sexta-feira, 7 de abril de 2023

Esta consumado

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Jesus amanhece preso.
Desde a madrugada parece que o inferno foi liberado para infringir a Ele as  mais torturas físicas e psicológicas para que, se valendo do pior que há em nós, Ele simplesmente desista.
Desista de nós. 
Lembro que em outras ocasiões estressantes, Ele bradava “geração perversa!.
Até quando vou suportar vocês?” 
Mas hoje Ele permanece mudo.
Calado.
Negando se defender.
Permitindo que os político-religiosos sempre eles sacrificasse um inocente, impondo-lhe um pacote de maldades.
A inveja,
o ciúmes,
o ódio,
a traição e a covardia.
O prazer psicopata na violência gratuita, o escárnio homicida,
o cinismo,
a vingança e a mentira. 
E tudo que não presta em nós une forças ilimitadas contra o Homem que alega nos amar sem limites. 
Ele quer ir até o fim.
Vai tentar!.
As pessoas pagaram pra ver!.
E viram!.
Viram que Ele suportou até gritar pro universo: “Está feito!.
Tudo pago, tudo consumado,
tudo resolvido, tudo perdoado”!.
E quem vive nessa Fé morreu com Ele naquela sexta para tudo aquilo que o condenou!.
Quem com Ele foi crucificado hoje recebe a garantia de que ressuscitará domingo!.
Hoje!.
Dia de limitar sentimentos hostis.
Dia de refletir como posso fazer ressurgir minha melhor humanidade!.
Dia de não desistir de si.
Nem dos outros, pedindo que Deus perdoe-lhes porque não sabem o que fazem por mais que saibam o que fazem.
Hoje!.
Tem abandono,
tem traição,
tem tortura,
tem dor,
tem crucificação,
tem morte.
No sábado tem o silêncio da sepultura, tem angústia,
tem incerteza,
tem escuridão de tumba. 
No domingo tem ressurreição,
tem vida,
tem recomeço,
tem alegria,
tem esperança.
Há que haver morte para que haja ressurreição.
Há que haver o silêncio do sepultamento para que renasça a manhã da nova vida. 
Há que haver esperança de que tudo tem seu tempo certo para acontecer. 
Deixe morrer em você o que precisa morrer.
Respeite o silêncio do sepultamento de suas dores e do passado.
Reviva com a alegria da ressurreição!.




Poema sobre a Sexta-feira Santa

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A sexta-feira dos judeus começa na quinta-feira às seis da tarde e termina na sexta à mesma hora ao entardecer.
Portanto, na última sexta-feira de vida físico, terrena de Jesus Ele foi traído.
Traído, negado e deixado pelos Seus amigos!.
Assim, do ponto de vista psicológico, relacional da Páscoa de Jesus,
tem-se a sexta-feira das traições, negações, abandonos e maus tratos; tem-se o sábado do silencio do Traído,
o choro dos negantes e a morte por suicídio de um dos traidores emblemáticos, Judas; e no domingo tem-se o grito do Traído vencendo todas as traições com a força da Ressurreição, que perdoa a todos os cativos da morte; posto que a morte,
ou o medo de morrer, sejam os fatores que, associados à inveja, frustração ou qualquer outro sentimento que decorra do medo da morte ou da necessidade de não perder a vida ou a oportunidade da existência façam as pessoas,
por caminhos diversos, traírem, negarem ou fugiram do amor antes confessado.
Assim, se a Páscoa nos fala da Libertação da morte e do medo de morrer, bem como nos anuncia a vitória da Ressurreição sobre as garras da morte, do mesmo modo nos fala de nós mesmos; sim, do nosso poder de negar e de trair; bem como do nosso poder de ressuscitar mortos pela via do perdão.
Quem nunca foi traído por algum amigo ou por vários deles?.
Eu já fui traído muitas vezes, e já trair amigos que ainda hoje são os melhores amigos pelo poder da Ressurreição.
Sim, pois Perdão é Ressurreição!.
No Evangelho Perdão é o poder que Ressuscita os que se suicidaram ante os nossos olhos, ou que nos traíram quando antes nos confessavam apenas amor.
Os temas de tais traições são diversos, bem como sua gravidade ou intensidade destrutiva.
Sim, pois há as traições que negociam você, como fez Judas; e há as traições que negam você, como fez Pedro;
e ainda há a traição dos que fogem de medo, racionalizando.
Quem me lê e me entende; e esse Ressuscita os mortos; posto que os traga de volta à vida pelo Perdão que ressuscita.
Que todos sejam perdoados Nele,
que Ressuscitou para me perdoar eternamente, e para me dar o poder de ressuscitar os que se mataram ante os meus sentidos.
Façamos isto em memória dEle.
O Domingo está chegando, há esperança!.




quinta-feira, 6 de abril de 2023

A maldade humana que não tem limites

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Nos últimos anos a sociedade foi adoecendo ainda mais,
sendo ensinada a resolver as coisas com violência, eliminando seus inimigos.
Discursos de ódio contra a escola, contra professores,
com a ideia de que o ambiente escolar é antro de maconheiro e os professores são infiltrados político.
Foi nesses últimos anos que as células neonazistas mais cresceram,
e eles mobilizam os jovens de alguma forma.
Jovens e crianças estão dentro de suas casas ouvindo seus pais destilando todo tipo de ódio, aplaudindo a justiça com as próprias mãos, elogiando torturadores e votando em quem defende o extermínio de quem a gente considera inimigo.
As crianças crescem absorvendo a ideia de que matar é algo natural quando feito por uma suposta “boa causa”.
Eles percebem que tirar a vida de alguém não é algo tão bárbaro assim.
A violência foi naturalizara, e os jovens perderam a noção da importância da vida.
Quando é naturalizado e defendido friamente a morte de quem quer que seja, o significado da vida se derrete.
E, praticar assassinato, seja por ódio, seja por um desafio de algum jogo macabro, seja pelo motivo que for, matar se torna natural,
pois a vida não teria todo esse valor.

Todos morremos um pouco

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Só a ‘tristeza’ define o nosso sentimento ante o massacre de crianças na creche de Blumenau!.
Amanhã será outro dia,
mas jamais seremos o mesmo!.
Porque a ‘tristeza’ inundou nossos corações! 
De onde vem a ‘tristeza’?.
Como se formou a palavra que expressa esse sentimento?.
A etimologia da ‘tristeza’ é tão nublada quanto a emoção. 
Cores,
dores,
grãos,
pó,
pedaços.
Tudo isso faz parte da ‘tristeza’,
essa coisa que nos tritura por dentro, consome a alma.
Faz anoitecer o dia.
Mas amanhã será outro dia.
Enquanto isso lembraremos sempre desse dia nos triturando com sinais de adoecimento galopante.
Todos morremos um pouco com essa violência.


quarta-feira, 5 de abril de 2023

Poema sobre a creche em Blumenau

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Hoje é um daqueles dias em que me recolho no silêncio.
Desde antes do almoço,
quando a notícia da barbárie nos tirou a todos o sossego e nos levou a sensatez, que não encontro palavra.
Meu dicionário está vazio de palavras e, especialmente, de sentido. 
Só um nó e uma pergunta martela minha mente:
Como pode que se replique o mal,
como tem acontecido em várias escolas nos últimos tempos.
Por que não replicam o amor?.
Me incomoda ainda mais que muitos preferem agredir e odiar o padre Júlio Lancelotti, que nos ensina a amar sem balança.
Podiam imitá-lo, não?.
Mas, parece que preferem repetir atentados, feminicídios, violência, agressão racial.
É só cair na boca da mídia, que já outro fato ainda mais grave se repete.
Por que?.
Tem uma história, que vem do campo de concentração de Ausschwitz,
onde três detentos foram condenados à forca diante de todos os detentos.
Os dois mais velhos morreram logo, assim que penderam.
O terceiro, um jovem, se debateu e debateu, em longa agonia.
Um detento perguntou a outro: Onde está o teu Deus agora?.
Por que ele permite coisas assim?.
O que assistia ao seu lado, ficou pensativo e respondeu: O meu Deus está lá, pendurado naquelas cordas.
Deus não nos abandonou.
A cruz de Cristo é Deus pendurado lá,
se solidarizando com as nossas dores e com as tragédias causadas pela loucura humana.
Que o Deus crucificado nos abrace e nos console em nossas dores e em nossa incompreensão do que aconteceu na creche hoje pela manhã.
Que o Deus da cruz não nos faça investir numa escalada de violência.
O Deus solidário é que nos ajudará a mudar este mundo louco,
que prefere repetir os maus exemplos, em vez de praticar e viver o amor.
Que o Deus solidário, ali, pendurado naquela cruz da Sexta-Feira Santa,
nos torne solidários também.
Olhemos as dores dos outros e os abracemos.
Não suporto mais as notícias de violência.
Me quebra ao meio saber que criancinhas são assassinadas pela cultura da violência que nos dominou.
Me ira lembrar das frases de defensores de governos tirânicos e mais ainda me lembrar dos representantes do povo simulando armas e gritando frases de morte.
Me ira, sobretudo, quem fingiu que não viu, por conveniência qualquer.
Gente que escolheu conviver com o lado mal de si, que resulta agora na matança de pequeninos por gente imersa na insanidade da violência terrorista.
Blumenau sofreu hoje seu atentado mais escandaloso.
4 crianças mortas à machadadas.
Não consigo entender.
Me lembro que "por causa da iniquidade, o amor se esfriará em quase todos".
Oro para que não se esfrie em mim.
Deus foi morto em Blumenau.
4x até agora.
Meu Deus não mata, morre.
E ressuscita em cada coração que se deixa vencer de amor.

terça-feira, 4 de abril de 2023

Pelos frutos os conhecereis

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Jesus disse “Pelos frutos os conhecereis”.
Algumas pessoas pensam que esses frutos são os “Frutos da Igreja”.
Ir na vigília de oração,
participar do culto de doutrina,
tomar a ceia,
ler a Palavra,
fazer evangelismo,
jejuar,
ir na escola bíblica,
ou seja, os frutos acabam se resumindo a uma agenda eclesiástica,
são frutos bichados!.
Quem dá esse tipo de “fruto”, adequa-se as regras comportamentais e fica em dia com a medição do “trabalho na obra”, é um sistema de organização do sagrado, nada pode produzir senão engano e tristeza.
Por isso vemos tanta gente que já leu a bíblia inteira, mas nada entendeu sobre a mensagem, ou os que fazem orações irretocáveis, com retórica e eloquência, mas sem ter experimentado a graça e a misericórdia como expressão do amor que vaza do coração.
Fruto, no Evangelho, não é fazer,
é ser, pois o bem aventurado é aquele que é!.
Sim, fruto é paz, alegria, mansidão, generosidade, solidariedade,
fruto é chorar pelas dores da Terra,
é afeiçoar-se dos excluídos,
é vencer preconceitos, é perceber-se como gente do bem, da verdade e da justiça.
O mais, digo com tristeza, é apenas a performance da religião sendo exibida no teatro do templo, a nudez da figueira recoberta de folhas, flagrada em plena performance, mas esvaziada dos frutos da vida.

segunda-feira, 3 de abril de 2023

Poema sobre as academias

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A academia seduz.
Não só aquela que forma os músculos, mas a que forma pensamentos.
O vício na academia é chamado de academicismo, em que a pessoa não consegue fazer com que as ideias saiam para a vida.
Quando sai, muitas vezes viciado, o acadêmico traz o academicismo junto e arrasta consigo um comportamento arrogante, uma linguagem incompreensível, um discurso completamente lógico mas sem qualidade no cotidiano das pessoas simples.
Gosto de como Jesus tratava os acadêmicos de seu tempo.
Ao ser questionado, retrucava: você sabe.
Como você aplica o que sabe?.
E no caso da pessoa insistir num debate que não traria nada de relevante ao viver urgente, Jesus contava um causo, uma parábola, e sentenciava: Entendeu?.
Então vai lá e faz.
Com o advento da Internet, muitos de nós encontramos um ambiente para difusão de ideias.
Enquanto discípulos de Jesus,
no entanto, rompermos o ambiente das idealizações para uma prática do que se discerniu.
Uma falação atraente que não rompe os muros do intelecto para gerar vida.
Vira ladainha.
Passa a atrapalhar na promoção das causas da vida humana.
Marx afirmou que "os filósofos limitaram-se a interpretar o mundo de diversas formas; o que importa é modificá-lo".
Hoje, curiosamente, muitos ditos marxistas mais filosofam do que praticam, viciados na ideia, sem ideal.
Conheço muita gente com pensamento apurado, gente que quer mudar o mundo sem coragem de arrumar o quarto.
São incapazes de mudar a própria realidade, quanto mais enfrentar as mazelas da sociedade.
Inventando neologias, vão de congresso em congresso para pensar a vida sem vivê-la, preocupados no modo correto de expressar um novo conceito.
Einstein dizia que "Se você não pode explicar algo de forma simples,
então você não entendeu muito bem o que tem a dizer".
Ora, quem não entende o que têm a dizer, como entenderá o que se têm de fazer?.
É muito conceito para pouca prática.
Como cansa essa masturbação intelectual que teme a transa real e cheia de tesão na vida!.

domingo, 2 de abril de 2023

Poema sobre o Domingo de Ramos

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Havia uma expectativa no ar.
Todos comentavam entre si que finalmente chegara o dia em que o Messias tão esperado adentraria triunfantemente em Jerusalém; dirigindo-se ao palácio, deporia Herodes, o rei fajuto, marionete do império romano.
Um jovem galileu surgira na periferia, fazendo milagres, exorcizando demônios, alimentando multidões. Além de tudo, pertencia à linhagem real.
Só poderia ser Ele, o filho de Davi,
que libertaria Seu povo do domínio romano, e assumiria o trono do qual era herdeiro.
A cidade estava em polvorosa.
Munidos de ramos, todos dirigiram-se ao portão principal para dar boas vindas ao que vinha em nome do Senhor.
HOSANA!.
Os tempos áureos voltaram!.
Viva o Filho de Davi!.
De repente, desponta no horizonte um figura doce, serena, montada num jumentinho.
Seus discípulos O precediam e engrossavam os brados de hosana.
Acostumados em assistir às paradas triunfais, em que reis e generais se apresentavam montados em extravagantes corcéis, a imagem d’Aquele galileu montado num jumento era, no mínimo, frustrante.
Mesmo sem entender direito o que acontecia, os brados de hosana se intensificavam.
Talvez aquilo fosse um recurso cênico, visando identificá-lO com as camadas mais pobres e oprimidas da sociedade.
Ninguém podia supor que o jumentinho era emprestado.
Ao atravessar o portão da cidade,
todos imaginavam que Ele Se dirigiria ao palácio, liderando o povo para um golpe de estado, mas em vez disso,
Ele toma o lado oposto, e Se dirige ao Templo.
Possivelmente muitos pensaram que Ele faria uma breve escala no templo, a fim de legitimar Seu motim, buscando apoio da casta sacerdotal.
Inusitadamente, Sua feição é transformada.
O galileu humilde montado num burrinho, agora improvisa um chicote, um azorrague, adentra os pátios do templo, e de lá expulsa os cambistas e mercadores.
Os brados de hosana foram substituídos por burburinhos.
Todos estavam enganados em suas expectativas.
Ele não estava interessado em ser unanimidade.
Não buscava apoio dos sacerdotes,
nem dos dos principais partidos religiosos.
O reino que Ele representava não propunha mudanças que começassem pelo palácio, mas pelo templo.
A Casa de Seu Pai estava sendo profanada, transformada num mercadão a céu aberto.
Antes de instaurar a ordem do reino, aquela “ordem” teria que ser subvertida.
Mesas de pernas pro ar!.
Gaiolas abertas!.
Cambistas expulsos!.
O mesmo Cristo do jumentinho é o Cristo do chicote.
Não confunda Sua humildade com passividade.
Ele jamais fez vista grossa às injustiças dos homens.
Depois de limpar o terreno, cegos e coxos Lhes são trazidos, e Ele os cura ali mesmo.
De repente, o silêncio é quebrado por brados de hosana, que desta vez vinham dos lábios de crianças.
Os sacerdotes, indignados, perguntam se Ele não se incomoda com aquilo. Jesus responde: Vocês jamais leram?.
Da boca das crianças é que sai o mais puro louvor.
Repare nisso: Os hosanas bradados à entrada de Jerusalém não mereceram qualquer comentário de Jesus. Entretanto, Ele sai em defesa das crianças que O louvavam com a mesma expressão.
Por quê?.
Porque estes eram legítimos, desprovidos de interesses.
Os hosanas de quem O recepcionou à porta da cidade foram interrompidos, tão logo Jesus feriu seus interesses.
Os mesmos lábios que O enalteciam, dias depois clamavam por sua crucificação.
Quão volúveis somos nós, humanos.
Num dia aplaudimos, noutro vaiamos.
Quem hoje é unanimidade, amanhã é execrado. 
Aqueles O louvavam por imaginarem que Jesus planejava um golpe político,
e que, em posse do trono, romperia relações com Roma, reduziria a carga tributária, e restabeleceria a monarquia de Davi.
Mas Jesus tinha em mente outro tipo de revolução.
Somente as crianças estavam prontas para isso.
Naquele momento, Jesus Se tornou no super-herói da meninada.
Só Ele teve a coragem de desafiar o status quo.
Só Ele ousou enfrentar os que detinham o monopólio religioso.
Enquanto as crianças O louvavam,
os adultos, indignados, já pensavam em como detê-lO.
Foi esta postura subversiva que Lhe custou a vida.
Começava ali a contagem regressiva para que o Cristo subversivo fosse morto, não por defender uma ideologia, mas um ideal, o ideal do Reino de Deus.
Desde então, o grito de “hosana” deveria ter conotação subversiva,
e não ser mais um jargão religioso.
Que seja o hosana das crianças, dos representantes do futuro,
aqueles para os quais é o reino dos céus, e não o hosana dos interesses inconfessáveis, do monopólio,
da religiosidade insípida, do jogo político.
É triste e revoltante ver tantos cristãos deixando seus cultos dominicais portando ramos nas mãos, sem com isso serem cúmplices de Deus na instauração do Seu reino.
Que a religião instituída desista de tentar domesticar Jesus.
Que ninguém se atreva a reduzir Sua agenda às nossas expectativas e paixões ideológicas.
Aos líderes evangélicos que fazem coro com o que há de mais perverso no cenário político brasileiro, preparem-se para receber uma visita relâmpago de Jesus em suas próprias igrejas.
Assim como os cambistas transformaram o pátio do templo num mercadão a céu aberto, muitos estão transformando a igreja em curral eleitoral.
O Cristo que derruba mesas, também derruba púlpitos e altares.


sábado, 1 de abril de 2023

Poema sobre a encarnação do Verbo

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No princípio era o evangelho e o evangelho era Cristo e Cristo falava de vida. 
Ele veio para todos, mas nem todos o aceitaram 
mas todos quantos o aceitaram
foram adotados como filhos de Deus e eles creram na loucura do evangelho e Cristo lhes deu vida, esperança e amor.
E lhes deu do seu Espírito.
E lhes prometeu a cidadania no reino de Deus
Todos os grandes eram pequenos todos os ricos eram pobres e todos se amavam e esperavam o novo reino.
Mas o evangelho virou religião e a religião assentou-se nos tronos e os tronos prometiam poder.
A religião veio para o Estado, mas nem todos a aceitaram.
Mas a todos quantos a aceitaram, deu-lhes o poder sobre as almas dos homens e o Estado agarrou a loucura da religião oficial.
E os tronos lhe deram dinheiro,
poder e fama.
E lhes mesclou o espírito. 
E lhes prometeu todos os reinos do mundo todos os ambiciosos se ajoelharam 
todos os grandes beijaram a mão mas os pequenos resistiram.
E guardaram o evangelho de Cristo.
Depois o evangelho virou ciência e a ciência ocupou as academias e as academias prometeram a luz da razão. 
Ela veio para os eruditos, mas nem todos a aceitaram mas a todos quantos a aceitaram
deu-lhes a ilusão de saber e os eruditos tentaram prender a fé e a academia lhes deu títulos, cátedras e anéis e lhes confundiu o espírito e lhes prometeu o domínio de Deus.
Então os eruditos perderam a fé muitos doutores perderam o caminho mas os filhos contemplaram o mistério e continuaram na esperança do novo reino.
Depois o evangelho virou império e o império converteu a religião e a religião serviu o império. 
Ele veio para controlar, mas nem todos se submeteram mas a todos quantos se submeteram
deu-lhes a coroa e cetro. 
E os imperadores se tornaram deuses e os deuses se tornaram imperadores e lhes inflou o espírito e lhes prometeu o supremo poder.
Então o império matou a fé e muitos morreram com ele mas os humildes da terra aguardavam um novo reino.
E evangelho foi levado à guerra e encheu o mundo de armas e por ele se derramou muito sangue. 
A guerra veio para os heróis, mas nem todos a aceitaram mas a todos quantos a aceitaram 
deu-lhes escudos, batalhões e dor.
E os cruzados impuseram a fé e encheram a terra de cruzes. 
E se lhes amargou o espírito. 
E julgaram implantar a 'pax religioni'.
Muitos guerreiros viraram pastores e muitos pastores se tornaram guerreiros mas os pacificadores resistiram e amaram a mansidão do novo reino
O evangelho também foi tribunal e o tribunal julgou deuses e homens condenaram corpos e almas. 
O julgamento caiu sobre todos mas nem todos o aceitaram e todos quantos não aceitaram foram julgados, queimados e apedrejados.
E o tribunal inquisitório deu plenos poderes e os constituiu juízes dos deuses. 
E lhes corrompeu o espírito. 
E quiseram julgar até Deus.
Muitos foram excluídos da fé mas os justos perdoavam porque haviam sido perdoados e aguardavam o reino.
Então, o evangelho virou cultura, e a cultura se espalhou pelo mundo. 
E a cristandade definia a cultura veio para os europeus, mas o novo mundo a recebeu e a todos quantos a receberam 
deu-lhes a primazia da escolha.
E a cultura virou moda. 
E lhes deu ideias, arte e espaço. 
E liberou todos os espíritos e lhes criou seu próprio Deus. 
A cristandade prosperou.
E quiseram recriar o paraíso. 
Mas os simples continuaram crendo na simplicidade do reino de Deus. 
E fizeram do evangelho dinheiro e o dinheiro comprou o evangelho e o evangelho deu lucro.
Veio para atender os mercadores, mas alguns temeram.
Mas a todos quantos o aceitaram 
deu-lhes o mercado. 
E muitos gostaram do dinheiro e lhes deu marcas, audiência e poder e entristeceram o Espírito e cobravam pelo reino de Deus. 
Muitos foram feridos e escandalizados.
E a fé se tornou produto, lucro e negócio. 
Mas os filhos de Deus não aderiram.
Porque esperavam o reino que vem.
No princípio era o evangelho e o evangelho era o próprio Cristo e Ele se fez homem e habitou entre nós e vimos a sua formosura, formosura como do próprio Deus. 
Cheio de graça e verdade. 
Mas a verdade perturba.
E a graça ofende.
Mas todos quantos recebem ainda são adotados na família de Deus. 
O evangelho é tão somente evangelho vida de Deus na fraqueza humana.
Porventura, quando vier o reino haverá esperança?.
Que haja, Senhor, esperança dos mansos da terra.
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus encarnado em Jesus para reconciliar o mundo.
A encarnação de Deus nos conecta de volta a ele, pois ao vivenciar tudo que vivenciamos, ele se torna um de nós.
E quando apenas um de nós vive sem pecado, então todos nós somos santificados.
Quando Deus se encarna e vive na pele o que nós vivemos, ele une terra e céu.
Na Cruz Deus está dizendo que o perdão já existe desde a fundação do mundo, e de Graça.


sexta-feira, 31 de março de 2023

31 de Março

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O que aconteceu no 31 DE MARÇO DE 1964, foi um golpe de Estado.
Não foi uma revolução.
O que parte das ruas é revolução.
O que parte de quartéis é golpe de Estado.
Nunca é demais lembrar que a igreja evangélica brasileira apoiou o golpe, defendeu a tortura, defendeu torturadores.
Dias depois do golpe, o JORNAL BATISTA publicou um editorial em que dizia: "Os acontecimentos político-militares de 31 de março e 1° de abril, que culminaram com o afastamento do Presidente da República, vieram, inegavelmente, desafogar a nação,  porque estávamos vivendo um clima pesado de provocações, de ameaças, de agitações, que nos roubavam o mínimo de tranquilidade necessária  para poder trabalhar  e progredir.
Necessária, inclusive, para a pregação do evangelho.
Nas edições seguintes, para legitimar o golpe, o JORNAL BATISTA passou a demonizar o presidente João Goulart.
O Jornal Batista tornou-se porta-voz, órgão de imprensa da ditadura.
Na edição de 31 de março de 1964,
o jornal O ESTANDARTE, da Igreja PRESBITERIANA Independente do Brasil, publicou o seguinte editorial
"O país tem novo presidente.
Nesta altura podemos afirmar que há governo nesta terra.
Temos um homem de autoridade  e austeridade para dirigir o leme do grande barco.
No mesmo dia, o jornal O BRASIL PRESBITERIANO, da IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL, publicava: "O Brasil, ilustre Marechal,  odeia o comunismo.
Na certeza imbatível de que a justiça exalta as nações e de que o pecado é o opróbrio dos povos, hipotecamos, Senhor Presidente, respeitosa e patrioticamente, enorme soma de confiança em seu governo."
Em 1972,  sob o AI-5, o jornal O MENSAGEIRO DA PAZ, da Assembleia de Deus, publica: "Coisa significativa e elogiável ainda mais é o interesse que hoje evidencia o Governo brasileiro em favor da juventude brasileira,  envidando  esforços orientativos e repressivos  às práticas más, de modo a ter o Brasil um futuro mais livre, tendo seus filhos ainda mais sãos de mente e de costumes."
Em 1974, quando o general Ernesto Geisel, um dos mais assassinos, membro da Igreja Luterana, assume a presidência, com direito a discurso do presidente da Igreja Luterana, o jornal presbiteriano publica: "Como vemos, Deus tem colocado seus servos em posição de destaque em nosso país." 
Na posse do Marechal Castelo Branco,
o Gabinete Geral da Igreja Metodista envia um telegrama ao novo presidente golpista, publicado anos depois no jornal O EXPOSITOR CRISTÃO:
"No ensejo de sua posse na presidência do Brasil, desejamos à Vossa Excelência  as abundantes bênçãos de Deus para um governo de compreensão, paz e progresso. 
Em todos os anos da ditadura militar no Brasil, pastores, esposas de pastores, filhos, protegidos, foram nomeados para cargos importantes nos governos, com destaque para batistas e presbiterianos.

O sacerdócio de Jesus

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No Velho Testamento, o sacerdote tinha tantos paramentos em suas vestes que ficava difícil fazer outra coisa que não o ofício do sagrado.
Era algo para o diferenciar dos demais, para impor respeito e admiração,
para destacar e sublinhar seu ofício.
Mas no sacerdócio de Jesus,
segundo a ordem de Melquizedeque,
a pompa foi deixada de lado,
as vestes extasiantes e os adornos foram trocados pela simplicidade,
pela humildade e pelo serviço,
não tinha como identificar Jesus em meio a um ajuntamento de pessoas, por isso Judas o beijou para que os soldados pudessem prendê-lo.
Sim, o requinte de Jesus era amar,
sua sofisticação estava em seus gestos, no acolhimento do caído, no abraço do leproso, no perdão da prostituta,
ele não era homem de cerimônias,
não tinha a empáfia de Herodes nem as vestes de Caifás, vestia-se de justiça e misericórdia.
Deus é escandaloso,
ele choca pela forma de nos mostrar que o que importa não aparece,
está no armário do coração,
e é nessa dimensão onde somos visitados pelo Espírito, para que nossas motivações possam ser provadas.
Creia: quanto mais alguém é de Deus, mas se humilhará, quanto mais tiver comunhão com Deus, mais desejará não estar em evidência, quanto mais se alimentar do Evangelho,
mais dirá “Convém que ele cresça e que eu diminua”.

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