quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Poema sobre a autocomiseração

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De repente passamos a levantar as dores que sofremos,
os lutos que vivemos como bandeiras.
Exibimos nossas feridas como troféus, passamos a levar a vida exibindo o título honoris causa de Maior vítima do mundo.
Preferimos ficar com a dor, com a ferida, ruminando a maldade que nos acometeu do que pensar em uma nova possibilidade que a vida nos dá toda manhã.
Quando a autocomiseração ataca já não tem mais jeito.
É fatal.
Acabou ali a vida,
o sorriso,
a leveza a alegria.
Passa a se viver uma vida amarga, irritadiça,
reclamona,
resmungona.
Sem vontade de novas aventuras,
de novas descobertas,
em razão das dores passadas.
Daí já se parou de viver faz é tempo.
É claro que as pancadas que levamos dos outros e da vida, nos marcam, criam feridas.
Mas pra isso a melhor indicação é o perdão.
Sem ele é impossível viver após um trauma
O perdão é o remédio mais eficaz contra a amargura da vida.
Ele interrompe de imediato o ciclo negativo do mal e da maldade,
alivia na hora a ação da tristeza.
É uma a ação boa após uma ação ruim.
O perdão não ter nada a ver com o ofensor, nem adianta esperar quem te ofendeu vir te ajudar a libertar da mágoa, porque ninguém virá.
O perdão é o processo de cura de quem se ofendeu.
É um gesto unilateral que recusa a dar voz a vingança e crê que por detrás daquele que feriu há ainda um ser humano, vulnerável, mas capaz de mudar.
Perdoar é crer na possibilidade de transformação, a começar pela minha.
O Perdão te coloca outra vez em paz com a humanidade, com a família e retira qualquer crédito que você poderia ter para cobrar da vida ou de alguém.
Justamente quando as pessoas acham que estão cheias de créditos a serem cobrados que a autocomiseração vem e se instala.
Passamos a ser infelizes oprimindo a todos com nosso vitimismo, amargor, e infelicidade porque achamos que a vida nos deve algo.
Mas eu te garanto ninguém é credor da vida em nada.
Da vida o que se resta é viver!.

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