quarta-feira, 10 de março de 2021

Monumentos à corrupção e à impunidade

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Você dorme sonhando com a prisão em segunda instância, e acorda com o Lula solto.
Você dorme sonhando com a Nova Política,
e acorda com o centrão ditando regras.
No Brasil ninguém é inocente nesse episódio da anulação das condenações do ex-presidente.
A começar pelo próprio Lula que, de tanto errar, disseminou um antipetismo capaz de vitaminar e eleger o Bolsonaro.
Bolsonaro, em contrapartida, de tanto errar acabou ressuscitando um adversário fortemente indesejável,
um adversário que era ruína e agora é aparenta reconstrução.
A incapacidade do atual presidente de agir dentro da estabilidade,
normalidade e governabilidade também estimulou agressões e ameaças contra o Supremo, o Judiciário e a democracia.
O STF, então, reagiu com atuações ora legítimas,
ora imaturas;
ora necessárias,
ora irresponsáveis.
Exatamente como acontece com o país, vira e mexe o Tribunal dividido nos oferece combinações duvidosas de politização e polarização.
Não por acaso, no voto de ontem pela suspeição do ex-juiz Sergio Moro,
o ministro Gilmar Mendes fez um discurso cheio de contexto político,
mais parecendo um vereador em cima de caixote de feira.
Moro, por sua vez, contribuiu para a confusão no dia em que aceitou ser ministro do maior rival do maior réu da Lava Jato.
Não imaginou o tamanho do abismo que abriria com seu pequeno passo político mal calculado,
mal articulado,
mal executado.
Enfim, provas rejeitadas,
sentenças anuladas,
inquéritos arquivados e bandidos soltos são pragas que nunca nos faltarão.
O Brasil tem que deixar de ser esse lugar que ergue monumentos à corrupção e à impunidade.

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