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Neste 12 de outubro, Dia da Criança,
eu volto a pedir a todos os ouvintes,
se puderem, quando puderem, 1 minuto de silêncio, reflexão e solidariedade.
Silêncio, reflexão e solidariedade a todas as famílias daquelas crianças que não estão mais aqui para celebrar este dia.
Dia de homenagem à pureza, à doçura e à inocência tiradas das crianças e de suas famílias por balas de fuzil, escopeta ou metralhadora.
Balas que nem esperam mais o bebê nascer ou a infância florescer.
Balas capazes de matar a esperança dentro de casa ou dentro do útero da mãe numa espécie de realismo fantástico inimaginável até na ficção mais desprezível.
Daí que, quando a vida real se torna mais absurda e abjeta que os filmes e as novelas,
é hora de todo o Brasil se render às evidências de que o país fracassou.
Fracassou como modelo de estado,
fracassou como projeto de nação e fracassou como lugar de gente.
Pelo menos para as famílias que perderam suas crianças e suas esperanças,
hoje o Brasil não passa de selva, curral ou chiqueiro do inferno.
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