terça-feira, 6 de abril de 2021

De quem é o STF

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Quanto maior a confiança ou a transparência, melhor para o funcionamento da economia.
Uma economia saudável exige estabilidade no ambiente de negócios e de investimentos.
Mas isso não é possível com tantas incertezas políticas e tamanhas inseguranças jurídicas.
Em uma semana, o Executivo, o governo trocou o ministro da Defesa e os comandantes das Forças Armadas sem nenhuma explicação razoável ou justificativa aceitável.
No Legislativo, o Congresso aprovou um orçamento chamado de “inexequível” e considerado um cheque sem fundo até por técnicos da equipe econômica.
No Judiciário, o Supremo emitiu duas liminares com duas decisões diferentes para um mesmo assunto: uma contra, outra a favor dos cultos presenciais.
Tudo isso é péssimo porque fica parecendo que, no Brasil, todo dia é dia de liquidação no bordel ao mesmo tempo.
Não podemos esquecer que somos um país de mais de 14 milhões de desempregados e mais de 40 milhões de dependentes do auxílio emergencial.
Não podemos deixar de lembra que somos um país com tanta desigualdade social.
E que jamais não poderemos se dar ao luxo de ter um STF para o Bolsonaro,
um STF para o Lula,
um STF para o Moro ou um STF para o Aécio.
Pois não dá para continuar com excesso de zelo no tribunal político e escassez de justiça na vida real.

segunda-feira, 5 de abril de 2021

Brasil paralelo

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Existe um Brasil onde a Covid não incomoda,
todos são imunes e fortes.
Existe um Brasil onde a Covid não passa de piada,
as pessoas riem dos outros mundos,
dos doentes e das mortes contadas.
Existe um Brasil onde falar de Covid é praticamente um convite a guerra,
os céticos afrontam e vociferam.
Existe um Brasil onde todos viraram cientistas,
sabem tudo sobre vírus e vacina,
mas não sabem nada da vida.
Existe um Brasil onde seus cidadãos são muito antenados,
repetem mentiras iguais aos papagaios.
Existe um Brasil onde eles acreditam que são o princípio de tudo,
nunca erram e a culpa é sempre dos outros mundos.
Existe um Brasil onde você só pode falar bem do estilo deles,
qualquer crítica, mesmo verdadeira,
traz transtorno e pesadelo.
Existe um Brasil onde não desejo ir morar,
melhor ficar em um outro Brasil  e me cuidar.

domingo, 4 de abril de 2021

Resenha do filme: invencível

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Esporte e guerra são completamente diferentes um do outro.
Pois no esporte, não importa quem perde.
Todos ganham quando se tem união esportiva.
Entretanto na guerra, não importa quem ganha.
Todos perdem pelo fato de esquecemos o valor que a vida tem.
No filme, Louis Zamperini é a prova de que isso é verdade.
Após viver uma vida repleta de acontecimentos extraordinários,
merecia uma boa película de celulóide, disposta em rolo para registrar sua história.
Na história, acompanhamos a vida de Zamperini  ao longo de quatro grandes momentos.
A infância rebelde,
quando roubava em troca de bebida alcoólica;
a vida de atleta olímpico, quando correu nas Olimpíadas de Berlim em 1936;
o período em que naufragou durante a 2ª Guerra Mundial e permaneceu 47 dias à deriva em um bote;
e o período em que foi prisioneiro de guerra dos japoneses, após ser encontrado por um navio de militares.
Por si só, a história de Zamperini já é grandiosa e riquíssima de aprendizados e superações infinitas.
“Invencível” não é um filme sobre guerra, mas sobre a resistência e coragem de um homem que aprendeu, através do esporte, a não desistir jamais.
Enfrentou os perigos da natureza, a fúria do mar, a desidratação, a perda do seu amigo de guerra, as torturas físicas e psicológicas.
Se tivesse menos detalhes da trajetória desse protagonista, e mais força nas questões que o fazem ser realmente forte diante das adversidades,
talvez o longa fosse ainda mais intenso.
Mesmo assim, a história de Louis Zamperini precisava chegar aos cinemas, e é muito bom que tenha sido pelas mãos de Angelina Jolie.
Esse herói me ensinou ou nos ensinou que a verdadeira vingança, na guerra, é passar pela guerra e sobreviver.
É um filme que deve ser visto outras vezes, pois sempre terá algum outro ensinamento como o perdão.
Essa parte é importa lembra nos momentos finais do filme.
Resiliência, coragem e fé são as virtudes que precisamos ter para sermos invencíveis.

quinta-feira, 18 de março de 2021

Poema sobre o câncer do dinheiro

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O Banco Central dá um recado forte de que agirá com firmeza para evitar o pior, que seria a aceleração da inflação, já bem abespinhada.
O Copom acionou o alarme porque,
com ou sem pandemia,
o cenário é preocupante.
Temos ao mesmo tempo disseminação de preços altos,
dólar alto,
risco-país alto,
desemprego alto,
ambiente recessivo.
E não temos a devida percepção de ajuste ou disciplina fiscal.
Ou seja, não temos percepção de controle dos gastos,
dívidas ou contas públicas;
nem temos percepção de reformas;
nem temos percepção de melhora.
O país não aproveitou o bônus monetário, proporcionado pelo BC,
para consertar o telhado financeiro e escapar dessa tempestade perfeita que não passa nunca.
Houve, sim, esforços da equipe econômica em torno da PEC Emergencial,
mas ela foi desidratada e desossada por interesses políticos.
Interesses que desconhecem as verdadeiras prioridades ou necessidades das famílias.
Claro que a pandemia tornou tudo mais complicado e muito difícil.
No entanto, se não dá para ignorar os impactos perversos do corona,
também não dá para jogar tudo na conta do vírus.
Feita a justa ressalva, o fato é que outra praga ameaça debilitar a economia brasileira,
essa é a praga da epidemia inflacionária.
Enfim, até o câncer do dinheiro,
que a gente já tinha erradicado,
volta a assombrar nossos sonhos e embalar nossos pesadelos.

terça-feira, 16 de março de 2021

Ser o novo ministro da saúde

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Sai o general e volta um médico.
E o maior desafio do novo ministro da Saúde será ser, o novo ministro da Saúde.
Até hoje esse cargo vinha sendo acumulado que, mais tarde, terá que sair do personagem.
Antes disso, eles precisam se prepararem para responder, por exemplo, à grande ansiedade da população pelas doses ainda escassas de vacina.
Culpar governadores ou prefeitos não vai mais funcionar porque governadores ou prefeitos já sentiram na pele as espetadas das agulhas de pressões e cobranças.
Por isso passaram a correr atrás a fim de tomar as devidas providências que, em boa parte, dependem do governo federal.
Essa responsabilidade pelas vacinas ou pela falta delas, é intransferível,
e isso, por si só, explica a mudança de ministro e a mudança de postura do presidente.
Nos Estados Unidos, até Trump comprou 100 milhões de doses da Pfizer e da BioNTech lá atrás em 2020.
Na semana passada, Joe Biden anunciou um novo superlote de mais 100 milhões de doses.
Em Israel, o primeiro-ministro gravou um vídeo afirmando que as vacinas são seguras.
Na Hungria que é presidida por um verdugo foram adotadas novas medidas de restrição.
Enfim, resta torcer para que se restabeleça uma verdade hoje cada vez menos discutível e cada vez mais aceitável.
Pois a saúde vem antes da economia, pelo bem das duas; e a vida vem antes do dinheiro, pelo bem de todos.

domingo, 14 de março de 2021

Poema sobre a lei do retorno

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Justiça com as próprias mãos, esse é o verdadeiro significado da força tarefa de Curitiba,
mas ela coube e recebeu amplo apoio, exatamente porque muitos querem ver os seus desejos e vontades sendo satisfeitos, independente de como aconteça a satisfação. 
Tenho plena consciência de que virão e dirão que o partido x ou o político y são culpados.
A questão pra mim não é dizer que X ou Y são inocentes,
nem os declarar culpados, cabe à justiça esse papel.
Mas à justiça institucional, não à justiça pessoal, não à justiça seletiva e direcionada.
Infelizmente, para desespero de seus apoiadores, a força tarefa de Curitiba foi exposta e tudo que ela fez não passou de espetáculo apoiado na moral social, não na ética.
Nunca e em hipótese alguma eu vou concordar com o que acabei de expor, não tenho a menor condição de aplaudir e chamar de herói um homem que para alcançar seus objetivos,
foi capaz de passar por cima de tudo e de todos sem o menor pudor.
Quem ainda o chama de herói e o apoia, provavelmente tem tanto escrúpulos quanto ele.
Eu sei que a Operação Spoofing cometeu ilegalidades, tanto é que os culpados estão presos,
mas eu não posso deixar de desejar que as ilegalidades cometidas pelos integrantes da Força Tarefa de Curitiba, também os leve para a cadeia,
eles fizeram justiça com as próprias mãos, usaram a ilegalidade e a surdina como esconderijos,
agora estão provando do próprio veneno, ou seja, quem com ilegalidade fere,
com ilegalidade será ferido.
Cada ação que fazemos gera uma reviravolta a nós mesmos.
E, em suma, se acredita que existe um mecanismo compensatório para equilibrar nossas ações em sociedade e no universo.
Se somos pessoas boas, teremos coisas boas, mas o contrário também é válido.

sábado, 13 de março de 2021

Resumo do filme: Mãe

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Mãe é um filme extremamente religioso, Sua cena inicial é a de uma casa queimada que se recompõe, inclusive com a presença da mãe.
Ela não recebe nome no filme.
Aliás, nem ela, nem personagem algum.
Evoca-se na primeira cena a ideia da Mãe Terra,
nossa Casa comum.
Do fogo,
do caos primordial,
ergue-se a casa,
surge a mãe.
Logo ao acordar, ela se vira para o outro lado da cama em busca do seu amado, algo muito parecido com o Cântico de Salomão.
Na busca pelo amado, a mãe olha da soleira da porta.
O mato é alto ao redor,
como um lugar não visitado.
A sensação de estarmos sós é desoladora.
Parece que Deus se esconde.
Mas é o amado quem encontra sua esposa.
O personagem interpretadando Deus. Isso fica evidente no final do filme quando a mulher lhe questiona sobre sua pessoa e ele responde: “Eu sou quem sou”, como Deus a Moisés na sarça ardente.
O marido é um poeta em processo criativo.
Aparentemente, ele não consegue criar mais, parece infértil.
Inclusive, o casal não tem filhos e ela parece não ter sido realmente desposada.
O amor do poeta por aquela que ainda não é mãe é sempre furtivo.
Como poeta de sucesso, o artista conseguiu tudo que possui por sua palavra,
mas foi a mulher quem reergueu a casa que havia sido queimada.
A palavra é tema forte no filme,
tanto para descrever os processos de criação artísticos humanos como divinos.
No momento que a mulher reclama o amor do marido e que ela se revela devastada, ele a ama.
Nessa hora ela se reconhece fecundada e, por isso, a inspiração volta ao marido que escreve um poema definitivo.
O filho inspira a poesia.
Ou melhor, o filho é a própria palavra do poeta feito carne. 
Os conflitos começam logo no início quando a paz do casal é perturbada pela visita de um fã,
alguém que vive pela palavra do poeta e a quem este passa se dedicar.
Esse fã é o primeiro homem, Adão.
Logo chegará sua mulher, uma espécie de Eva.
É ela que introduz o marido no escritório do poeta e lhe entrega um misterioso cristal, que sobrara do primeiro incêndio, e o qual ninguém deveria tocar.
O cristal se quebra e com isso vem a expulsão do casal daquele espaço e o seu trancamento pelo poeta.
Trata-se do fruto do conhecimento do bem e do mal e da privação do paraíso.
O poeta não deixa de amar seus hóspedes,
o que angustia sua esposa, que se sente abandonada.
Nessa história chegam seus filhos, numa releitura de Caim e Abel,
que brigam pelo amor do pai.
Como no Gênesis, um mata o outro.
Caim carrega uma marca na fronte, um sinal de seu crime.
O velório acontece na casa, que recebe toda sorte de gente e passa a tratar a casa e a mulher com desdém.
A invasão daquelas pessoas e o desrespeito pela mulher chegam ao limite quando duas pessoas sentam numa pia ainda não firmada e fazem estourar o encanamento.
As águas que jorram por todo lado representam o dilúvio, fim de um ciclo no filme e na história da humanidade.
A figura da pia também é interessante, porque o cristianismo, realizando batismos em uma pia batismal,
via nela um símbolo também do dilúvio e entendia que, pelas águas, a humanidade se renovou e, no batismo, mergulhados em Cristo, também seriam renovados.
Depois do dilúvio a terra fica vazia e é nesse momento que mãe engravida e a casa se recupera.
Mas, quando o poema derradeiro é publicado, pessoas de todos os lugares, como os Magos do Oriente, vêm prestar-lhe homenagem.
E cada qual que o leu recebeu ao seu modo.
É nesse momento que começa o trecho mais insano do filme.
A palavra do criador é recebida de distintos modos e as pessoas começam a depredar a casa em busca de algo do poeta, como um caçador de relíquias faz com o que pertencera a um santo.
A mesma palavra que inspira e consola, mal recebida, provoca destruição, conflito, guerra e morte.
E é isso que acontece no filme.
A casa se torna até cenário de guerra, a todos os conflitos históricos do mundo.
A guerras cívicas, guerras políticas e guerras de líderes religiosos que,
num momento, exaltam a palavra e sua inspiração e, em outro, matam.
Em meio ao caos do mundo nasce a criança e o silêncio reina.
Tudo para.
Vemos a figura plena da Mãe,
tal qual Maria com a criança ao colo.
Eis o filho da terra e do poeta,
imagem do Filho do Homem e Filho de Deus.
O pai dá o filho aos fãs, atendendo ao seu desejo de tocá-lo, pois o buscam para ter vida.
E eles o matam e em seguida comem sua carne e bebem do seu sangue.
Significando a santa ceia do corpo e do sangue de Cristo.
Tudo é marcado pelo encontro e desencontro entre o poeta e a mãe.
Ela o acusa de egoísmo, de querer ser apenas amado, de não amar.
Ele não nega, nem endossa.
Tratado nos créditos apenas como “Ele”, o poeta é um eterno estranho que, apesar de tudo, pede que a amada ainda se doe mais.
Há muito que dizer sobre o filme e seus detalhes, como o lado aberto de Adão,
de onde se extrai a costela,
ou mesmo o coração que é dado como símbolo de amor, condição para a ressurreição.
Em Mãe! estão os processos criativos e as dinâmicas de recepção, está a história do mundo e das religiões.
Residem perspectivas judaico-cristãs mas também ecológicas que provocam sobre o cuidado da Terra.
Sobretudo, fica de Mãe! o mal-estar pela ausência de Deus.
Fica também a desesperança pela humanidade, o desespero humano e ainda a esperança de renovação.
Nesse filme também podemos interpretar a mulher na sociedade.
Observem a submissão, a renuncia, os cuidados, os caprichos, a devoção que essa mulher tem com o seu marido e com a sua casa?.
Ou seja, ela é completamente sujeita ao marido.
Não tem oportunidade de falar, opinar, expressar os seus sentimentos.
Ele não tem retribuição alguma do seu amado, ela é totalmente governada, refém da sua inferioridade feminina.
É um filme repleto de simbolismos, que exige do telespectador um pouco de senso crítico para questionar e refletir profundamente sobre cada assunto.

sexta-feira, 12 de março de 2021

Sobreviver ao vírus

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Tudo o que o Brasil não precisava agora era a antecipação das eleições de 2022.
Mas, no meio de uma pandemia,
onde faltam leitos,
vacinas, respiradores e até oxigênio,
o STF achou uma boa ideia anular as condenações do Lula e passar a julgar o Moro.
Depois de quase cinco anos, descobriram que estava tudo errado na 13ª Vara de Curitiba,
no TRF-4, no STJ e no próprio STF,
onde foram aceitos vários habeas corpus e recursos.
Eu me pergunto a que Tribunal vamos poder recorrer para decidir se todo esse equívoco foi só distração,
só incompetência ou só as duas coisas?
A nova temporada de provas rejeitadas, sentenças anuladas, inquéritos arquivados,
acontece no mesmo país onde a Câmara dos Deputados funcionou numa sexta-feira para tentar aprovar a PEC da Impunidade.
No Rio, vossas excelências estão preocupadas em trocar o nome do Maracanã.
Tudo isso porque há uma certa esquizofrenia na Justiça e na política brasileiras, impregnadas de pessoas que se lixam pra urgências ou prioridades,
só pensam em guerra e não querem paz.
Só pensam no poder, no querer e no seu EU.
Isso é uma verdadeira desumanidade, um verdadeiro horror.
Isso é uma hipocrisia que é uma marca da política, uma covardia comum no exercício do comando.
No entanto para superar os desafios que realmente importam,
o Brasil precisa de um armistício jurídico, de um cessar-fogo político,
a fim de se concentrar no verdadeiro inimigo, que é o coronavírus.
O país inteiro deveria estar mobilizado na batalha contra a Covid, que está levando embora nossos filhos, pais, avós, parentes e amigos.
Essa, sim, é a guerra que precisamos lutar e precisamos vencer.
A revanche, ou o terceiro turno, entre o bolsonarismo e o lulopetismo pode esperar.
Principalmente porque, também nesse caso, a alternativa é a morte.
Então, vamos tratar primeiro de sobreviver ao vírus, para depois sobreviver a um outro vírus chamado políticos.

quinta-feira, 11 de março de 2021

Poema sobre o passado imprevisível

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O Brasil segue sendo o país das incertezas, sufocado por inseguranças jurídicas,
por infidelidades políticas e por instabilidades econômicas.
Tamanha volatilidade faz representa a única condenação sumária e irrevogável, que nos aflige no bolso,
no emprego e na comida sobre a mesa.
Não importa o governo, o partido,
o dogma,
o rito ou o mito,
é cada vez mais impraticável, quase impossível,
planejar,
organizar e executar qualquer estratégia de crescimento ou desenvolvimento.
Leis,
regras,
normas,
diretrizes,
decretos,
noticiários em geral sempre mudam ao sabor do vento,
ao estalar dos dedos,
ao piscar dos olhos.
As autoridades parecem não aprender nunca que as verdadeiras urgências da nação dependem de previsibilidade, independente da direção ou do rumo.
Sem previsibilidade, chega-se ao ponto de acreditar que pior do que a direção errada é não ter rumo algum.
O Brasil tem que deixar de ser esse lugar onde até o fracasso sobe à cabeça.
O Brasil tem que deixar de ser esse lugar onde até o passado é imprevisível.

quarta-feira, 10 de março de 2021

Monumentos à corrupção e à impunidade

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Você dorme sonhando com a prisão em segunda instância, e acorda com o Lula solto.
Você dorme sonhando com a Nova Política,
e acorda com o centrão ditando regras.
No Brasil ninguém é inocente nesse episódio da anulação das condenações do ex-presidente.
A começar pelo próprio Lula que, de tanto errar, disseminou um antipetismo capaz de vitaminar e eleger o Bolsonaro.
Bolsonaro, em contrapartida, de tanto errar acabou ressuscitando um adversário fortemente indesejável,
um adversário que era ruína e agora é aparenta reconstrução.
A incapacidade do atual presidente de agir dentro da estabilidade,
normalidade e governabilidade também estimulou agressões e ameaças contra o Supremo, o Judiciário e a democracia.
O STF, então, reagiu com atuações ora legítimas,
ora imaturas;
ora necessárias,
ora irresponsáveis.
Exatamente como acontece com o país, vira e mexe o Tribunal dividido nos oferece combinações duvidosas de politização e polarização.
Não por acaso, no voto de ontem pela suspeição do ex-juiz Sergio Moro,
o ministro Gilmar Mendes fez um discurso cheio de contexto político,
mais parecendo um vereador em cima de caixote de feira.
Moro, por sua vez, contribuiu para a confusão no dia em que aceitou ser ministro do maior rival do maior réu da Lava Jato.
Não imaginou o tamanho do abismo que abriria com seu pequeno passo político mal calculado,
mal articulado,
mal executado.
Enfim, provas rejeitadas,
sentenças anuladas,
inquéritos arquivados e bandidos soltos são pragas que nunca nos faltarão.
O Brasil tem que deixar de ser esse lugar que ergue monumentos à corrupção e à impunidade.

segunda-feira, 8 de março de 2021

Poema sobre o dia das mulheres

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Não por acaso, se saíram melhores os países comandados por mulheres,
como Taiwan,
Islândia,
Noruega e Nova Zelândia.
Na Alemanha, Merkel promoveu um amplo entendimento nacional contra a Covid-19.
Ela acumulou bons resultados no sistema de saúde,
bons pontos na sua própria popularidade e bons motivos para influenciar na sua própria sucessão,
depois de 15 anos no poder de forma pragmática e democrática.
Em comum, essas grandes lideranças femininas colocou a doença como coisa muito séria, respeitaram os conhecimentos, parâmetros ou limites científicos, bem como
acataram as recomendações básicas dos órgãos sanitários e das autoridades especializadas.
Na minha opinião, a superioridade das mulheres em relação aos homens não se restringe ou se resume somente ao enfrentamento dessa tragédia,
sem distração com debates sobre lockdown, quarentena ou cloroquina.
O fato é que elas representam 70 por cento da ocupação profissional na área de saúde no mundo, e isso, felizmente,
é uma boa notícia ou, pelo menos, um alento no combate ao coronavírus.
Claro que onde houve gestão e sensibilidade a pandemia foi debelada com muita competência.
Mas o toque feminino está fazendo a diferença,
porque essas mulheres também souberam unir as classes políticas de seus países.
Fizeram isso a favor de medidas de consenso e sentido de urgência em torno da ideia de que numa crise,
o mais importante de tudo é sobreviver a ela.
Por isso, deixo a minha saudação à vida das mulheres e, em especial,
à mulher da minha vida, Daniele Cristina.

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