quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Poema sobre a crise hídrica

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A crise ou a escassez não é um problema apenas de 2021.
É também um risco para 2022 e 2023.
Um risco que exige atenções e preocupações não só do Ministério das Minas e Energia.
Se cabe aos técnicos tomarem as medidas necessárias para tentar restabelecer a normalidade,
cabe aos brasileiros tomarem as atitudes certas para mudar hábitos que causam desperdícios.
Claro que os usuários não são culpados pela falta de chuva, nem responsáveis pela gestão do sistema elétrico.
Porém, infelizmente, não é mais essa a questão.
A questão é que nem os governos,
nem os consumidores não aprenderam nada na outra crise, aquela do apagão de 20 anos atrás.
A questão é novamente de educação financeira, ou seja, saber usar as coisas, o dinheiro, o planeta, com inteligência.
A questão hoje, e sempre, é o uso racional da água e da energia independente da tarifa extra de 14 reais na conta de luz.
Enfim, chegamos a um ponto em que a racionalidade será fundamental para evitar o racionamento.
Trata-se agora da racionalidade de cada um contra o racionamento para todos.

sábado, 11 de setembro de 2021

Poema sobre o dinheiro do Brasil

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Quando o assunto for a análise política da atual conjuntura do Brasil.
Os donos do dinheiro estão pensando o quê?.
Os banqueiros, os industriais e os fazendeiros querem o quê?.
Como o agronegócio tem se comportado?.
A REPÚBLICA nunca foi pública, nunca foi a coisa do povo, nunca foi o governo do povo e para o povo, ela é o maior de todos os empreendimentos privados e como todo bom empreendimento, ela tem que gerar lucros para os seus donos.
Eu sei que existem muitos que temem a força e o poder das armas, é algo que nunca e em hipótese alguma devemos desconsiderar, mas antes das armas, pelo menos nos negócios da República, vem o dinheiro e é o capital quem determina os rumos da empresa chamada Brasil.
Já se perguntou quem são os parceiros comerciais do Brasil e como eles estão vendo as coisas?.
Já se perguntou se quem ganha muito dinheiro com a estrutura posta, está disposto a mudar o rumo das coisas?. Então, faça algumas perguntas a si e busque pesquisar sobre os donos da República, veja para onde eles estão inclinados.
Ampliar o raio de visão e análise os fatos.

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Poema sobre as manifestações

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Dentre todas as imagens divulgadas nas redes, uma em especial me chamou a atenção.
Uma pessoa em situação de rua dormia a relento enquanto os manifestantes vestidos de verde a amarelo passavam alheios ao seu estado de miséria e fome.
Sacerdotes e levitas seguiam em sua marcha, robotizados e anestesiados como zumbis que incessantemente repetiam: “Vai ser gigante”, enquanto toda uma população de miseráveis cresce assustadoramente em sua marcha silenciosa pelas ruas dos grandes centros urbanos.  
A única razão pelas qual as manifestações foram gigantes se deve ao empenho colossal da igreja evangélica e de seus líderes.
Ninguém ali está preocupado com a fome, com a supressão de direitos,
com as pautas sociais emergenciais, com a falta de vacina, com a corrupção.
Vergonhosamente, pastores chegaram a posar para fotos ao lado do Queiroz. 
A multidão sem máscara, lixando-se para a ameaça da variante Delta, num surto coletivo, gritava o nome de seu mito, como se estivesse diante do próprio Messias. 
Bolsonaro, sem se dar por rogado, assumiu para si a condição de divindade ao se arrogar detentor de atributos divinos como a onipresença.
Nenhum dos pastores que lotavam o palanque ao seu lado sequer sentiu vergonha ante as ameaças proferidas contra a democracia, acompanhadas de versos bíblicos descontextualizados disparados a esmo. 

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Batismo de sangue

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Alguns evangélicos dizem que nossa bandeira jamais será vermelha,
mas nunca deram a mínima para o chão vermelho desse país, muito pelo contrário, querem que esse vermelho se intensifique, querem que mais sangue seja derramado para que seus desejos sórdidos sejam realizados.
A nossa bandeira jamais será vermelha, dizem os evangélicos que ignoram as mortes que a estrutura violenta do Brasil impõe a quem não faz parte do grupo de privilegiados.
Se tens dúvidas, faça uma pesquisa simples e saberás que o nosso solo é marcado e manchado pelo sangue dos negros e índios.
O passado e o presente violentos derramam sangue de brasileiros excluídos, mas esses evangélicos nunca se importaram e não será agora que se importarão com isso.
Solo vermelho, chão vermelho, rio de sangue, esse é o Brasil desde a sua origem.
Não serei leviano a ponto de não reconhecer os evangélicos que lutaram e lutam por justiça, não fecho os olhos para eles, mas é triste perceber o quanto uma parcela significativa de evangélicos, ainda é omissa e conivente com o que há de mais tóxico e cruel nesse país.
A nossa Bandeira é verde, amarela, azul e branca, mas o sangue do povo é vermelho.
É terrível perceber que alguns pastores midiáticos são saudosistas do início da nossa história, falo do período colonial, onde a religião oficial era o cristianismo, tendo em vista que os cristãos escravocratas estupravam suas escravas e escravos, assassinavam suas escravas e seus escravos, mutilavam suas escravas e seus escravos, mas aos domingos estavam nos cultos dando boas ofertas e dízimos altos.
Tais pastores saudosistas querem a imposição do cristianismo, engana-se quem pensa que eles amam a Deus e o seu Cristo, engane-se quem pensa que eles estão preocupados com a alma ou o bem estar do povo, eles amam os favores do rei e as vantagens inerentes ao fato de se ter uma comunidade grande sob controle.
É terrível perceber que alguns pastores são pedra de tropeço para o avanço do Evangelho.
Eles fazem as pessoas pensarem que Deus é opressor e não um Pai de Amor e bondade.

sábado, 4 de setembro de 2021

Poema sobre o momento político- religioso

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As vésperas do dia da independência, onde se esperam manifestações políticas pelo País tanto da direita, quanto da esquerda, com desdobramentos inimagináveis, dado o clima de guerra semeado nas últimas semanas,
quero analisar o momento político-religioso atual do ponto de vista do fenômeno histórico.
Muitos dos acontecimentos são, na verdade, padrões de comportamento associados à um personagem ou papel social de eventos que se desdobram desde a criação do mundo, seguindo sempre o mesmo tipo de operação, apenas se adensando de forma diferente até cumprirem o seu próprio final.
Além disso, como sabemos, há estreita ligação entre os fenômenos de natureza espiritual, demandados por potestades históricas, criando ondas de reflexão em acontecimentos cotidianos de dimensão política, econômica, social e religiosa.
Desta forma, o que eu quero demonstrar é que tudo o que está acontecendo tem sua própria dinâmica e, portanto, não é nada novo, do ponto de vista da história da humanidade, apesar de ser algo profundamente perigoso e com desdobramentos incalculáveis.

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Poema sobre os Messias

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Cada Messias multiplica o que lhe parece prioritário.
O genuíno multiplicou pães e peixes para alimentar um povo faminto.
O outro prefere multiplicar fuzis e pistolas, retroalimentando o ciclo da violência.
O genuíno conclamava a paz, o amor, o dividir das coisas e o perdão. 
Enquanto os profetas messiânicos conclamavam os povos a transformarem suas armas em arados, o messias ungido pelos profetas palacianos transforma tudo o que vê pela frente em arma.
O genuíno pregava as bem-aventuranças, a solidariedade, a pacificação, a temperança, a humildade.
O outro prega sobre as mal-aventuranças, sobre guerra civil, sobre domínio dos demais, sobre querer ser terrivelmente opressor.
Nenhum político merece que nos matemos por ele.
Lembrem-se que bem-aventurados são os pacificadores e não os que incitam as pessoas umas contra as outras.
Parte da população já está armada e pronta a agir a favor de seu ídolo.
Não quero nossas ruas banhadas de sangue.
Ensinem seu povo a perdoar, dar a outra face, depôr suas armas, desarmar seus corações.
Pois a nossa jovem democracia está por um fio. 

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Grito de alerta

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Não posso negar minha preocupação com os rumos que o país tem tomado, com a ascensão do discurso de ódio, com a disseminação de fake news, com a perda de direitos conquistados a duras penas.
Como não perder o sono sabendo que existe a possibilidade de estarmos à beira de um precipício que nos lançará nos braços de uma ditadura.
Não posso negar minha preocupação com a população que segue esmagada pelos preços altos nos supermercados e nos postos de gasolina, com a volta triunfal da inflação que durante anos não se mostrava tão vigorosa.
Como não me preocupar com os milhões de desempregados, com o aumento exorbitante da conta de luz e do gás.
Mas minha maior preocupação é com os mais vulneráveis, as pessoas em situação de rua que vêm se multiplicando, transformando as calçadas em um verdadeiro tapete humano, expostas ao frio deste inverno rigoroso.
Preocupo-me  com as famílias, com os nossos ideais.
Preocupo-me com as minorias massacradas pelo discurso de ódio,
pela homofobia,
pela misoginia,
pelo racismo,
pela xenofobia.
Preocupo-me com as crianças que agora vivem em um mundo tão machista quanto àquele  em que viveram suas avós.
Minha geração falhou ao se render ao autoritarismo escroto de quem não reconhece a dignidade do diferente. 
Tira-me o sono pensar nas famílias que dormem com fome, nos pais que nada têm a oferecer aos filhos senão uma canção de ninar em meio à gradação da miséria.
A fome voltou a nos assombrar.
Vivemos um pesadelo insistente do qual não conseguimos acordar.
Preocupe-me com a indiferença de quem se acha imune ao assédio da miséria, sem considerar a dor de quem sucumbiu a ela.
Nego-me a prosseguir  preocupado sem ocupar-me em atenuar o sofrimento do meu próximo e a despertar a consciência dos que não perceberam o quanto tudo isso também os afeta.

terça-feira, 31 de agosto de 2021

Atos alheios

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Quem luta do lado oposto da trincheira é tão humano quanto quem luta ao nosso lado.
Sem as devidas precauções, seremos reduzidos a monstros, desprovidos de qualquer traço de humanidade.
Ainda que o outro lado já tenha se desumanizado, lançando mão de procedimentos cruéis, devemos nos manter leais à nossa consciência, preservando assim a nossa essência.
As dificuldades da vida são como uma escola que pode nos endurecer e até nos transformar em pessoas cruéis, todavia, no final, essa será uma opção pessoal.
Cada um responde de acordo com que tem dentro de si. 
O ser humano tem o direito de decidir qual será sua postura diante do mundo.
Há quem prefira esconder-se por trás da maldade do mundo para dar asas à sua própria perversão.
Entretanto, os atos alheios jamais devem justificar os nossos.

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Poema sobre o caos do Brasil

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Temos no Brasil uma patologia que nos aflige de séculos de descaso com a coisa pública, do escárnio com a vida daqueles que não possuem representatividade, pois são invisíveis sociais, e também é resultado de uma ignorância endêmica mantida programaticamente por um sistema perverso que visa produzir alienados em série. 
A história nos revela, que grandes nações do mundo viveram este mesmo estado das coisas, ainda que há séculos atrás, é bem verdade, mas nós possuímos o atenuante de sermos um País relativamente novo, com apenas 500 anos.
Os Gregos, de quem o ocidente é filho, só deram seu salto civilizatório quando os mitos morreram abrindo espaço para o surgimento do pensamento filosófico, inquieto por natureza, questionador em sua essência da verdade.
Foi olhando para a realidade e para os fenômenos tangíveis que eles avançaram como sociedade, o caos produziu a lucidez necessária para às mudanças. Deuses, bestas e feras ficaram para trás, não passavam de representações da infância da consciência e do saber. 
Na mesma perspectiva, outro evento que mudou drasticamente o ocidente foi a Queda da Bastilha na França do século XVIII.
Ali encontrava-se uma sociedade corrompida, onde os ricos e aristocratas deleitava-se  na opulência e o povo morria de fome as portas do Palácio de Versalhes.
Foi o caos que produziu o Haja Luz da França, a decadência econômica foi o combustível que alimentou o motor de propulsão para fazer explodir a revolta popular que levou para a guilhotina o rei Luiz XVI e sua esposa Maria Antonieta e pavimentou o caminho para que o País se tornasse a potência que é hoje. 
Um pouco antes, no século XVI, outro acontecimento de importância ímpar para o ocidente teve suas origens no caos.
Falo da Reforma Protestante, que quebrou, na idade média, o ciclo de séculos de escuridão e obscurantismo de uma igreja decadente e corrupta.
As Teses de Lutero, restritas a esfera religiosa, tiveram desdobramentos tangíveis na economia e na política.
Mas assim como todos os outros, este foi um evento tecido pacientemente pelo tempo, como uma teia de aranha, até que todas as condições para a insurreição estivessem devidamente alinhadas. 
Assim, do ponto de vista da fenomenologia do que sucede no Brasil, estamos avançando no trilho que nos levará ao caos, o que me faz alimentar uma esperança de que, em algumas décadas, talvez, vejamos um novo Brasil surgir das cinzas. 
A síntese, todavia, e para minha esperança, será acordarmos, definitivamente, deste berço esplêndido no qual somos ninados desde o descobrimento do País.

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Poema sobre o poder terreno

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Poder terreno sempre foi a maior tentação para humanos caídos que vivem num sistema caótico e corrompido.
O homem sempre foi seduzido, fascinado pelos poderes terrenos durante séculos.
Em contraposição a tudo isso, veio Jesus, o Galileu afirmava: “Arrependei-vos, pois é chegado o Reino de Deus!”.
Paulo diz expressamente na carta aos Filipenses que esse Reino guerreira, incansavelmente, contra o “Império das Trevas”, opondo-se a ele tanto no mundo espiritual, quanto no material, em todas as suas ações destrutivas.
Mas o Reino de Deus não tem aparência, conforme o Evangelho, é feito de uma nova consciência e carrega valores como a justiça, a paz e a verdade.
A tarefa da igreja, portanto, é dar continuidade a missão iniciada por Jesus de fomentar o Reino de Deus na sociedade através da Boa Notícia de que Deus, em Cristo, se reconciliou com os homens perdoando os seus pecados.
É, portanto, inadmissível e impensável que a igreja se afaste de sua vocação para se envolver com um projeto de poder mediante a ação político-partidária. Não há maior atestado de sua falência como fenômeno histórico nessa geração do que o abandono de sua missão, quando a igreja se associa a uma ideologia política, faz a confissão diante do Céu e da Terra de que se dobrou a sedução de poder terreno.

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Poema sobre a religião e o Evangelho

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A religião se atém as rotinas, o Evangelho se preocupa com as pessoas.
A religião modifica rotinas, o Evangelho modifica pessoas.
A religião cria as liturgias, os padrões comportamentais, os serviços meritórios, enquanto o Evangelho olha para o indivíduo, para seus dramas, para a culpa que lhe corrói e para tudo aquilo que sufoca a vida.
É em Jesus que esse tipo de espiritualidade pode ser melhor compreendida, na forma como ele olhava para o humano, para os abandonados,
os ocos existenciais,
os nocivos,
os deixados a margem.
Em Jesus, Deus se aproxima da realidade do indivíduo, deixa o altar vazio das catedrais, o lugar de honra nas procissões e adentra na rotina, no cotidiano.
Foi assim que ele percebeu a fé de uma viúva em meio a multidão no átrio do Templo, na solidão da sua alma ela depositava as duas moedas que tinha como oferta no gazofilácio.
Doutra feita, em meio à multidão, ele sentiu o toque de uma mulher que há 15 anos sofria com uma hemorragia que não estancava, discerniu suas dores, medos, o trauma de ser considerada impura por conta do conjunto de práticas religiosas.
Também em meio a multidão, ouviu a voz do Cego de Jericó, que estava à beira do caminho, um ambulante invisível, julgado pelas doutrinas de Israel um pecador imperdoável.
Foi ainda em meio a multidão que pediu que um grupo de crianças pudesse se aproximar dele, quebrando o protocolo elitista rabínico que não considerava a existência de crianças e mulheres como algo singular.
Foi quebrando paradigmas, foi quebrando protocolos, foi fazer parte de banquete com prostitutas e publicanos do que andar com fariseus moralistas, que tocava em leprosos ,que passa horas conversando com uma mulher samaritana e que inaugurou o Paraíso com um ladrão.
Isso é mais do que Suficiente para a Religião considerá-Lo insuportável.
Você pode ir a todas as missas, participar de vigílias de oração, ler frequentemente sua bíblia, ser alguém devotado a jejuns e dar, fielmente, o seu dízimo, mas se sua espiritualidade não se projeta na direção do outro, se ela não deixa o templo para ir para as ruas, se não abandona os ritos e quebra os mitos para adentrar na existência real, onde as pessoas vivem, não serve para nada além de anestesiar sua consciência.
O Deus em quem creio me chama a olhar a minúcia, o detalhe, as coisas simples, pequenas, sem aparente importância,
o Deus em quem creio é capaz de ouvir o seu sussurro e vê a sua lágrima no escuro do quarto, ele te ama e me levou hoje a escrever isso para você.

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