terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

A vacina contra a estupidez

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Mais de 100 milhões de pessoas já foram vacinadas em todo o mundo.
No ranking das doses aplicadas, proporcionais ao tamanho da população, o Brasil está atrás de 15 países, coladinho na zona de rebaixamento.
Ou seja, estamos sempre abaixo de país subdesenvolvidos.
Estamos sempre abaixo até no ranking da vacinação.
No entanto, estamos vendo idosos,
cheios de alegria,
emoção e esperança,
correndo para se vacinar,
em busca da proteção a que eles têm direito.
Felizmente, a maioria absoluta das pessoas continua entendendo que a vacinação é tão inevitável como a lei da gravidade e a rotação ou a translação da Terra que é redonda.
Até agora não há registro que de que alguém tenha morrido por causa da vacina.
Ninguém sofreu mutação do DNA, ninguém contraiu HIV,
ninguém morreu – pelo contrário.
Nós sabemos que toda vacina causa alguma reação ou desconfortos.
O corpo às vezes dispara vermelhidão e inchaço no local da aplicação, tontura e até febre.
Em casos muito raros, certos imunizantes desencadeiam efeitos colaterais graves.
Nós sabemos que boa parte dos insumos ou matéria-prima vem da China.
Ou seja, o Antígeno, o Solvente e os Adjuvantes, são todos importados pelo Brasil.
Centenas de chefes de governo e de estado,
em várias nações,
também já se vacinaram para servir de exemplo.
Isso é bom porque sem exemplo,
sem modelo,
sem referência e sem liderança,
o que predomina é a ignorância sobre o conhecimento,
o que prevalece é a insanidade sobre a razão.
Não se brinca com a ciência e com o futuro,
a pretexto de viralizar mentiras.
Mentiras que matam,
mentiras que bastam.
Como eu sempre digo,
a verdade tem vida própria,
a verdade tem a cura da estupidez.
E, eu estou esperando a vacina contra a estupidez do negacionismo.

domingo, 7 de fevereiro de 2021

Poema sobre o controle remoto

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Um leve pensamento recebo com uma certa frequência vídeos e fotos que contestam uma das grandes emissoras de TV do país,
as pessoas se indignam com as tendências que as novelas trazem, consideram uma desconstrução dos paradigmas sociais sobre os quais a sociedade está fundada.
O  problema de todo este questionamento é o fato dos questionadores ainda darem a esta emissora tudo que ela precisa,
ou seja, IBOPE.
Pensem comigo.
Se ao invés de ficarem vendo as programações e buscando o que criticar, as pessoas simplesmente pararem de assistir,
sim as emissoras precisam da sua audiência para poderem vender os seus horários comerciais,
se você e eu impedir a realização ou o desenvolvimento de algo isso causará impacto direto nas finanças deles. Desligue sua TV ou simplesmente troque de canal,
mas se ficar tirando print, fazendo vídeos, você só estará alimentando o sistema, pois compartilhamentos de Facebook e Whatsapp também geram lucro para aqueles que você supostamente acha que combate.
Sejamos coerentes, tens o direito de se indignar, mas você tem o controle na mão, use-o, antes que o controle remoto
distancie você no espaço; chamado: VIDA.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Esperança S/A

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Luta contra o racismo, defesa da democracia,
combate ao desmatamento,
preservação das florestas e do meio ambiente em geral.
São temas que, cada vez mais,
detêm a atenção e o interesse de bancos e empresas nacionais,
internacionais ou multinacionais.
Grupos poderosos em busca de soluções amigáveis,
responsáveis e sustentáveis para questões socialmente sensíveis.
Finalmente, racismo, democracia e desmatamento são agora assuntos estratégicos;
assuntos pautados por questões de marketing,
oportunidade e sobrevivência do negócio ou do mercado principalmente do ponto de vista de ganhos de imagem e de custos financeiros.
Mas, cabe admitir, são assuntos motivados também por questões de humanidade e sustentabilidade.
O peso de cada uma das questões de mercado é menos importante do que o peso de todas as corporações decididas a se envolver nas questões de cidadania, dignidade e respeito à vida.
Tudo isso é bom porque, mais do que nunca,
o Brasil e o mundo precisam de pessoas que se interessam por pessoas;
pessoas que se interessam pelos problemas dos outros, pelos sofrimentos dos outros.
E não de pessoas, físicas ou jurídicas, que só se interessam pelos seus próprios interesses.
Foi nesse contexto que o Itaú,
o Bradesco e o Santander formaram o Conselho Consultivo da Amazônia.
A iniciativa contou com o empenho pessoal e profissional dos presidente dos bancos, Cândido Bracher, Octavio de Lazari e Sergio Rial.
Com esse empenho, a sinalização que eles dão é de ações profundas,
capazes de envolver todas as áreas e expertises das instituições que comandam.
Não há como duvidar das intenções de grupos financeiros ou econômicos, quando seus principais executivos propõem as agendas, assumem as metas e dão as caras.
Trata-se de coibir o desmatamento, tirando crédito de fazendas, produtores ou frigoríficos envolvidos.
Preservar a Amazônia, como diferencial competitivo de qualidade de vida e, claro, vantagem de negócios.
Desencorajar iniciativas, que vêm atrapalhando o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia.
Enfim, em geral, defender o meio ambiente, do ponto de vista do comportamento ou do compromisso ético.
A ideia central, de acordo com os três banqueiros, é cortar o crédito de quem promove irregularidades indiscriminadas. E, ao mesmo tempo, estimular o crédito das cadeias produtivas da bioeconomia.
Bracher, do Itaú; Lazari, do Bradesco; e Rial, do Santander, entendem que o sistema financeiro está no que eles chamam de "epicentro” dessas cadeias bioeconômicas.
De fato, não há mais espaço para empresas ambientalmente insustentáveis e socialmente irresponsáveis.
Não por acaso, em outros segmentos econômicos, esses também são os desafios que inspiram os movimentos Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) e Stop Hate for Profit (Parem de Lucrar com o Ódio).
Nesses casos, as mensagens das duas campanhas convergem para o entendimento de que “não há lugar para o ódio e o racismo no mundo e nas mídias sociais”.
O movimento “Parem de Lucrar com o Ódio” descobriu o melhor caminho para desencorajar os conteúdos racistas, violentos e antidemocráticos disseminados pelas redes sociais.
E incentivou grandes companhias globais a suspender seus anúncios nessas plataformas.
Mereceram aplausos as adesões de gigantes como Microsoft, Coca-Cola, Pepsi, Starbucks, Hershey, Unilever, Levi’s, Ford, Honda, Wolkswagen, Adidas, Puma e muitas outras.
Logo no primeiro momento, em meados deste ano, empresas ou marcas suspenderam suas publicidades nesses canais digitais.
Mostraram que é possível somar forças e unir diferenças contra ameaças discriminatórias e riscos autoritários.
Já o movimento “Vidas Negras Importam”, mais específico contra o racismo, veio nos lembrar que…
A ninguém é dado o poder de decidir quem deve viver e quem deve morrer… com base na cor da pele, dos olhos,
dos cabelos, enfim, dos códigos genéticos;
também a ninguém é dado o poder de sufocar a vida e os sonhos de ninguém… com base na etnia, na língua, na origem, na história ou na geografia.
Não basta mais gritar que “vidas negras importam”.
Empresas começam provar que “vidas negras importam também” no RH,
nos processos seletivos,
nas carreiras profissionais,
nos cargos de chefia.
E antes, ainda, nas salas de aula, nas artes,
no teatro,
no cinema,
na cultura e na ciência em geral.
Tudo isso sem que se trate de exceções, superações ou sobreviventes.
A Esperança Sociedade Anônima, a Esperança S/A, tende a ser uma empresa muito melhor para se trabalhar e para se viver,
com lucros e ganhos para toda a humanidade!.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Poema sobre o abismo político

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Era para ser uma sessão solene de abertura dos trabalhos legislativos.
Mas o Congresso virou arquibancada com torcedores gritando “mito”, “fascista” e “genocida”.
Todos os elogios eram para o presidente.
Nesse clima de rivalidade esportiva e vulgaridade política,
o que me chamou a atenção foi o discurso do presidente do Senado, a quem cabe também presidir o Congresso.
Pacheco pediu moderação, conciliação e racionalidade, que é o que importa, interessa, precisamos e merecemos.
O senador disse que aprendeu a fazer política em Minas Gerais,
onde, segundo ele, se busca sempre pacificação e equilíbrio.
Para Pacheco, a política não deve ser capturada por radicalismos.
Ele entende que devemos superar os extremismos, nas palavras dele, “de um lado ou de outro”.
Acima de tudo, o senador disse que está discutindo com os parlamentares e a equipe econômica a possibilidade de prorrogação do auxílio emergencial,
mas sem afetar o equilíbrio fiscal.
Foi um pronunciamento meramente protocolar e previsível,
mas bem-vindo, já que chegamos ao ponto em que a mesmice,
a normalidade,
é exatamente o que o país necessita.
Precisamos de um auxílio,
não só emergencial,
como também eleitoral.
Isso porque ninguém aguenta mais tamanha miséria,
tanto a da extrema direita e quanto a da extrema esquerda.
Afinal, é nos extremos que se encontra o abismo.
E quanto mais você olha pro abismo,
uma hora o abismo olha pra você.

Poema sobre o circo no congresso

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Brasília fica longe do Brasil,
mas quem conhece a capital do toma-lá-dá-cá sabe que de perto a coisa é ainda mais feia.
Por isso, a ideia de que o Centrão vai apenas cobrar a fatura do presidente Bolsonaro pelas vitórias na Câmara e no Senado é uma ideia ingênua e otimista.
Na verdade, não se trata de o presidente pagar um preço alto pelo apoio do Centrão;
na prática, se trata agora de o Centrão passar a governar conforme seus instintos mais primitivos.
Todos sabem que o centrão refere-se a um conjunto de partidos políticos que não possuem uma orientação ideológica específica e tem como objetivo assegurar uma proximidade ao poder executivo de modo que este lhes garanta vantagens e lhes permita distribuir privilégios por meio de redes clientelistas.
Isso coloca Bolsonaro na mesma galeria de dependência política onde já estiveram reféns os ex-presidentes Lula, Dilma e Temer.
A diferença é que nunca antes o Centrão chegou ao protagonismo das duas Casas com tamanho poder executivo.
Essa situação põe em xeque a agenda do ministro da Economia, Paulo Guedes, que luta contra moinhos,
contra gastos,
contra o fim do teto,
contra o auxílio emergencial a qualquer custo e contra todos os que são contra as privatizações.
Imaginar o Centrão cedendo ao setor privado centenas de cargos e milhões em verbas da Eletrobrás é o mesmo que imaginar a raposa abrindo a porta do galinheiro, não para comer as galinhas, mas para dar a elas fuga e liberdade.
Resta saber como ficará a situação dos militares, subordinados ao vale-tudo político do Baixo Clero,
que agora ocupa os tronos do Congresso.
Como vão reagir os generais governistas quando perceberem que também já não governam mais?.
Ou quanto desaforo as Forças Armadas estarão dispostas a engolir do Centrão?.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Poema sobre a velha política

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Independente de quem ganhou as votações para as presidências da Câmara e do Senado,
já se pode afirmar quem perdeu.
Quem perdeu foram os eleitores que acreditaram que estavam, em 2018, elegendo novos deputados e novos senadores,
para uma nova política,
para um novo Congresso.
Ficou escancarado que o que prevaleceu foi a velha política do toma-lá-dá-cá,
a velha política do é-dando-que-se-recebe.
Mas isso, diferente do que se pensa,
não deve desencorajar os eleitores; pelo contrário, deve sim encorajá-los a tomar de volta os seus votos nas próximas eleições.
A única dor que um deputado ou um senador sente é a dor de não se reeleger,
a dor de perder o mandato e as mordomias.
E essa dor só nós, os eleitores, podemos fazê-los sofrer.
Se todos entendessem e aprendessem que não se deve votar num político mais de uma vez,
a vida parlamentar deixaria de ser uma carreira de parasitas em busca de privilégios.
Mas, por favor, isso sem querer generalizar e condenar todo mundo lá, óbvio que não.
Não há dúvida de que existem deputados e senadores decentes e bem intencionados,
que não estão na política apenas para acumular cargos públicos e tirar vantagens dos cofres públicos. No entanto, mesmo esses não deveriam ganhar o direito de ir além dos 10 anos como parlamentares.
Enfim, nem todos os políticos são corruptos,
só os normais; assim como nem todos os eleitores são inocentes, só os cínicos.

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Poema sobre o rádio

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O ministro das Comunicações está prometendo mais do que música para os ouvintes de rádio.
Por questões de acesso, facilidade e funcionalidade, todos os celulares do país tenham rádio FM.
Ele está propondo que os aparelhos móveis já venham com os dials instalados, sem precisar usar WiFi,
gastar plano de dados ou baixar aplicativos em lojas virtuais.
Ou seja, com capacidade de sintonia de fábrica, sem necessidade de conexão à internet.
Já existe um projeto na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania onde tramita em caráter conclusivo sem precisar passar por plenário.
De fato, não faz sentido o celular ter câmera fotográfica e relógio, e não ter rádio.
Essa será uma grande novidade para milhões de brasileiros.
Além de companheirismo, o rádio oferece o alcance da capilaridade,
da credibilidade e da velocidade.
Na Segunda Guerra Mundial, por exemplo, era a mais rápida fonte de informação confiável nos quatro cantos do planeta.
O rádio era o único aliado ou veículo de massa com que se podia contar para se saber o que se passava no front quase em tempo real.
Ainda hoje, principalmente no front da nossa cidade,
o rádio continua preservando esse valor de serviço, utilidade e trincheira de notícias.
O rádio nasceu graças à curiosidade tecnológica de gênios inventores,
como o brasileiro Landell de Moura,
o americano William Dubilier e o italiano Guglielmo Marconi.
Desinventaram o rádio depois do cinema, da televisão,
da internet e de outros tantos oráculos da extinção.
Mas, graças ao amor do público,
à amizade da audiência,
o rádio insiste em continuar vivo, vigoroso e verdadeiro.
E essa é outra façanha e glória, a despeito de todas as previsões em contrário,
o rádio nunca morre.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Poema sobre a pró-democrática

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A democracia é o único regime capaz de tolerar políticos desonestos e corruptos, e ainda demonstrar o vigor inabalável que se viu na cerimônia de posse do presidente dos EUA.
Biden assumiu disposto a defender a verdade,
derrotar a mentira e devolver ao cargo a dignidade e a estatura roubadas.
É animador porque ninguém aguenta mais essa coisa de só falar mal da imprensa,
do Supremo,
do Congresso e das instituições em geral.
Isso é marca registrada de políticos interessados apenas em disfarçar sua incompetência e operar na impunidade.
Na longa Noite dos Cristais, de 2017 a 2020,
a Casa Branca serviu de abrigo e foi palco para discursos de ódio, negação, desrespeito e discriminações.
Uma agenda inspirada em Hitler, Stálin, Mussolini,
e o que mais há de pior nas sarjetas do passado.
Todos signatários da mesma banalidade do mal que tenta desmoralizar as instituições e promover seus terrorismos de estado sem ter que prestar contas a ninguém.
A História se repete como farsa.
Mas isso só acontece quando nós aceitamos ser cúmplices da farsa para virar de novo vítimas da História.
Se vem um mundo melhor, ninguém sabe, e isso já equivale a uma poderosa vacinação antirrábica e pró-democrática.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Poema sobre a vacina

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, fez mais do que aprovar a CoronaVac do Instituto Butantan e a AstraZeneca da Fiocruz.
Além de aprová-las por unanimidade, os diretores da Anvisa declararam em alto e bom som que não contamos com alternativa terapêutica disponível para prevenir ou tratar a doença causada pelo coronavírus.
Também se manifestaram sobre a situação de Manaus, convencidos de que a tragédia humana lá é a expressão mais triste e revoltante da falha objetiva do estado em todos os níveis.
Com críticas diretas e indiretas à atuação do governo federal, a Anvisa aproveitou a transmissão da reunião para resgatar o selo de isenção, autonomia e independência técnica.
Os diretores também fizeram apelos para que a população confie nas vacinas, destacando a eficácia, a qualidade e a segurança tanto da CoronaVac quanto da AstraZeneca,
que foram analisadas de forma minuciosa.
Pelo clima de euforia e comemoração nas redes sociais,
que são a instância digital da opinião pública, cabe agora ao Ministério da Saúde correr atrás e acelerar o Programa Nacional de Imunização.
Como se viu, o Dia D sofreu uma mutação e virou o Dia C da Ciência, com uma variante para o Dia V da Vida.
Enfim, temos vacina!.
Afinal, não temos remédio!.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Poema sobre a saída da Ford no Brasil

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A Ford decidiu sair do Brasil.
Mas vai manter as operações na Argentina, no Uruguai e outros países vizinhos.
A companhia americana deve fechar aqui uns 5 mil postos de trabalho.
Um dos motivos da decisão da Ford de ir embora é o custo-Brasil.
Melhorar o custo-Brasil é fundamental para melhorar o ambiente de negócios e vice-versa.
No entanto, não basta só melhorar o ambiente de negócios.
É preciso melhorar também o ambiente político,
o ambiente jurídico,
o ambiente democrático e o ambiente institucional.
A política não pode ser um meio pelo qual quem ganha só quer tripudiar de quem perdeu,
e quem perdeu só pensa em se vingar de quem ganhou.
Assim como não dá para fazer um bom governo só com as nossas crenças,
as nossas certezas ou as nossas convicções.
Um bom governo depende também de conciliar ideias plurais, distintas, diferentes e até divergentes.
Já está provado que é possível fazer política sem ódio e que é possível ganhar eleição sem raiva.
Em grande parte, os políticos sempre dão a impressão de que o Brasil está predestinado à mediocridade.
Mas, cá entre nós, só é medíocre quem quer.
O Brasil e os brasileiros precisam querer ser melhores do que pensam que são.
Ou estarão, sim, predestinados a abrir vagas e dar empregos lá fora.
Esse é o recado da gigante americana e é também o sentimento dos grandes investidores.
Cem anos de Ford, e agora sem Ford por muitos anos.

sábado, 9 de janeiro de 2021

Confissões de fracassos

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Depois de dois anos no comando do país, o que se quer ver e ouvir de um presidente da República são os primeiros sinais, indícios ou resultados de melhora, e não uma confissão de fracasso,
que responsabiliza quem não governa.
O que se espera de um líder não é a impressão de que foi vencido pelos desafios e que jogou a toalha no meio do caminho.
O que se espera de um líder é a coragem para enfrentar os desafios e trilhar o caminho até o fim,
sem forjar culpados ou desculpas inaceitáveis.
Daqui pra frente, aos olhos dos investidores nacionais e internacionais,
o Brasil de Bolsonaro é um país sem crédito e sem crediblidade,
com um laudo de incapacidade e de incompetência assinado pelo próprio presidente da República.
Daí como confiar num governo que diz que não consegue governar?.
Como convencer o mundo de que ninguém vai perder dinheiro se apostar no Brasil?.
Como atrair recursos se a maior autoridade admite em alto e bom som suas limitações para agir?.
Pior é que nem dá mais para atribuir os estragos à pandemia porque,
se ela é uma gripezinha, não pode ter força para tornar caóticas as contas públicas e desesperador o desemprego em mais de 14 milhões de famílias.
A rigor, ou em tese, Bolsonaro passou um recibo de despreparo e de desqualificação para um segundo mandato.
Nesse caso, só uma oposição muito incompetente será incapaz de capitalizar o suicídio político de um presidente que confessa que “o Brasil está quebrado” e que “não pode fazer nada”.
Enfim, Bolsonaro deu um tiro de canhão no pé,
não um tiro de canhão no próprio pé, mas, sim, um tiro de canhão no pé do eleitorado que, em 2018, votou no rugido de um leão selvagem.
Obviamente, esse eleitorado não esperava estar ouvindo hoje o miado de um gatinho assustado.

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