quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Poema sobre o avivamento no Estando Unidos

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Tenho dificuldade de acreditar em avivamentos que nos aprisionem em perímetros  sagrados.
Isso me remete à ocasião em que Jesus se transfigurou diante de três dos discípulos.
Um deles, Pedro, ficou tão emocionado que sugeriu que se fizesse tendas para Jesus, Moisés e Elias.
Se dependesse dele, o “culto” não terminaria tão cedo.
“Bom é estarmos aqui!”, exclamou.
Mas Jesus tinha outro plano.
Havia uma demanda emergencial que precisava ser atendida e não era justo manter seus discípulos daquele êxtase espiritual, por mais significativo que fosse. 
Enquanto os três curtiam aquele momento único de manifestação da glória de Cristo, lá embaixo os demais discípulos se viam impotentes para atender a um pai cujo filho sofria de uma possessão. Desconfio de toda espiritualidade que nos aliene da realidade, por mais sincera que seja.
O culto não precisa terminar no último amém.
Pelo contrário, deve continuar no chão da vida, servindo aos nossos semelhantes, àqueles nos quais Deus escolheu ser amando.
Quanto ao que está acontecendo numa capela de uma universidade americana, já vi este filme antes.
Não creio nos avivamentos em grandes estádios, com jovens levantando tênis para consagrar os pés e os passos.
Nem aqueles que acontecem nos templos, para encher os templos de iguais.
Só creio no avivamento dos quartos. Do silêncio.
Do secreto.
Não vi nenhum fruto dos avivamentos em estádios no Brasil.
Continuamos um país de maioria cristã, que derruba terreiros,
violento, que mais mata pessoas no mundo, corrupto, machista.
Mas já vi o avivamento que aconteceu na vida do Albert,
que podendo ser o mais poderoso pastor do país, vai estudar medicina para servir aos mais pobres dos pobres na África esquecida.
Já vi avivamento na vida da Irmã Teresa, que podendo guardar o coração, o rasga e entrega seu serviço aos doentes terminais até o fim da sua vida.
Já vi o avivamento do Henry, que abre mão de ser o professor mais influente da Universidade para morar e cuidar com pessoas com deficiência.
O avivamento na vida de tantos que tocados pelo Espírito sem alarde religioso, abrem mão do conforto e cantorias para se tornar canção.
Que não se contenta em orar, mas se transforma na oração respondida de alguém.
Que não se limita a pregar, vira pregação.
Carta viva do amor de Deus.
Avivamento que não culmina em serviço ao próximo, que não altera o mundo pelo bem feito aos corações, que não produz Nova e Boa Consciência, é só arrepio e surto coletivo.
Se for para "a-vivar", ou seja, "dar vida", os frutos precisam ser "na vida", especialmente daqueles que não têm vida, por causa dos sistemas de opressão dos quais a religião seja, talvez, o principal. 
Não é ficar horas, dias trancados orando, como as pessoas de Asbury e achar isso bonito.
Bonito é ir pra vida!.
Viver e dar vida!.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Poema sobre a cultura cristã

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Com o advento das redes sociais,
nós avançamos quilômetros em conteúdo com centímetros de relevância.
Há canais para todos os gostos, podcasts de todas os gostos, influencers para todas as influências, mas o conteúdo é fraco.
Foi assim também com a música cristã brasileira.
Os artistas migraram da clandestinidade para o mercado Gospel.
Ganharam qualidade musical e expressão, mas perderam as letras.
Há entretenimento no mercado especial para cristãos.
A palavra Gospel virou sinônimo de um mercado específico para o público.
Se alguém falar em jiló Gospel,
já saberemos que ele foi plantado na fazenda da religião para o consumo de cristãos.
Essa foi uma sacada do mercado.
Criou-se uma cultura cristã, de canais de televisão à marca de roupas,
de programas de entretenimento aos festivais de música que lotam estádios.
Para que venda, o mercado não propõe doutrina, não questiona tabus, não encara injustiças.
As canções e literaturas falam de temas gerais.
Fundamentalistas ultraconservadores a liberais progressistas consomem o mesmo produto e hoje o mercado gospel fatura bilhões, de modo que fez surgir uma cultura cristã sem compromisso ético com o Evangelho.
Somos mais consumidores de conteúdo cristão do que frequentadores de igrejas cristãs, algumas que também viraram produto de consumo.
A cultura cristã suprimiu o Evangelho, de modo que hoje no Brasil muitos se declaram cristãos desconhecendo as causas do Cristo.
Nossa boca está cheia de Deus,
mas não o nosso coração.
Falamos de Jesus o dia inteiro como se fora uma palavra mágica que nos protege de nossas neuroses religiosas.
Nosso cristianismo cultural nos impede de ver a tragédia Yanomami.
Não nos deixa perceber a discrepância de entrar num culto desviando de famintos desmaiados nas portas dos templos.
Nos torna incapazes de associar que se os discípulos de Jesus eram para serem luzeiros do mundo,
como pode então, um país majoritariamente cristão como o nosso ser campeão de assassinato de pessoas trans, racista por excelência e figurar na lista dos mais corruptos e violentos?.
Há algo de muito errado com a nossa fé.
Para nós cristãos
não basta ter fé em Jesus.
É preciso ter a fé de Jesus.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Lestai

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O estado assassinou Jesus de Nazaré entre dois "ladrões".
Os "bandidos" eram parte de uma organização que intentava contra a dominação romana.
Quando pensamos nos "ladrões da cruz", termo que ficou adocicado na tradução ao português, imaginamos ladrões de galinha,
gente que desviava uns dízimos.
Os "ladrões" eram rebeldes organizados. 
Eles eram assassinos de religiosos do alto clero e de políticos do alto escalão.
Não é exagero compará-los aos terroristas que vemos na TV.
Jesus foi julgado e condenado à pena de morte.
Encaminhado ao estado pelos religiosos, foi julgado como rebelde, alguém que intentava contra Roma.
Ele era um líder que se anunciava como Messias e anunciava um Outro Mundo Possível.
Disse que o Templo dos judeus iria cair.
Diz que tem um Reino.
Os reis desse mundo temem quem diz que tem um outro Reino.
Outro Reino consiste em outro rei, indiretamente é uma declaração de guerra ao poder vigente.
Depois de causar em Jerusalém, satirizando a entrada triunfal dos reis romanos bem nos dias da festa dos judeus em que a cidade estava abarrotada de gente e invadir armado de azorrague o templo para descer o chicote no mercado que dava lucro aos sacerdotes, Jesus se retira sabendo que vai azedar.
Pouco depois, ele é preso no Jardim do Getsêmani, local reservado de oração.
Os soldados chegam.
Seus discípulos entram em confronto armado.
Pedro que não era espadachim,
mas pescador, tenta arrancar a cabeça do soldado.
Ele erra e fere a orelha.
Jesus é espancado pela polícia do estado, julgado pelos religiosos de Israel e condenado pelo Império de Roma como... lestai.
"Bandido bom é bandido morto", sentenciam.
Na Via Crucis, o Caminho da Cruz,
ele é torturado, como era comum aos presos políticos.
Exposto para todo o povo,
um jeito romano de amedrontar novos messias, carrega sua madeira, enquanto apanha.
Ele será posto à cruz.
Se você é defensor da moral e dos bons costumes, deveria ficar chocado com a informação de que Jesus diz ao lestai da cruz ao lado: "hoje mesmo estarás comigo no paraíso".
Para Jesus, bandido bom é bandido salvo.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Terremoto na Síria

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Há outros terremotos por trás desses terremotos.
Há outros abalos sísmicos por trás desses abalos sísmicos.
Há outros epicentros das desgraças e dos infortúnios humanos.
Contra a Síria, por exemplo,
há outros terremotos.
Há gente que, chorando e fazendo chorar, continua impondo sanções ao povo sírio, que não tem podido receber ajuda humanitária sequer contra o frio que castiga os desabrigados.
As imagens do tráfego aéreo retrata o desprezo do mundo ocidental e lacrimoso por esse país de planícies férteis na Ásia Ocidental: não há voos sobre a Síria.
O céu de Aleppo está limpo e com previsão de mais fortes pancadas de indiferença e abandono.
Quem mandou a Síria ser anti-Israel?.
Quem mandou, até a eclosão da guerra, a Síria ter acolhido mais de 500 mil palestinos?.
Por outro lado, para as potências ocidentais e para os países do Golfo Pérsico, atacar a Síria pareceu melhor e mais eficaz que atacar diretamente o Irã.
Aí vem o terremoto.
Mas o terremoto é complicado porque atinge não apenas o lado de cá, mas também o lado de lá,
a Turquia, aliada da mais longeva ditadura dos últimos cem anos,
a Arábia Saudita, aliada de primeira hora dos EUA. 
Onde foram parar os 4,6 bilhões de dólares arrecadados pela “taxa terremoto” na Turquia desde 1999 para emergências como essa?.
Essa imagem, que eu mesmo assistir, ao vivo, agora há pouco é um flagrante!.
Não há tráfego aéreo sobre a Síria.
É a imagem do esquecimento.
O mundo, que tem mais o que fazer, anda muito entretido com balões e óvnis.
Há outros abalos sísmicos para aquém e para além desses abalos sísmicos.
E foi nesse mundo, que como um ébrio se equilibra entre as placas tectônicas do repitiliano e do límbico, que esse anjinho da foto resgatado dos escombros dessa e de todas outras tantas tragédias humanas resolveu nascer.

domingo, 12 de fevereiro de 2023

O próximo dos oprimidos

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O próprio Jesus não lia o Antigo Testamento com literalidade.
Lucas 10:26. Inquirido por um religioso que estudava a Bíblia hebraica sobre como “herdar a vida eterna”, Jesus responde:
“O que está escrito na lei?.
COMO INTERPRETAS?”.
Não basta saber o que está escrito,
é preciso identificar a forma como a leitura é feita, qual é a abordagem e o processo interpretativo.
Só essa pressuposição já derruba a barreira do “está escrito” como argumento de autoridade.
Em nome do “está escrito”,
muitos textos são retirados do seu contexto e utilizados como pretexto para o controle de comportamentos e reprodução de diversos mecanismos de opressão.
“O literalismo bíblico tem cheiro de violência”.
Na sequência do diálogo com o Doutor da lei, Jesus elogia a “interpretação” que aquele homem faz do texto.
Mas o Doutor da Lei quer saber agora “quem é digno do seu amor”.
Então Jesus conta uma parábola.
Parábolas são histórias, é aquilo que o mineiro chama de “causo”.
Um causo não é a realidade,
mas aponta para a realidade.
E na história que Jesus conta,
ele desmonta a regra de fé e prática religiosa.
No causo de Jesus, um homem foi assaltado e espancado.
Então passa um sacerdote (um religioso do templo) “longe” do ferido.
Na sequência Jesus diz que passa um levita (auxiliar do serviço religioso no templo) “longe” também.
Então Jesus diz que aparece um samaritano, considerado pária a um judeu.
Talvez aí, o Doutor da Lei estivesse pensando. “Se dois judeus passaram ‘longe’, o samaritano vai terminar de matar o homem”.
Então Jesus diz que o samaritano “se aproxima” do ferido.
A pergunta do religioso foi: “Quem é o MEU próximo?”.
A resposta de Jesus foi “O Samaritano se fez próximo”.
Para Jesus, quem tem de se aproximar é quem formou a consciência do amor.
Não adianta saber a Bíblia e apontar textos prontos sem vivenciá-la.
Por isso, Jesus conclui para o religioso que citava textos:
Vai, tu, e fazes o mesmo.
Ou seja: imita o pagão da história. 
Porque, para Jesus, de nada vale acertar na interpretação do texto e ter uma “fé correta”  de acordo com "manual de fé e prática" e errar na interpretação da vida, sem se tornar o “próximo” dos oprimidos.

sábado, 11 de fevereiro de 2023

Jesus é o Deus em Jesus

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Em Jesus, Deus tira o fardamento de soldado e veste carne humana.
Ora, se concordamos com Paulo que escreveu que "Deus estava em Cristo" e com o próprio Jesus que afirmava "quem me vê, vê o Pai".
O Deus "de" Jesus é o Deus "em" Jesus.
Assim sendo, quando Jesus toca,
é Deus quem toca.
Quando Ele chora, é Deus chorando.
Quando Ele sofre, é Deus sofrendo.
E quando Ele é morto?.
É Deus assassinado.
Isso vira uma confusão para alguns teólogos que não conseguem explicar a morte de Deus no corpo de um judeu de pele escura pendurado à cruz do meio numa trama dos religiosos da Judéia com os políticos de Roma.
Porque fica confuso?.
Ora, porque aí o triunfalismo vai pelo ralo.
A religião precisa se apropriar de um Deus forte, bravo, vingador e que triunfa sobre tudo e todos para sustentar a lógica de poder e sistemas de opressão.
Se Deus passa a ser bom, perdoador, amoroso e que morre numa cruz, atrapalha.
Como usá-lo em nosso intento de poder e dominação?.
É só dar uma volta pelas páginas do Primeiro Testamento.
Ali Deus não morre de jeito nenhum, só mata.
E mata de muitas formas e por diversos motivos.
Deus é ali bem à imagem e semelhança de quem o descreve.
Israel é invadida e a elite de Jerusalém é levada cativa para a Babilônia.
Essa elite é a que providenciará escribas para produzir textos do Primeiro Testamento.
Eles estão com sede de vingança,
de modo que isso reflete na teologia e no texto que produzem: Ah! filha de Babilônia, que vais ser assolada;
feliz aquele que te retribuir o pago que tu nos pagaste a nós.
Feliz aquele que pegar em teus filhos e der com eles nas pedras." (Sl 137:8-9).
A religião cristã brasileira gosta do Primeiro Testamento por isso,
ele é violento.
Bem-aventurado (feliz) é quem pega as crianças da antiga Babilônia (hoje Iraque) e as esmaga contra as pedras.
Olha o contraste: Bem-aventurado (feliz) os pobres, os que choram,
os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos,
os limpos de coração,
os pacificadores, os que sofrem perseguição por causa da justiça,
os que sofrem injúrias e perseguição (Mt 5).
Esse é o Sermão da Montanha de Jesus.
Em Jesus, Deus aceita perder.
O Amor é assim.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Poema sobre o sentimento faccioso

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O que seria o tal "sentimento faccioso"?.
Seria semelhante à avareza.
A diferença é que o avarento não gosta de compartilhar coisas, enquanto que o indivíduo faccioso não gosta de compartilhar pessoas.
Para ele, quem for seu amigo não pode ser amigo de mais ninguém.
Está sempre exigindo uma tomada de posição daqueles que estão à sua volta.
Ou é amigo "meu", ou "dele".
Ele exige uma lealdade desmedida,
e fica inciumado e frustrado por não ser correspondido à altura de suas expectativas.
Seus presentes e gestos caridosos são sempre com a intenção de "comprar" a lealdade das pessoas. Quem não corresponde é logo taxado de traidor, desleal.
Paulo orienta: "Ao homem faccioso, depois da primeira e segunda admoestação, evita-o".
E sabe porquê deve-se evitá-lo?.
Porque o espírito faccioso é contagioso e danoso à saúde emocional e espiritual.
Ademais, é a única maneira de restaurá-lo.
O próprio Paulo nos oferece um exemplo do que é ser o inverso disso.
Veja o que ele diz a Tito, um dos seus pupilos:
"Quando te enviar Ártemas, ou Tíquico, procura vir ter comigo a Nicópolis, porque resolvi passar o inverno ali.
Faze tudo o que puderes para ajudar a Zenas, doutor na Lei,
e a Apolo, para que nada lhe falte" (vv.12-13).
Paulo poderia se sentir ameaçado com a proximidade de Apolo,
mas em vez disso, pede que Tito o ajude em tudo.
Não havia porque se sentir enciumado, exigindo ser o centro das atenções.
Quem se considera um cidadão do Reino, deve aprender a compartilhar seus amigos e irmãos,
sem exigir exclusividade.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

O ser humano e a espiritualidade no ambiente corporativo

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Milhões de pessoas vivem uma espiritualidade alienante, ocupando-se exclusivamente com questões espirituais e sobrenaturais, enquanto fazem vista grossa às questões ordinárias da vida e às demandas do mundo concreto;
vivem à beira de uma espiritualidade esquizofrênica, ignorando que a vontade do Pai deve ser feita “assim na terra, como no céu”,
conforme a oração ensinada por Jesus.
Perdemos o contacto com a realidade que nos circunda.
Há irmãos sinceros que demonstram tamanha sensibilidade para as coisas espirituais, que frequentemente dão testemunho de visões angelicais.
Alguns testemunham acerca de supostos arrebatamentos, e relatam entusiasticamente suas excursões ao paraíso.
A impressão que se dá é que tais pessoas buscam uma espécie de fuga da realidade.
Em muitos casos, são pessoas sinceras, oriundas das camadas mais pobres, que vivem em comunidades desprovidas de qualquer infraestrutura.
Suas experiências espirituais são a maneira de responderem à mensagem escapista que ouvem nos púlpitos de suas igrejas.
Se não há nada que se possa fazer para mudar as coisas neste mundo,
o que fazer?.
Imaginar que haja outro mundo, oposto a tudo o que vemos aqui, parece uma saída plausível.
Em vez de incentivar os fiéis a descruzarem os braços e trabalharem pela transformação do mundo, tal posicionamento estimula a indiferença, e a desesperança quanto ao futuro da humanidade.
Há pregadores que afirmam categoricamente que as coisas precisam piorar, para que Jesus Se apresse em retornar à Terra.
Ora, se o mundo está prestes a pegar fogo, por que nos preocupar com o seu futuro?.
Por que nos preocupar com questões como distribuição de renda, preservação do meio-ambiente, políticas identitárias, ética nas pesquisas científicas, e etc.?
A igreja primitiva estava envolvida em outro empreendimento; transformar o mundo, começando pelas relações sociais, promovendo a equidade,
a fraternidade e a solidariedade. 
Qualquer espiritualidade que não esteja comprometida com a realidade, está a serviço dos poderosos deste mundo,
e é completamente dispensável para Deus.
Estamos craques em oferecer cultos que são verdadeiros shows,
com direito a efeitos especiais e tudo mais.
Mas será que Deus tem recebido nosso culto?.
Será que Ele Se deixa impressionar com nossas performances e parafernálias tecnológicas?.
De um lado encontramos igrejas extremamente litúrgicas,
onde a forma se sobrepõe ao conteúdo.
Do outro lado, temos as igrejas modernas, desprovidas de ritos,
mas preocupadas em apresentar um show que vá ao encontro dos anseios do homem moderno.
As pessoas não são incentivadas a oferecer culto a Deus, mas a serem tão-somente espectadora.
Elas vão à busca de bênçãos,
e não para oferecerem a Deus suas vidas, seus dons, seu serviço.
Ao despedir-se dos fiéis, o ministro pronuncia a bênção apostólica,
mas não lhes comissiona a trabalhar para mudar a realidade.
Que todos os que lotam os mega-templos de hoje em dia,
ouçam o clamor do Criador:
“Pois eu quero misericórdia, e não o sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos”.
Não é Deus quem precisa de nossa misericórdia, e sim os necessitados deste mundo.
Servi-los é servir a Deus.
E o critério pelo qual seremos julgados é a misericórdia que houvermos demonstrado ao nosso semelhante.
Por isso, bem-aventurados são os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
Se quisermos agradar a Deus, temos que praticar a justiça,
e amar a misericórdia, em vez de Lhe oferecer cultos desprovidos de sinceridade.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

O sal inexistente

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"Vós sois o sal da Terra.
Se, porém, o sal se tornar insípido, como lhe restaurar o sabor?"
Séria questão.
O que deveria dar gosto não tem gosto.
Isto porque, claramente, a ênfase de Jesus não recai sobre todas as propriedades do sal,
mas sobre o sabor.
Com isto Jesus estava dizendo que ser seu discípulo é ser provado pela língua da alma do mundo e ter gosto de sal.
Eu sei que até os índios,
uma vez tendo comido com sal,
não mais passam sem ele.
A real presença dos discípulos de Jesus no mundo deve ser discernida como um encontro com o sabor,
com o gosto que se torna indispensável.
O sal tem que ter mais alegria em dar gosto do que em ser visto.
O sal tem que saber que seu papel é ser discernido, não preservado.
O sal existe para inexistir.
O sal que é visto, não é sentido;
pois o sal que é sentido,
não é mais visto, porque se tornou parte do sabor que anima os humanos a comer com prazer.

sábado, 4 de fevereiro de 2023

O grito ecológico

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"Oséias, o patrono dos animais no Velho Testamento, diz no capítulo 4 e 6 de sua profecia, que o homem é aquele que cria toda a desordem no ecossistema.
Por uma única razão: nós somos parte dele.
De modo que ao fazermos mal ao todo no qual existimos,
fazemos mal a nós mesmos e uns aos outros, pois estamos acabando com aquilo dentro do que também existimos.
Pois nós habiatamos na Terra dento o poder de intervir nas leis da criação original, cada vez mais profundamente.
Aliás, nós somos a única parte maldosa e vaidosa da criação!.
Enquanto e gente nem sabe os rouxinóis gorjeiam: Maranata.
Vem Senhor de Todos nós!.
Não é à toa que o Apocalipse seja também um grande grito "ecológico", pois denuncia o que o pecado humano acarreta sobre o céu,
a terra, o ar e o mar".

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

As boas novas

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"Agora, enquanto escrevo isto,
sei que o Espírito está se revelando nas ilhas remotas,
nas selvas esquecidas,
nos montes inatingíveis,
nas tribos perdidas,
nos guetos impenetráveis e nos ambientes inalcançáveis dos corações de milhões de seres humanos!.
Ora, isto sem que nenhum “missionário” lá tenha chegado!.
O Espírito sopra onde quer, ou não?.
Mas como eu não sei o que Deus está fazendo, eu faço o que Jesus mandou: eu prego a Boa Nova!.
O meu privilégio e anunciar isso do modo como Jesus fez,
e que no Evangelho é tão claro: sem religião!.
Jesus não nos chamou para uma religião.
Ele nos chamou para a Vida!.
Quem ouvir a voz de Deus no Evangelho pregado e confirmado pelo Espírito será salvo.
Quem teve a mesma chance e decidiu não crer já está condenado!.
Quem nunca ouviu nada de homem algum, será ouvido por Deus e julgado por Ele e somente por Ele conforme a consciência que teve e de acordo com a iluminação que possuiu.
Mas ninguém é salvo sem que tenha sido por causa da Cruz e do Sangue conhecido antes da fundação do mundo: o sangue do Cordeiro!.
E saibam: este Sangue tem Poder!"

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