pobres,
mas também os ricos deixam de ser ricos, perdoados estão do seu pecado.
O oprimido deixa de ser oprimido,
o opressor deixa de ser opressor.
No ano aceitável do senhor há um caminho de libertação para todos.

terça-feira, 1 de março de 2022

Não esqueçamos das outras guerras

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Antes e sobretudo deixo claro que sou a favor da autodeterminação dos povos, como bem diz a nossa Constituição Federal, logo, não apoio a invasão da Rússia à Ucrânia, também não apoio o que os EUA estão fazendo na Somália e muito menos apoio o que a Arábia Saudita está fazendo no Iêmen.
Entretanto, quero fazer uma leitura sobre algo que li e ouvi recentemente: impossível o presidente da Ucrânia ser neonazista, tendo em vista que ele é de origem judaica.
Ouvi, parei, refleti e na hora me lembrei dos nossos capitães do mato, daí fica muito claro que o fato de ser membro de uma determinada etnia, não é fator determinante para um posicionamento contrário ao opressor, sim, na Ucrânia existem milícias neonazistas ( Batalhão de Azov) apoiadas pelo governo e isso não é segredo.
Os russos estão certos em invadir a Ucrânia?.
Claro que não, mas o presidente ucraniano também não está certo em apoiar e se apoiar em um grupo que deliberadamente prega contra a existência dos russos e de todos não puros ( judeus em especial), de acordo com os critérios deles de pureza.
Todos e cada um de nós sabemos ou deveríamos saber o quanto o extremismo nazista fez o mundo sofrer.
Agora, por que retaliar somente a Rússia?.
Por que considerar apenas os russos como malvados?.
Não seria o momento de impor sanções aos americanos e aos sauditas?.
Ou será que o que eles estão fazendo na Somália e no Iêmen não contam como invasão e negação do direito a autodeterminação dos povos?.
Lamentavelmente a mídia oficial e os especialistas da internet só conseguem se preocupar com o que lhes convém, mas não se preocupam em dizer a verdade, narram tudo de modo deturpado.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

A nova ordem mundial

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É impossível saber exatamente todas as consequências geopolíticas, econômicas, políticas e financeiras que a invasão da Ucrânia pela Rússia trarã, mas temo que possamos estar vendo uma nova ordem mundial começando a ser construída.
Acho que o mundo vai rachar em dois grandes blocos.
Um liderado por EUA e Europa,
outro por China e Rússia.
Aos outros países restará escolher um dos lados.
Um mundo rachado será um mundo mais pobre.
A economia mundial não crescerá no ritmo que crescia até agora.
Conflitos bélicos entre dois países periféricos e outros entre um país periférico e uma potência militar como no caso entre Ucrânia e Rússia, serão mais comuns, particularmente na zona de influência russa e chinesa, pois estes países se sentem ameaçados por vizinhos pró-Ocidente Taiwan, Hong Kong, Coreia do Sul, Japão, países nórdicos e países do leste europeu.
É possível que chegue a haver uso de arsenal nuclear em algum destes conflitos.
Se acontecer, e mesmo se não chegar a acontecer, a grande pergunta é se isso pode levar a uma guerra direta entre as grandes potências nucleares.
Se acontecer, adeus humanidade.
Acho este último cenário mais improvável, mas infelizmente não impossível, como parecia até uma semana atrás.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Caixa de Pandora

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A invasão da Ucrânia pela Rússia talvez venha a se provar o evento mais transformador da ordem geopolítica global desde a Segunda Guerra Mundial, ou no mínimo, desde a Queda do Muro de Berlim;
maior até que o 11 de setembro.
Do ponto de vista de Putin e de grande parte da população russa, desde a queda do muro de Berlim,
o fim da União Soviética e o acordo nuclear da Rússia com os EUA,
a Europa Ocidental e os EUA vêm sistematicamente expandindo sua zona de influência em direção à Rússia, através da União Europeia e da OTAN. A possibilidade de que a Ucrânia entrasse para a OTAN e,
por consequência, que os EUA pudessem ter uma base militar lá representa para os russos,
nas palavras do próprio Putin,
o equivalente a como os americanos se sentiriam se a Rússia resolvesse montar uma base militar no México ou no Canadá, algo similar à Crise dos Mísseis, em 1962, com a possibilidade de implantação de mísseis soviéticos em Cuba.
Em 1994, Rússia, EUA, Ucrânia e Reino Unido assinaram o Memorando de Budapeste, garantindo que nenhuma das 3 nações usaria força contra a Ucrânia e todas elas respeitariam suas fronteiras.
Dois anos depois, em 1996,
a Ucrânia entregou suas armas nucleares.
A invasão da Ucrânia, sem reação militar dos EUA e da Europa, estimulará a Rússia a expandir suas fronteiras em direção a outras antigas repúblicas soviéticas e ao leste europeu.
Estes países, por sua vez, vão se convencer de que não podem contar com a proteção das potências ocidentais e que é melhor ceder aos russos ou ter sua própria proteção nuclear.
Para piorar, no conflito na Ucrânia,
a China já apoiou a Rússia e acusou os EUA de adotarem uma postura “imoral e irresponsável”.
Juntos, China e Rússia têm o maior arsenal nuclear e capacidade de cyber ataque, vindos da Rússia, e a força econômica, tecnológica e o maior exército do mundo, vindos da China.
Em resumo, abriu-se ontem uma Caixa de Pandora que poderá marcar o início de uma nova era de conflitos significativos entre as potências ocidentais e as potências totalitárias orientais, com enormes impactos geopolíticos, econômicos e financeiros. 

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Doar não dói

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O que não falta é oportunidade, facilidade e localidade por perto para fazer doações às vítimas de Petrópolis.
Há escolas, shoppings, supermercados, farmácias, bancos, empresas, associações, federações, postos do Detran, quartéis da PM, estádios de futebol, estações de trem, barcas e metrô.
Enel, Uerj, Alerj, Firjan, Águas do Rio, Drogarias Venâncio e Pacheco.
São urgentes roupas, calçados, colchonetes, lençóis, cobertores, água potável, material de higiene e limpeza, fraldas infantis e geriátricas, absorventes higiênicos, alimentos não-perecíveis, ração animal para cães e gatos.
Não dá para resumir aqui, em 1 minuto, o trabalho intenso e imenso que instituições e voluntários fazem por tanta gente sugada pela tragédia.
Todo mundo pode doar alguma coisa, várias coisas – coisas de primeiras necessidades, coisas materiais, coisas especiais.
Não se trata de doar só o que está sobrando ou o que não interessa mais.
Se trata de dividir, dividir mesmo aquilo que você tem pouco.
É isso que faz do ato de doar um ato de dignidade.
Vamos todos aproveitar essa onda de solidariedade das empresas e das instituições para doar, renovar e, sobretudo, merecer a saúde que temos de sobra e a bênção por estarmos na condição de ajudar.
Doar não dói.
É a indiferença de machuca.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Pessoa comum

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Vivemos dias de necessidades tão desnecessárias, de querer assumir imagens que não a nossa,
de ostentar o que não temos.
Em busca de aceitação, abandonamos a autenticidade e nos formatamos ao padrão social.
Padrão que só valoriza clientes e consumidores em potencial.
Quanto mais capacidade de consumo tenho, mais valorizado sou.
É cada buraco que a gente se mete, sem se dar conta,
por esse tal de consumo, desenfreado consumo.
Convivo com pessoas, endividadas, atoladas em seus cartões de crédito para poder viver como dublê de rico.
A gente se esquece que o necessário pra viver não se pode comprar.
Não tem preço.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Poema sobre a guerra eleitoral

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Dizem que, numa guerra,
a primeira vítima é a verdade.
Então, a segunda vítima só pode ser a economia.
Mesmo que não aconteça a invasão da Ucrânia pela Rússia,
a tensão entre os dois países já causou prejuízos em quase todo o mundo.
Como não poderia ser diferente,
o medo do primeiro tiro ou do primeiro míssel, vem causando perdas e danos nos mercados de ações, de câmbio e de commodities.
O preço do petróleo continua avançando em direção à fronteira dos 100 dólares; fechou ontem a 96 dólares.
As bolsas abriram a semana em queda na Ásia, na Europa e nos Estados Unidos.
No Brasil, as ações abriram a semana andando de lado, subindo apenas 0,29 por cento, mas já acumulando alta superior a 8 por cento este ano.
O dólar acumula queda em torno de 6 por cento no ano.
São duas boas notícias, especialmente porque se trata de fluxo estrangeiro, entrada de dinheiro novo.
Investidores estão fugindo dos confrontos e bombardeios,
ao mesmo tempo em que estão buscando os nossos juros altos.
É um bom momento para a economia brasileira, mas ainda frágil diante da iminência de uma guerra seja uma guerra geopolítica lá fora,
seja uma guerra eleitoral aqui dentro.
No pior ou no melhor dos mundos, hoje as maiores incertezas e os maiores inimigos do Brasil são os gastos, os endividamentos,
os descontroles fiscais e as pressões inflacionárias.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Poema sobre Petrópolis

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Eu sei que não podemos controlar as chuvas.
Mas podemos desmatar menos.
Não podemos controlar as forças dos ventos, as tempestades.
Mas o poder público pode controlar e coibir construções nas encostas.
Eu fui uma criança, adolescente e na minha forma infantosa de ver o mundo, eu não concebia enchente em Petrópolis.
Achava que a cidade enchendo, o aguaceiro desceria serra abaixo e alagaria Raiz da Serra (Vila Inhomirim) e Xerém.
Quando vi aquele rio emparedado cruzando o centro da cidade, tive certeza da minha teoria.
As águas cairiam ali e desceriam.
Estaríamos perdidos lá embaixo,
mas Petrópolis seguiria de boas.
Precisei crescer para entender que não é bem assim.
Petrópolis cresceu, como tantas outras cidades brasileiras, de forma desordenada e perigosa.
O senhor Rubens Bontempo, que governa a cidade atualmente, já esteve à frente do governo local diversas outras vezes: de 2001 a 2008, de 2011 a 2013 e agora de novo.
Agora aparece choroso, falando em soluções, em prevenções.
Poderia ter evitado boa parte da tragédia de ontem.
Conheço bem o Alto da Serra.
É o bairro de chegada de quem vem de Piabetá/Fragoso/Vila Inhomirim.
Não tenho provas, mas tenho muita convicção de que vereadores da cidade estão envolvidos em facilitações para construções em encostas.
Na Serra Velha encontramos uma construção nova em  área de preservação.
Há casas em que se o indivíduo distraído, abrir a porta de trás, despenca lá em Magé.
O próprio sr. Bontempo deve ter feito vistas grossas para muitas construções irregulares.
Agora vai para a TV falar em falta de condições federais  para que as pessoas tenham  moradias dignas. Que descoberta do sr. prefeito de Petrópolis.
Mas isso não o isenta de permitir construções em locais inadequados ou de deixar o canal que corta a cidade assoreado.
Isso não isenta o atual prefeito de sempre de culpa.
Eu nem sei se o seu Bontempo mora na cidade.
Tem prefeito da Baixada que mora na Barra.
É claro que poucas cidades brasileiras estão prontas para todo aquele volume de chuva em tão pouco tempo.
É claro que as vítimas nunca podem ser culpadas.
Mas existe uma boa parcela de crime em Petrópolis, por ação e por omissão de governos e parlamentares.
Isso sem falar na elite petropolitana  do atraso que odeia os pobres e pretos que encheram a cidade nas últimas décadas.
Para resolver esse "problema", até elegeram o deputado quebrador de placas de Marielle.
Agora, a desgraceira atinge a classe média, a elite e principalmente os mais empobrecidos que foram construindo onde havia uma brecha entre morros e pedras que nitidamente poderiam deslizar a qualquer momento, com anuência da prefeitura.
O custo para recuperar a cidade serão infinitamente mais altos que os custos de uma prevenção que não foi feita.
A questão é que obras preventivas exigem licitação.
Obras emergenciais não precisam.
Empresas podem ser contratadas a qualquer preço nessas emergências.
E se a empresa é do amigo, da família, por que prevenir, correndo o risco de perder a licitação se ela não for de cartinhas marcadinhas?.
Estou sentindo dores de Petrópolis.
Muitas.
Mas também estou com raiva de Bontempos e Mautempos que governam a cidade há anos com pouca preocupação ambiental e preventiva; com raiva da elite raivosa que elege deputado truculento antipovo, antipobre, antipreto.
Por hora,
a dor,
o luto,
o acolhimento.
As tempestades acontecem mesmo.
Mas quando são alimentadas pelo poder público, elas se agravam.
As casas da elite raramente são atingidas.
Os pobres precisam entender que só têm uns aos outros.
As casas dos ricos são sempre  muito bem estruturadas, mesmo aquelas construídas em áreas de preservação que oferecem algum risco.
Tem estudos, arquitetos, engenheiros.
As casas dos pobres são projetadas por eles próprios e o único profissional contratado é um pedreiro.
Tempestades não respeitam classe social.
Todos perdem.
Uns poucos ganham.
Mas somente os empobrecidos perdem TUDO.
O presidente não poderá sobrevoar a cidade.
Está ocupado negociando venenos com os comunistas russos,
enquanto apoiadores pensa que foi negociar a paz mundial.
Sinto dores de Petrópolis e dores de Brasil.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Poema sobre a desculpa e o perdão

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Não confunda perdão com desculpa.
Desculpar é remover de cima do ombro do outro a culpa,
presumindo que não teve a intenção de nos magoar, ofender ou prejudicar.
Perdoar exige a admissão da culpa.
Quem errou conosco,
sabia que nos magoaria e mesmo assim decidiu correr o risco de nos perder.
Desculpar é relevar, deixar pra lá, fazer vista grossa.
Perdoar é arcar com o prejuízo,
sem exigir reparação. 
A desculpa visa possibilitar a convivência.
O perdão visa viabilizar a existência, negando-se a sabota-la propositadamente.
A desculpa repousa sobre a presunção da inocência.
O perdão é elaborado tomando como ponto de partida o dolo ou a ignorância.
Em vez de desculpar-se, peça perdão.
Em vez de desculpar o outro, simplesmente, perdoe-o.
Não rasure o que foi mal escrito.
Apague.

domingo, 13 de fevereiro de 2022

Cobras e lagartos

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O cristianismo é um subproduto do movimento iniciado por Jesus de Nazaré e seus apóstolos.
Não podemos condená-los por aquilo em que a mensagem se tornou três séculos depois, quando o império romano se apropriou da mesma, tornando o movimento em sua religião oficial.
Jesus pregava o amor ao próximo e aos inimigos.
O cristianismo promoveu cruzadas, inquisições, caça às bruxas, etc.
A comunidade cristã original tinha tudo em comum.
O cristianismo criou a teologia da prosperidade, estimulando o acúmulo de bens em vez da partilha.
Os cristãos primitivos acolhiam a todos igualmente.
O cristianismo criou o Apartheid, segregando negros em sua própria nação.
A mensagem subversiva do evangelho oferecia liberdade e igualdade indistintamente.
O cristianismo endossou a escravidão.
Jesus valorizou as mulheres,
o cristianismo preferiu perpetuar o patriarcado. 
Para não ser injusto, devo admitir que não haja um único cristianismo,
e sim, cristianismos.
Sempre houve um remanescente fiel aos ensinos do mestre.
Gente como Martin Luther King, Bonhoeffer, e outros.
Mas também sempre houve gente indigesta que deturpou a mensagem de Cristo para encaixar-se em seus interesses mesquinhos.
Por isso, não faria o menor sentido criminalizar o cristianismo. 
E quanto ao comunismo?.
Deveria ser criminalizado tanto quanto o nazismo?.
Quem se deu ao trabalho de ler os teóricos comunistas, certamente perceberá que há diversos pontos em comum com a proposta original de Jesus.
Mas assim como não há somente um cristianismo, também não há somente um comunismo.
Pode-se dizer, por exemplo, que a comunidade cristã original era, em essência, comunista, visto que "ninguém dizia que coisa alguma era sua, mas tinham tudo em comum." Pelo menos, este é o testemunho encontrado no livro dos Atos dos Apóstolos. 
"E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns." Atos 4:32
"Todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum.
E vendiam suas propriedades e bens e os repartiam por todos, segundo a necessidade de cada um." Atos 2:44,45
A experiência comunitária da igreja cristã primitiva parece encontrar eco na máxima popularizada por Karl Marx: "De cada qual, segundo sua capacidade; a cada qual, segundo suas necessidades."
Para quem nutre grande admiração por Israel, saiba que um dos experimentos comunistas mais bem sucedidos da história são os kibutz. Trata-se de uma forma de coletividade comunitária israelita.
Apesar de existirem empresas comunais em outros países, em nenhum outro as comunidades coletivas voluntárias desempenham papel tão importante como o dos kibutz em Israel, onde tiveram função essencial na criação do Estado judeu.
O problema do comunismo foi as desastrosas tentativas de sua implantação.
Algo análogo à tentativa do império romano de impor a fé cristã ao mundo na ponta da espada. Uma coisa é compartilhar seus bens movido por uma consciência social encharcada de amor; outra completamente diferente é fazê-lo por imposição de um Estado opressor. 
A propósito, o comunismo em sua essência preconiza o fim do Estado. Portanto, querer implantá-lo a partir da força coerciva do Estado é uma contradição. 
Jamais houve, de fato, um país comunista.
Por mais que tenham sido ou ainda sejam administrados por um partido comunista, isso não significa que aquela sociedade tenha aderido à utopia comunista.
A China, por exemplo, pratica um tipo de capitalismo de Estado. 
Se Cristo nada tem a ver com Constantino, nem como o neo-pentecostalismo e sua teologia de domínio, Karl Marx nada tem a ver com Lenin, Stalin,  Mao Tsé-Tung,  Kim Jong-un ou qualquer outro ditador ou regime. 
Portanto, se não se deve criminalizar o cristianismo, também não se deve criminalizar o comunismo, visto ser uma utopia que visa romper com a opressão do capital e combater as injustiças sociais. 
Já o nazismo são outros quinhentos.
Não existem nazismos.
Não há nazismo do bem.
O nazismo segue sendo o mesmo desde sua origem e ascensão.
Sua ideologia defende a supremacia de uma etnia sobre as demais.
E não apenas isso, mas também o extermínio de grupos humanos como judeus, ciganos, homossexuais e deficientes físicos.
Não se fala de justiça social, igualdade de direitos, dignidade humana, e sim de nacionalismo cego e supremacia da raça ariana. Nazistas são eugenistas.
O problema não está apenas em sua aplicação, mas na ideologia em si, fomentadora do ódio e da discriminação.
Por essas e outras que o nazismo é criminalizado na maioria dos países.
Ninguém quer ver a reedição do que Hitler tentou impor ao mundo. 
Quero deixar claro que não sou comunista, tanto quanto Deus não é cristão.
Prefiro identificar-me como um seguidor de Jesus buscando discernir os tempos, adequando-me àquilo que faça jus aos Seus ensinamentos.
Como disse Paulo, examinando tudo, mas retendo o que é bom.
No comunismo, deparei-me com a utopia.
No nazismo só encontrei pesadelo.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Poema sobre a autocomiseração

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De repente passamos a levantar as dores que sofremos,
os lutos que vivemos como bandeiras.
Exibimos nossas feridas como troféus, passamos a levar a vida exibindo o título honoris causa de Maior vítima do mundo.
Preferimos ficar com a dor, com a ferida, ruminando a maldade que nos acometeu do que pensar em uma nova possibilidade que a vida nos dá toda manhã.
Quando a autocomiseração ataca já não tem mais jeito.
É fatal.
Acabou ali a vida,
o sorriso,
a leveza a alegria.
Passa a se viver uma vida amarga, irritadiça,
reclamona,
resmungona.
Sem vontade de novas aventuras,
de novas descobertas,
em razão das dores passadas.
Daí já se parou de viver faz é tempo.
É claro que as pancadas que levamos dos outros e da vida, nos marcam, criam feridas.
Mas pra isso a melhor indicação é o perdão.
Sem ele é impossível viver após um trauma
O perdão é o remédio mais eficaz contra a amargura da vida.
Ele interrompe de imediato o ciclo negativo do mal e da maldade,
alivia na hora a ação da tristeza.
É uma a ação boa após uma ação ruim.
O perdão não ter nada a ver com o ofensor, nem adianta esperar quem te ofendeu vir te ajudar a libertar da mágoa, porque ninguém virá.
O perdão é o processo de cura de quem se ofendeu.
É um gesto unilateral que recusa a dar voz a vingança e crê que por detrás daquele que feriu há ainda um ser humano, vulnerável, mas capaz de mudar.
Perdoar é crer na possibilidade de transformação, a começar pela minha.
O Perdão te coloca outra vez em paz com a humanidade, com a família e retira qualquer crédito que você poderia ter para cobrar da vida ou de alguém.
Justamente quando as pessoas acham que estão cheias de créditos a serem cobrados que a autocomiseração vem e se instala.
Passamos a ser infelizes oprimindo a todos com nosso vitimismo, amargor, e infelicidade porque achamos que a vida nos deve algo.
Mas eu te garanto ninguém é credor da vida em nada.
Da vida o que se resta é viver!.

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