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Depois de dois anos no comando do país, o que se quer ver e ouvir de um presidente da República são os primeiros sinais, indícios ou resultados de melhora, e não uma confissão de fracasso,
que responsabiliza quem não governa.
O que se espera de um líder não é a impressão de que foi vencido pelos desafios e que jogou a toalha no meio do caminho.
O que se espera de um líder é a coragem para enfrentar os desafios e trilhar o caminho até o fim,
sem forjar culpados ou desculpas inaceitáveis.
Daqui pra frente, aos olhos dos investidores nacionais e internacionais,
o Brasil de Bolsonaro é um país sem crédito e sem crediblidade,
com um laudo de incapacidade e de incompetência assinado pelo próprio presidente da República.
Daí como confiar num governo que diz que não consegue governar?.
Como convencer o mundo de que ninguém vai perder dinheiro se apostar no Brasil?.
Como atrair recursos se a maior autoridade admite em alto e bom som suas limitações para agir?.
Pior é que nem dá mais para atribuir os estragos à pandemia porque,
se ela é uma gripezinha, não pode ter força para tornar caóticas as contas públicas e desesperador o desemprego em mais de 14 milhões de famílias.
A rigor, ou em tese, Bolsonaro passou um recibo de despreparo e de desqualificação para um segundo mandato.
Nesse caso, só uma oposição muito incompetente será incapaz de capitalizar o suicídio político de um presidente que confessa que “o Brasil está quebrado” e que “não pode fazer nada”.
Enfim, Bolsonaro deu um tiro de canhão no pé,
não um tiro de canhão no próprio pé, mas, sim, um tiro de canhão no pé do eleitorado que, em 2018, votou no rugido de um leão selvagem.
Obviamente, esse eleitorado não esperava estar ouvindo hoje o miado de um gatinho assustado.
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