sexta-feira, 31 de março de 2023

31 de Março

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O que aconteceu no 31 DE MARÇO DE 1964, foi um golpe de Estado.
Não foi uma revolução.
O que parte das ruas é revolução.
O que parte de quartéis é golpe de Estado.
Nunca é demais lembrar que a igreja evangélica brasileira apoiou o golpe, defendeu a tortura, defendeu torturadores.
Dias depois do golpe, o JORNAL BATISTA publicou um editorial em que dizia: "Os acontecimentos político-militares de 31 de março e 1° de abril, que culminaram com o afastamento do Presidente da República, vieram, inegavelmente, desafogar a nação,  porque estávamos vivendo um clima pesado de provocações, de ameaças, de agitações, que nos roubavam o mínimo de tranquilidade necessária  para poder trabalhar  e progredir.
Necessária, inclusive, para a pregação do evangelho.
Nas edições seguintes, para legitimar o golpe, o JORNAL BATISTA passou a demonizar o presidente João Goulart.
O Jornal Batista tornou-se porta-voz, órgão de imprensa da ditadura.
Na edição de 31 de março de 1964,
o jornal O ESTANDARTE, da Igreja PRESBITERIANA Independente do Brasil, publicou o seguinte editorial
"O país tem novo presidente.
Nesta altura podemos afirmar que há governo nesta terra.
Temos um homem de autoridade  e austeridade para dirigir o leme do grande barco.
No mesmo dia, o jornal O BRASIL PRESBITERIANO, da IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL, publicava: "O Brasil, ilustre Marechal,  odeia o comunismo.
Na certeza imbatível de que a justiça exalta as nações e de que o pecado é o opróbrio dos povos, hipotecamos, Senhor Presidente, respeitosa e patrioticamente, enorme soma de confiança em seu governo."
Em 1972,  sob o AI-5, o jornal O MENSAGEIRO DA PAZ, da Assembleia de Deus, publica: "Coisa significativa e elogiável ainda mais é o interesse que hoje evidencia o Governo brasileiro em favor da juventude brasileira,  envidando  esforços orientativos e repressivos  às práticas más, de modo a ter o Brasil um futuro mais livre, tendo seus filhos ainda mais sãos de mente e de costumes."
Em 1974, quando o general Ernesto Geisel, um dos mais assassinos, membro da Igreja Luterana, assume a presidência, com direito a discurso do presidente da Igreja Luterana, o jornal presbiteriano publica: "Como vemos, Deus tem colocado seus servos em posição de destaque em nosso país." 
Na posse do Marechal Castelo Branco,
o Gabinete Geral da Igreja Metodista envia um telegrama ao novo presidente golpista, publicado anos depois no jornal O EXPOSITOR CRISTÃO:
"No ensejo de sua posse na presidência do Brasil, desejamos à Vossa Excelência  as abundantes bênçãos de Deus para um governo de compreensão, paz e progresso. 
Em todos os anos da ditadura militar no Brasil, pastores, esposas de pastores, filhos, protegidos, foram nomeados para cargos importantes nos governos, com destaque para batistas e presbiterianos.

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