domingo, 14 de novembro de 2021

Desconstrução

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Ora esperanço;
ora todo ranço,
desânimo de esperançar, 
preguiça de acreditar.
E tudo vira nada.
Ora alguma fé;
ora apenas um café,
uma parada; 
ora preciso de uma estrada...
de uma estrada, 
não de um destino.
O sino silencia
na catedral...
o mal... o mau... o mal...
Uma pazada de cal
no rosto...
o gosto.... desgosto...
o vinho... o mosto...
o pós... os nós...
Ora já nem sinto a voz,
e grito...
aflito... conflito...razão...
E querem saber 
quem sou eu na fila do pão,
como se eu soubesse de mim.
O fim... o fundo... o poço...
Não sinto alvoroço 
em mim...
calmaria... preguiça....
premissa...
"maliça" nordestina...
A mina... o mino...
"Somos tantos Severinos
iguais em tudo na vida"...
A lida... o cansaço... o passo...
o compasso...
O que faço
para mudar o mundo?
O fundo... o poço...
o caroço... o osso...
o osso... o osso... o osso...
a fila...
o prato sem feijão...
o bilhão, o trilhão... o congresso...
o senado... o executivo...
o judiciário...
o salário do osso...
o poço...a lama...
o caco... o barraco...
a mansão... a desigualdade...
o deboche... o irmão...
a igreja,
cereja do bolo divino...
O menino que se alimenta de luz...
acabou o cuscuz.... o arroz... 
e o feijão é bandinha,
e a carne é osso...
o sino... o poço... o fundo...
o mundo... o imundo... o desmundo...
O fim... assim...
desmundo...
esmundo...
smundo...
mundo...
undo...
ndo...
do...
o...
FUNDO....

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Do luto á luta

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O importante não é como você morre, mas como você vive.
É fato que nenhum de nós está imune a tragédias,
o dia mal sempre chega,
e para alguns, ele vem de forma trágica.
Ainda assim, é melhor viver com propósito por pouco tempo do que levar uma vida longeva sem sentido, corridas curtas, por vezes, são melhores do que maratonas.
Eu tenho conhecido muitas pessoas, várias,
e algumas tem experimentado dias de muito sofrimento e dor,
suas almas estão ressecadas pelo calor de uma jornada árida,
desprovida de paz e alegria,
elas são como espinheiros secos,
jamais se permitiram amar e,
muitos menos, se abriram como botões em flor para serem amadas.
Diante de alguns fatos, o silêncio de uma lágrima é mais eloquente do que o grito de mil sermões.
A existência terrena dessas pessoas é curta, sobretudo quando analisamos todo o seu potencial de criação,
mas também é intensa, pois elas se dão aos que amam e também recebem muito amor, deixa uma vida como fruto de uma relação afetiva e ainda tem a alegria de poder viver fazendo aquilo que mais gosta.
Elas sabem que ninguém bate tanto na gente como a vida.
Essas pessoas nos deixa precocemente,
mas também nos relega a certeza de que viver bem é melhor do que viver muito.
A verdade é que toda perda gera a sensação de luto.
Há perdas, contudo, que o luto demora mais tempo para passar.
Quando as perdas atingem nossos propósitos, não é tão fácil assim voltar para vida.
Estamos constantemente em uma jornada do luto à luta.
É preciso ler mais livros, mas também buscar ler o seu próximo para entender o contexto de cada vírgula, parágrafo e capítulos da história que eles vivem e viveu.
É preciso ler nas entrelinhas pra poder mergulhar nessa leitura.
É preciso saber que a última coisa que envelhece em nós é o coração.

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Eleitores só existem quando existem eleições

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Teto de gastos,
regra de ouro,
PEC dos precatórios,
contas públicas,
emendas de relator,
orçamentos secretos.
Esses são os assuntos que hoje mobilizam,
ou imobilizam,
os Três Poderes da República.
É com eles que Executivo,
Legislativo e Judiciário gastam atualmente todas as suas energias.
Não há dúvida de que teto,
regra, PEC,
contas, emendas e orçamentos acabam tendo impactos na vida de todos.
Mas em Brasília esses temas são discutidos como se não fizessem parte do cotidiano de desafios de empresários e sufocos de trabalhadores ou contribuintes.
Eles são discutidos dentro de interesses políticos,
partidários,
ideológicos e eleitorais.
Sem levar em contra as necessidades, precariedades e prioridades de milhões de famílias.
Claro que PEC,
emendas,
orçamentos atingem a vida das pessoas.
Claro que teto, regra e contas importam.
Mas essas pautas só importam quando as pessoas importam, quando as pessoas têm voz.
O problema é que alguns políticos não se importam com pessoas, só se importam com eleitores.
O problema é que eleitores só existem quando existem eleições.
No resto do ano, viramos meros espectadores pagamos pelos impostos,
e pagamos pelo show, sem saber que nós é que somos a atração principal.

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Arraigado e fundados em amor

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A moradia,
a alimentação,
a educação,
cultura,
lazer,
saúde e o cuidado com a terra se tornaram artigos de luxo mantidos pela exploração do pobre,
a matança dos negros,
o abuso das mulheres e o extermínio dos gays.
O Brasil diminuiu e se tornou para pouquíssimos que estão acima de tudo e esta exploração, que é o deus deles,
o capital, acima de todos.
Às vezes penso que o pêndulo da história quedou-se no conservadorismo.
E lá está imóvel.
Agora é âncora.
Para esses dias em quase nada faz sentido, e que sanidade escorre pelos dedos,  que a saúde mental vegeta.
Apenas uma grita é possível. 
Neste instante percebo que além da certeza do acolhimento das minhas lágrimas e da melancolia.
Um reino em que somos um e por nos identificamos com todos lutamos pela vida,
dignidade,
direitos,
de todo o humano em qualquer circunstância em que se encontre. 
Neste reino nada que é humano nos é estranho nos é alheio. 
Ainda há pessoas que não desistem dos seus deveres essenciais para com o outro.
E nós que saímos, neste tempo que se chama hoje, a semear o amor,
a convivência,
a paz,
a igualdade,
a fraternidade,
a democracia com lágrimas,
certamente com exuberante alegria faremos nossa colheita. 
Seremos os braços que acolherão aqueles que tem plantado ventos. 
O chão pode servir de cova ou jardim.
Nele se enterra, mas também se planta e fazemos com que novas flores nasçam.
Por que a misericórdia é um ideal inegociável.
E só o amor é absoluto.
Só o amor está ao alcance de todos. 
Porque muitos vivem por várias causas,
Porque se vive por muitas razões,
mas apenas por amor se morre.
É preciso estar arraigado e fundados em amor para assim compreender as 4 dimensões do amor.
Não por acaso Jesus se vale dela para expressar a Sua essência de Videira Verdadeira.
Ao contemplar uma árvore eu vejo ali as dimensões do Amor de Deus.
Na árvore a gente consegue contemplar estas 4 dimensões:
É pela LARGURA dos galhos da árvore que ela interage com o meio, fazendo-se acessível para quem precisa se abrigar, descansar e se alimentar.
O COMPRIMENTO aponta para a validade dos seus frutos, pois a gente pode até saber quantas sementes existem dentro de uma maçã, mas é impossível saber quantas maçãs existem dentro de uma semente.
Os frutos da árvore do amor permanecem e não perecem, vão além de nós.
A ALTURA revela sua vocação de ser árvore, mas sem se deixar ensoberbecer, pois, nenhuma árvore abre mão da raiz.
É na PROFUNDIDADE da raiz que reside o seu lugar secreto que serve de remédio para não se iludir com a soberba das alturas.
É assim que ela limita-se à sua própria dimensão.
Ela entendeu que é crescendo de dentro para dentro que se sustenta o crescimento de fora.
Quer ler sobre o Amor de Deus?.
Contemple uma árvore com os olhos da Graça de Deus. 
Ali, você vai passear pelas 4 dimensões do Seu amor e encontrará a força para seguir em frente e até mesmo para sair de um luto para a luta.

Poema sobre as gavetas da vida

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Arrumar as gavetas do quarto, é tirar delas vários boletos pagos; fones de ouvidos quebrados; receitas médicas velhas e chaves de portas que não tem mais acesso.
As gavetas não se arrumam sozinhas, é preciso visitar as gavetas da alma e tirar delas boletos da vida que já foram sido pagos.
Às vezes temos disposição para perdoar o outro, mas nos esquecemos que isso também se aplica para nós.
Portanto, perdoe-se.
A culpa só deve durar até o arrependimento.
Uma vez arrependido, não há mais motivo para se culpar.
Descansei em paz, enterrei a culpa e continuei a viver. 
Também joguei fora os fones de ouvidos quebrados.
Na gaveta física, eles não serviam para ouvir minhas músicas.
Na gaveta da alma, eles me faziam dar ouvidos para tudo e todos.
Tão importante quanto saber ouvir é saber a quem ouvir.
Saber ouvir é a semente para sabedoria. Saber a quem ouvir é o sinal que a sabedoria ficou madura.
Ouço de tudo, mas só dou ouvido ao que é bom.
Rasguei as receitas médicas velhas.
Se já me tratei e fui curado, qual a razão de viver como se ainda estivesse doente?.
Hoje meu organismo é outro, a gente evolui, o que deu certo no passado não necessariamente dará no presente. Entendi isso para não ser um hipocondríaco existencial.
Cada momento é único e exige uma abordagem personalizada.
Problemas da vida são resolvidos com criatividade e não com receitas padrões.
E, por fim, livrei-me das chaves de portas que não tenho mais acesso.
Fiquei preso no "e se um dia precisar delas..." "E se", é um limbo existencial que aprisiona.
Estava me trancando com estas chaves.
Depois disso, percebi que as portas fechadas, serviram para abrir janelas em minha mente.
Janelas que me fizeram enxergar novas portas.
Com novas portas, vieram novas chaves e precisei de lugar na gaveta para guarda-las. 
Sonhos engavetados são sufocados por lixos acumulados. 
Há tempo de guardar, e tempo de lançar fora.
Gavetas existem para guardar o que é importante e não para acumular o que ficou obsoleto.

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Poema sobre o estatismo populista

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Quem torce para a economia recebeu assim dois anúncios feitos nessa semana.
No primeiro, o ministro Paulo Guedes reduziu em 10 por cento as alíquotas de quase todos os itens importados.
O objetivo é estimular a entrada de produtos no país e tentar segurar a escalada da inflação.
No segundo, o STF suspendeu as emendas de relator, que criaram no Congresso o chamado orçamento secreto.
Na decisão, a ministra Rosa Weber apontou flagrante inconstitucionalidade. Segundo ela, não podem coexistir dois regimes de execução: um devidamente controlado; outro perigosamente oculto, anônimo, sigiloso e sem transparência.
O orçamento secreto prevê um montante de 17 bilhões a serem usados à vontade por apenas um grupo de parlamentares, sem se saber qual deputado ou senador recebeu a verba.
Ou seja, sem se saber para quem e para quê.
O plenário do Supremo deve julgar esta semana o mérito.
A oposição entende que, da mesma forma que o mensalão, as emendas de relator ameaçam a economia e a democracia.
Isso porque elas estariam remunerando interesses desconhecidos de políticos obscuros.
Ou seja, no Brasil, alternam-se os governantes e suas ideologias de costumes, mas o estatismo populista na economia segue intacto.

O DNA do amor

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Amar, é ser um presente nos momentos mais cruéis, é ensinar que uma mão estendida, valem mais do que um dedo acusador.
Amar, é se doar é caminhar lado a lado,
é a missão de cuidar, de amar e ser amado, é ser grato por um dia
também ter sido cuidado.
É conhecer o amor maior que se pode amar, é a escola da vida que insiste em ensinar.
É entender que o sangue nesse caso é indiferente.
Duvido o DNA dizer o que a gente sente.
É gerar alguém na alma e não biologicamente.
Pois não tem biologia nem lógica pra explicar, amor de pai e de mãe
não se resume em gerar, quem gera nem sempre cuida, mas quem ama vai cuidar.
Vai cuidar independente da cor que a pele tem, da genética, do sangue, o amor vai mais além.
O amor tem tanto brilho que quem adota um filho é adotado também.
Quando o processo aparece mais do que o produto final é uma evidência
de que nos preocupamos mais em ter os holofotes do que ser um holofote voltado para o outro.
O ego gosta de se vangloriar dos processos.
É preciso desapego.
Mas, o problema é que até a palavra desapEGO tem "ego", talvez por isso seja tão difícil desapegar. 
O Amor não chama a atenção para si. 
Ele aponta para o fruto e se satisfaz na satisfação do próximo.
O Amor não fala para amar o distante e o diferente.
Para ele, tais categorias não existem.
Ele aproxima o distante e torna o diferente em semelhante.
Migrar do movimento de rotação do egoísmo para o de translação do amor ao próximo, faz com que a solidão dos dias e noites ganhe a companhia das cores e frutos das estações.
Amar, é ter o DNA de Deus em nós.
É ter uma molécula presente no núcleo das nossas células para que possamos ser considerados o portador da mensagem genética de Cristo.
A mensagem que nos faz amar, que nos faz perdoar, que nos faz reconhecemos que somos pecadores tentando atirar a primeira pedra mesmo sabendo que o único presente que não tem pecado é o próprio Jesus e mesmo assim Ele abre mão deste "direito" e não atira nenhuma pedra para nos executarmos.
Ao contrário, Ele se apresenta como pedra de sustento para nos restauramos, pois Jesus não é Letra, Ele é Verbo.
E o Verbo é ação para a vida.

domingo, 7 de novembro de 2021

Enxergar a vida

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Quando falamos em ler, acabamos por pensar apenas nos livros, nos textos escritos.
O senso comum diz que lemos apenas palavras.
Mas a ideia de leitura aplica-se a um vasto universo.
Nós lemos emoções nos rostos,
lemos os sinais climáticos nas nuvens, lemos o chão,
lemos o mundo,
lemos a vida.
Queixamo-nos de que as pessoas não lêem livros.
Mas o deficit de leitura é muito mais geral.
Não sabemos ler o mundo,
não lemos os outros.
Vale a pena ler livros ou ler a vida quando o ato de ler nos converte num sujeito de uma narrativa, isto é, quando nos tornamos personagens.
Mais do que saber ler, será que sabemos, ainda hoje, contar histórias?.
Ou sabemos simplesmente escutar histórias onde nos parece reinar apenas silêncio?.
Não basta saber o que está escrito, tem que saber como ler.
A leitura que fazemos da vida tem a ver com o que há escrito dentro de nós.
Não podemos parar no olhar objetivo “O QUE?",
temos que ir ao encontro da subjetividade do “COMO LÊS...?”.
É preciso um segundo olhar.
Não um olhar de segundas intenções para julgar, mas o olhar que não busca o que é vosso, mas sim a vós.
Cristo tem que ser o nosso alvo e lente.
Ao olhar firmemente para Ele, passamos a enxergar o mundo através de Seus olhos e, assim, lemos o outro através das lentes do Amor.
Amor que aproxima o distante e torna o diferente em semelhante. 
É assim que devemos enxergar a vida.

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

O reino de Deus e a política dos homens

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Jesus nunca quis o trono de César,
nunca desejou o palácio romano,
não fez alianças com poderosos,
nunca se vendeu.
Parte da igreja achou por bem conceber uma bancada evangélica,
preferiu se comprometer com a agenda político social atual, fechou com correntes ideológicas que já destruiram sociedades, assumiu uma mentalidade de guetos, e corporativista,
mas sai a público dizendo que é odiada pelos que não são cidadãos de bem,
não defedem a pátria, a família e não amam a Deus. 
O Cristo da bíblia não é esse que está fomentando guerra entre patrícios em nome de Deus.
Jesus não fez questão alguma de se apropriar ou obter qualquer invenção humana, sendo Ele quem é. 
Guerras sempre haverão, pois desde antes de conhecerem Cristo,
o ser humano em sua estupidez sempre pleiteará pelo que deseja possuir a força da maneira mais estúpida, aliás, foi por essa estupidez que o mataram.
Quando Jesus disse que seu Reino não é deste mundo, não foi para tranquilizar a liderança.
Pelo contrário, foi a maior das provocações.
O Reino de Deus sinaliza o fim dos reinos deste mundo e todo governo humano.
Apesar das descrições primitivas, o Reino de Deus em nada se parece com os reinos deste mundo. 
Esse Reino foi inaugurado na encarnação de Cristo, e a igreja é responsável por dar continuidade na construção desse Reino de igualdade aqui e agora, até que tudo seja completamente restaurado.
“Meu Reino não é deste mundo”, ou seja, não tem nada a ver com dominação, conquistas territoriais, hierarquias. 
O Reino de Deus não é desta ordem de coisas, não é desde mundo caído.
Colocamos a mão no arado, um instrumento que serve para lavrar o solo, revolvendo a terra com o objetivo de descompactá-la e, assim, viabilizar um melhor desenvolvimento das raízes das plantas. 
Preparamos o solo para que as raízes do Reino se desenvolvam, as plantas cresçam, e o Reino seja manifesto não com anarquismo.
Mas optando por propostas que sinalizam uma sociedade mais justiça, igualitária, onde o excluído é incluído,
o pobre tem respiro,
o oprimido sente um pouco de alívio,
e os poderosos, os que dominam o mundo, os ricos, tenham suas estruturas estremecidas e sintam uma prévia da ruína que lhes aguarda.
É deprimente ver líderes cristãos terrivelmente evangélicos fazendo política social teológica para não ficarem mal, não apenas diante de suas igrejas mas, também diante do país, parecem achar mais digno mostrar que estão certos; mesmo ao preço da apostasia,
do que terem a decência de romper com "Cézar", e voltarem para Cristo.
Deixem o palácio e voltem para o aprisco, seja como for, os dias estão passando, dias melhores virão, mas não das mãos sujas de pólvora, nem de mãos cheias de sangue, porquê as únicas mãos cheias de sangue aceitas por Deus, foram as de Cristo e foi o próprio sangue não o de outros e foi por todos.

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Quando se aprende a amar, o mundo passa a ser seu

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A liquidez das relações igualadas pelas mídias sociais está nos fazendo viver a fadiga da compaixão.
Não conseguimos mais nos relacionar com a humanidade apresentada no outro  apenas com seu personagem criado na net.
A sociedade do cancelamento mostra para nós que não somos mais capazes de tolerar o erro.
Nós não somos mais capazes de exercer misericórdia.
O erro deve ser prontamente erradicado,
e o errante imediatamente cancelado.
Nessa sociedade dos intolerantes não há espaço para reconciliação,
não há espaço para reconsideração,
não há espaço para o perdão.
Uma sociedade absolutamente hipócrita que está todo tempo acusando cisco no olho dos outros sendo incapaz de ver a trave em seus próprios olhos.
É a vivência completa da escassez da compaixão, da escassez da piedade,
da bondade, da Graça e do perdão.
A sociedade do cancelamento denuncia a intolerância que nada mais é do que o nosso vazio de humanidade.
A nossa falta de empatia para com o outro.
A nossa falha enquanto seres humanos.
Nossa incapacidade de lidar com a humanidade que é por si errante.
Somos cada vez mais algoritmos que potencializam e excluem comportamentos do que humanos que  nos sensibilizamos com a tragédia que é viver.
É preciso imediatamente aprender que a verdade do amor não alimenta outra chama que não seja a que consome a presunção, o egoísmo e a hipocrisia.
A verdade do amor deve ser maior que qualquer amor à verdade, assim como o poder do amor deve ser maior que o amor ao poder.

Poema sobre a PEC dos precatórios

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A PEC dos precatórios permite ao Tesouro adiar o pagamento de dívidas judiciais, redirecionando para o pagamento do programa assistencial.
Investidores chamam essa combinação de insolvência ou falta de pagamento de uma dívida com improviso.
Empresários entendem que os recursos do auxílio deveriam sair das emendas parlamentares e dos fundos partidário e eleitoral.
Economistas ainda têm esperança de que a Câmara ou o Senado não autorize essa dupla flexibilização.
O próprio Banco Central concorda com eles e admite que a operação fura-teto aponta para a deterioração das contas públicas.
No comunicado da última reunião,
o Copom já mostrou que a taxa básica de juros subirá para pelo menos 9,25 por cento em dezembro.
O BC mira na inflação, mas, há decepção e descrença na indústria e no comércio, nas fábricas e nos mercados.
Muita gente importante duvida agora de que a política monetária, sozinha, seja capaz de segurar a disparada dos preços.
Desses precatórios, grande parte são dívidas com professores que já não está nada bem.
Outra parte é com aposentados,
com gente que esperou décadas processos que se arrastaram e quando saiu a sentença final, o governo resolveu negar a pagar algo.
São os empobrecidos que pagarão o "auxilio brasil" para os mais empobrecidos ainda.
Ainda assim, o futuro da economia brasileira estará nas mãos de deputados e senadores para o bem, para o mal ou muito pelo contrário.

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