quinta-feira, 29 de abril de 2021

Doe o seu tempo

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Diante da extrema fome e da extrema miséria, mutirões de solidariedade tem se espalhado por esse extremo país. Bancos, empresas, cooperativas, associações e comunidades estão colaborando.
Esse é o caminho, a verdade e a vida. Esqueçam os governos, não esperem pelos governos.
Políticos não se importam com gente, políticos não se importam com pessoas, políticos não se importam com ninguém.
Independente dos governos ou dos políticos, todo mundo pode doar alguma coisa de necessidade materiais e especiais.
Não se trata de doar só o que está sobrando ou o que não te interessa mais. Se trata de dividir mesmo aquilo que você têm pouco.
É isso que faz do ato de doar um ato de nobreza.
Não existe uma condição ideal para se fazer caridade.
Você não precisa enriquecer para doar dinheiro, você não precisa envelhecer, não precisa se aposentar, para doar tempo.
Se não tiver dinheiro, doe objetos, doe roupas, doe calçados.
Se não tiver objetos, nem roupas, nem calçados, nem nada, doe seu tempo.
Tempo é o bem mais precioso que alguém pode doar; é um bem que você não recupera e, por isso mesmo, tem alto valor de desprendimento e sinceridade.
Enfim, doe-se e seja você o maior beneficiário.
Ainda há tempo!.

terça-feira, 27 de abril de 2021

Os inimigos da lava jato

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O fim da Lava Jato é só um dos interesses comuns entre o governo e a oposição.
Mas a Lava Jato não tem inimigos só no governo e na oposição.
A Lava Jato tem inimigos na PF, na PGR, no STJ, no STF e no Congresso Nacional.
A Lava Jato tem inimigos nos partidos políticos de direita, de esquerda, de centro e do centrão.
A Lava Jato tem inimigos entre governadores e prefeitos.
A Lava Jato tem inimigos na imprensa e nas redes antissociais.
A Lava Jato tem inimigos nos quartéis, nas delegacias, nos presídios e no submundo do crime.
São inimigos que toleram corrupção, impunidade e grande falha de caráter, mas não toleram pequena falha processual.
Apesar deles, a Lava Jato ainda tem muita luz, força e energia
isso porque todos os seus inimigos juntos ainda não são maiores do que os amigos que lhe restam.
A Lava Jato tem amigos, aliados e simpatizantes nesses mesmos tribunais, palácios, partidos e instituições.
Gente que não desiste de sonhar!.
Gente que não desiste do Brasil!.

sábado, 24 de abril de 2021

Somos pátria e somos pária

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Os problemas do Brasil com EUA, Europa, China, Argentina e outras nações vão muito além dos problemas climáticos ou financeiros.
São problemas de inteligência diplomática, de estratégia comercial e de visão de Estado.
Grande parte dessa falta de habilidade deve ser debitada nas contas do ministro do meio ambiente e do ex-ministro das relações exteriores.
Não podemos esquecer que o governo brasileiro foi o último a reconhecer a vitória do Biden.
Fizeram ainda ataques sistemáticos aos chineses e não pouparam ofensas repetitivas a líderes mundiais, como o presidente da França e a chanceler da Alemanha.
A bem da verdade, não há dúvida de que os países mais ricos e mais fósseis agem com hipocrisia e oportunismo para culpar o Brasil pela piora do meio ambiente mundial.
Mas também não há dúvida de que o governo brasileiro brincou com fogo,
se queimou e nos queimou.
Somos pátria e somos pária,cuja conduta é considerada fora das normas internacionais de comportamento por parte ou por toda a comunidade internacional.

sexta-feira, 23 de abril de 2021

Poema sobre o dia mundial do livro

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O dia 23 de Abril foi escolhido por ser a data da morte de três grandes escritores da história: William Shakespeare,
Miguel de Cervantes, e Inca Garcilaso de la Vega.
23 de Abril é também a data de nascimento ou morte de outros autores, como Maurice Druon, Haldor K.Laxness, Vladimir Nabokov, Josep Pla e Manuel Mejía Vallejo.
Portanto és a minha homenagem aos bons livros que são aqueles que conseguem colocar os leitores na pele do outro.
Que conseguem fazer sentir os mesmos sentimentos que aquela pessoa.
Que conseguem fazer á alma chegar naquela história.
Que conseguem mostra a jactância de alguém que se manifesta com arrogância e tem alta opinião de si mesmo.
Que conseguem revelar as pretensões de bravura ou altos méritos e conquistas de quem conta bravatas.
Conseguindo fazer assim, creio que é a maior virtude da leitura.
Ao sentir-se parte de outras vidas, o leitor vai-se percebendo também parte da restante humanidade.
É uma opinião minha, e atrevo-me a partilhar com vocês esta convicção.
Ingenuidade, dirão os cínicos, que os grandes leitores tendem a ser menos inclinados à violência.
Primeiro, porque a violência é sempre um declínio do pensamento e uma decadência de raciocinamento.
Depois, porque a leitura, enquanto exercício de alteridade, aproxima as pessoas em colocar-se no lugar do outro, entender as angústias do outro e tentar pensar no sofrimento do outro. 
Ela também reconhece que existem culturas diferentes e que elas merecem respeito em sua integridade.
Os homens por sua vez, não reconhecem absolutamente nada disso.
Eles sabem que, para triunfarem, têm de começar por desnacionalizar o inimigo.
A seguir, passam a questionar a sua humanidade.
Primeiro, o inimigo é um estrangeiro, depois um monstro.
Um monstro, ainda para mais estrangeiro, pode ser morto, deve ser morto.
A boa literatura trabalha em sentido contrário.
Dá-nos a ver a humanidade dos outros, inclusive dos que nos são estrangeiros.
Inclusive dos monstros.

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Poema sobre o "Descobrimento do Brasil"

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Hoje é 22 de abril.
Há 521 anos, ocorreu o "descobrimento ou a invasão do Brasil".
Ou seja, o Brasil não foi descoberto, mas conquistado.
Portugal não descobriu o Brasil, ele ocupou, invadiu, submetendo dessa maneira diversas nações indígenas.
Ou seja, se o Brasil já possuía uma população indígena, local, não se trata de uma descoberta, e sim de uma conquista.
Por isso, você que é brasileiro ou brasileira o que diria ao almirante  no dia anterior ao fato?.
Em uma frase, o que diria ao português no dia 21 de abril de 1500?.
Eu diria o mesmo que os Lusitanos diriam aos Romanos ou aos Mouros ou aos Visigodos, ou que os Bretões diriam aos Anglo-saxões, ou que alguns Índios diriam aos Astecas, ou o que muitos povos da Europa e da Asia diriam aos Mongois ou que muitas etnias da China diriam aos da dinastia Han.
Diria que não é bom matar nem impor culturas.
E por fim, diria que esse é um dom da humanidade, se sobrepor ao outro, o forte sobre o fraco. 
Mas há algum povo que não seja o resultado disso mesmo?.

Poema sobre o dia da Terra

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A sociedade se depara com um conjunto de desafios ambientais e sociais em escala planetária, que engloba desde a perda de biodiversidade, degradação do solo, da água e do ar.
Estamos vendo mudanças climáticas, ocorrência de eventos climáticos, poluição plástica, a pobreza e a desigualdade, além da recente pandemia de COVID-19 que assola vários países.
O enfrentamento destes desafios exige o engajamento de todas as pessoas, para muito além do papel exclusivo e fundamental do Estado e do Governo.
E de maneira irônica, enquanto estamos em situação de isolamento social ou de quarentena em vários países neste Dia da Terra, as demais espécies vivas,
que compartilham o meio ambiente conosco, estão aproveitando uma pequena melhora na qualidade ambiental.
A redução da circulação de pessoas, da produção de bens e serviços e de outras atividades tem proporcionado uma redução na geração de poluição e no ritmo de uso dos recursos naturais. 
Esta situação única na história recente deveria incentivar uma profunda reflexão sobre a dependência de nosso sistema social e econômico do meio ambiente.
Os ecossistemas não precisam das pessoas e muito menos da Economia.
Na verdade, sem os ecossistemas não existe Economia.
Enfim, parece que este dia 22 de abril de 2020 é, realmente, o Dia da Terra!.

quarta-feira, 21 de abril de 2021

Poema sobre Tiradentes

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É, com certeza você já ouviu e, muito provavelmente, repetiu a história descrita soube Tiradentes, ela faz parte daquelas que passam a ser verdade,
depois de longas e exaustivas repetições,
elas não passam a ser verdadeiras,
as pessoas que passam a acreditar que elas são.
Não quero aqui fazer uma longa discussão sobre a verdadeira história do nosso alferes,
mas deixo claro que nunca houve por parte de Tiradentes uma ação com o intuito de libertar o Brasil,
as intenções eram outras e nem se tinha esse conceito Brasil,
mas, em um determinado momento da nossa história, foi necessário usar a imagem de Tiradentes para se criar uma ideia de coesão, de nacionalismo.
Tiradentes nunca foi um herói, mas sim um mártir criado aos olhos da nação.
Uma data comemorativa que de fato veio a se tornar feriado nacional, transformando quase que em nula a data do Descobrimento do Brasil.
Hoje alguns sabem que uma mentira contada várias vezes, mas muitos passam a acreditar que seja verdade depois que se percebe a facilidade de aceitação das primeiras mentiras que são muito bem aceitas.
Ou seja, o Brasil é um terreno fértil para a plantação de mentiras que por muitos são apresentadas e defendidas como verdades absolutas. 
Plantar mentiras para colher simpatia, aprovação, aplausos foi o que de melhor algumas pessoas souberam fazer no passado e é o que de melhor muitos fazem no presente. 
No Brasil, plantando, tudo nasce.
Plantou-se ignorância, desmonte da educação pública, desvalorização da ciência e tecnologia, tudo isso para se colher exatamente o que temos hoje,
uma sociedade que volta e meia se pega discutindo sobre o sexo dos anjos,
mas que não consegue amadurecer e aprofundar debates relevantes.
Além de não debatermos os temas relevantes com a devida atenção e compromisso, ainda somos incapazes de admitir os nossos erros e os erros de quem gostamos ou que, no mínimo, defende pontos de vista que agradam nosso ego.
Falta-nos hombridade, sobra-nos hipocrisia.
As falsas notícias são o tempero da construção intelectual do povo brasileiro, triste, lamentável e cruel constatação.

segunda-feira, 19 de abril de 2021

Poema sobre a sujeição da mulher na sociedade

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Atualmente, tem-se a pretensão de que a mulher é respeitada.
De que elas são tratadas com grande atenção e profunda deferência.
Alguns dão o lugar em filas ou em meios de transportes, outros certificam o direito de exercer todas as funções na indústria e nas sociedades capitalistas.
Mas a opinião que têm delas é sempre a mesma: Um sexo frágil e um instrumento de prazer.
E elas sabem muito bem disso.
É como se houvesse uma escravidão imposta que tire toda a liberdade de ser uma mulher na sociedade, para fazer delas um despojo de deleites experimentados.
Os homens não querem cessar de desejar usufruir o trabalho forçado de outrem e considerar semelhante coisa como um pecado ou vergonha.
Eles eliminam a forma exterior da sujeição e depois imaginam, aconselha-se de que a sujeição está abolida mas não vêem,
não querem ver que ela continua a existir porque as pessoas procedem sempre de maneira idêntica e consideram bom e imparcial aproveitar o trabalho alheio.
E desde que isso é julgado, torna-se inveitável que apareçam homens mais fortes dispostos a passar à ação.
A sujeição da mulher reside unicamente no fato de os homens desejarem como instrumento de prazer.
Para o sistema social as mulheres eram privadas de quaisquer direitos.
Com efeito, estavam até pior do que se fossem escravas, pois os homens,
não só lhes exigiam obediência, como também queriam o seu afecto.
Hoje em dia, concedem-lhe todos os direitos iguais aos do homem,
mas continua-se a considerá-la como um instrumento de prazer.
Esse pensamento machista ensina a educá-la nesse sentido desde a infância e por meio da opinião pública.
Por isso ela continua uma escrava, humilhada, pervertida.
E o homem mantém-se um corruptor possuidor de mulheres acorrentadas.

sábado, 17 de abril de 2021

Um contra-exemplo

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Cada vez mais pessoas estão preocupadas consigo mesmas.
Cada vez mais pessoas estão cuidando de si de uma forma tão dedicada que se poderia supor que estão a construir algo de verdadeiramente belo e forte.
No entanto, os resultados são normalmente fracos e frágeis.
Essas pessoas são manipulaveis, pois se deixam cair por uma simples brisa.
Elas colhem o EU como a um deus, mas são facilmente derrubados pela mínima contrariedade.
Elas estão preocupadas com moda, mesmo que a sociedade esteja a tornar-se cada vez mais uniforme.
Elas estão a tornar-se cada vez piores, não estão tendo tempo nem espaço para um cuidado mais fundo com a nossa essência.
São poucos os que hoje têm amigos verdadeiros com quem aprendem,
a quem se dão e de quem recebem valores essenciais.
Pessoas estão com medo da solidão, estão a conhecer gente, cada vez mais gente.
Estão a buscar uma quantidade de amizades mais do que a qualidade das mesmas.
Pessoas sempre preferem  partir em busca do novo, escolhem abandonar aqueles com quem estava.
Esquecem aquelas que um dia lhe extendeu as mãos.
O progresso das redes virtuais é hoje um sintoma, um resultado, do mal estar de quem se sente só, de quem busca o encontro com o outro,
mas não quer ir até à sua presença;
de quem busca palavras de apoio,
mas não está disposto a abrir-lhes o seu coração e a escutá-las intimamente. Perdem-se horas, dias e anos assim, perdem sonos bons por ficar enfrente a computadores, perdem diálogos e confortos que um abraço pode proporcionar.
Se precisam tanto do outro, porque se deixam ficar atrás do teclado?.
Longe do braço e do abraço do amor do outro?.
Porque lhe falta a ligação vital ao outro, e sobra ligações virtuais, essa pobreza que nos faz ricos através do sorriso do outro.
A sociedade está progressivamente mais pobre, com gente que, ao invés de ter uma interioridade autónoma capaz de sonhar e de lutar por um caminho seu, tem por alma uma mera caixa de reação aos contextos, previsível, estável.
É uma exceção, uma regra, uma declaração universal á afirmar que todas as pessoas precisam amar.
Só uma revolução das vontades fundas, uma tomada do poder individual das dimensões mais livres e criativas do homem, poderá inverter esta tendência de degradação essencial da alma humana.
Não podemos continuar formando nossos próprios demônios e criando o nosso próprio inferno.
É preciso volta para a nossa dimensão.
Pois ninguém pode sequer sonhar de forma verdadeira se não tem com quem partilhar os seus desejos íntimos. Ninguém chegará sequer perto da felicidade se não viver abraçado a alguém. 
É urgente cuidar da dimensão mais funda da nossa existência, fazendo prevalecer o amor sobre todas as vaidades, entregarmo-nos bondosamente ao outro, iluminando as trevas com o Amor que é a luz do mundo.

quinta-feira, 15 de abril de 2021

Resenha do filme; 1917

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Desde o início, quando a paz de um campo aberto e silencioso que parece remeter a Árvore da Vida ou até mesmo ao Além da Linha Vermelha, lentamente dá espaço para a intromissão humana.
Os Cabos Blake e Schofield são apresentados ali mesmo, sonolentos. Eles despertam junto à mudança de direção da câmera, que passa a segui-los sem interrupções aparentes.
A partir de então, a estrutura pensada atua a favor de um todo muito coeso, fechado em si mesmo.
Dessa maneira, passa a ser praticamente impossível pensar o filme de outra forma.
Não que exista algum tipo de prioridade dada à técnica em detrimento da história. A questão é que todo o esqueleto do que se passa está erguido sobre as bases de um método de decupagem irrepreensível e funcional aqui.
Por exemplo: por mais que a inesperada Virtude da Ignorância, tenha o teatro como pano de fundo e esta arte representativa não dê direito a cortes como o cinema, seu formato em plano-sequência é pura demonstração de habilidade, o que pode, infelizmente, contaminar a experiência frente ao excelente roteiro.
Da árvore do silêncio pende seu fruto que se chama de: paz.
A maior conquista de 1917, é justamente, renunciar a um roteiro complexo para dar espaço a um exercício imersivo.
Há, no filme em questão, uma vontade de viver e sobreviver nessa ordem ou não que permanece sempre acima de tudo o que está ao redor.
As vacas mortas propositalmente pelas tropas inimigas são as mesmas que deram o leite que haveria de alimentar uma bebê.
Aliás, da mesma forma que uma jovem francesa não tinha noção alguma sobre uma criança e mesmo assim seu instinto passou a ser o de cuidar, os irmãos de farda não negaram auxílio a um colega desconhecido o trecho em que, com o caminhão atolado, percebem o desespero nas ações de Schofield é revelador sobre tudo isso.
A urgência de um mundo em paz
1917, nesse sentido, é quase uma desconstrução.
É, de fato, um filme de guerra, mas acaba por fugir dela a todo instante.
A intenção, desde o início, parece ser sustentar os horrores do combate como um fantasma, uma assombração que pode atacar a qualquer momento como Blake é atacado sem que seja mostrada a situação inicial.
A esse ponto, com a intenção de entregar uma carta para evitar a morte de 1.600 homens, Schofield acaba por carregar também a função particular de dar uma notícia indesejada ao Tenente Blake.
No entanto, a melhor notícia fica registrado no fim do conflito.
Porém não é a vitória; não é uma conquista; não é mais uma dezena de mortes; não é sofrimentos psíquicos, sofrimentos alheios ou sofrimentos morais.
Por mais que outros filmes tenham demonstrado a boa sensação de fim-de-guerra,
1917 consegue carregar, em seus dois falsos planos-sequências e durante quase duas horas, a urgência de um mundo em paz, a perseguição pelo fim das guerras mundiais e cívicas.
E quem finda em quietude é o cansado de Schofield, que cumpre a sua função e, finalmente, colhe da árvore do silêncio do seu próprio e merecido silêncio.

terça-feira, 13 de abril de 2021

Resumo do filme: O preço do amanhã

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Esse filme se passa em uma sociedade na qual as pessoas crescem e se desenvolvem até os 25 anos.
Ao completar tal idade, cada um possui apenas mais um ano de vida.
Para viver mais do que isso, deve-se conseguir mais tempo.
O tempo restante da vida das pessoas fica estampado no antebraço.
Uma espécie de relógio que contém dígitos em contagem regressiva.
O tempo marcado é igual à duração restante da vida de alguém.
Quando o relógio é zerado a vida acaba sem chances de retorno.
Observei também que o número define também o tamanho da riqueza de cada um.
Ou seja, não há mais centavos ou reais, somente segundos, minutos, horas que são muito valiosos.
Dessa forma, para pagar contas ou fazer compras, as pessoas precisam usar o tempo da própria vida como forma de pagamento.
Ou seja, se desejam algo precisam desfazer um pouco de sua vida para usufruir esse desejo.
A moeda corrente é tempo de vida.
Ou seja, caso o indivíduo obtenha recursos poderá viver eternamente.
As pessoas pobres trabalham arduamente, pedem esmolas,
pegam emprestado ou roubam horas para conseguirem chegar vivos até o final do dia.
Os pobres vivem correndo, sempre na iminência da morte,
e os ricos sem pressa alguma vivem na posse ou no gozo de algo inalienável.
Ou seja, a eternidade é algo acessível,
a menos que sejam mortos por causas não naturais.
É uma urgente corrida contra o tempo para as classes mais baixas e um calmo passeio para os ricos.
As classes são divididas em zonas de tempo, de modo que os ricos vivem em uma cidade diferente separada por caros pedágios da área da população carente.
O protagonista é Will Sallas, que vive em uma zona pobre e sempre com as horas contadas.
No começo do longa, ele perde a sua mãe.
E a morre em seus braços por causa do aumento súbito das tarifas de ônibus, que a obriga a caminhar para chegar em sua casa sem tempo suficiente para isso.
A história muda quando ele recebe mais de um século de um milionário que não via mais sentido em sua vida.
Essa transferência gera suspeita dos “guardiões do tempo”, uma espécie de polícia que combate roubos e assaltos desse bem tão precioso.
Com isso, o personagem resolve passar as diversas fronteiras entre as cidades e desafiar o sistema.
Ao chegar à área dos ricos, envolve-se com a filha de um poderoso banqueiro. Perseguido pela polícia do tempo, para escapar, ele a sequestra e vira uma espécie de ladrão de tempo dos ricos e distribuindo entre os pobres.
A filha do magnata chamada Silvia, acaba apoiando a causa do jovem, unindo-se a ele aos assaltos nesse mundo no qual tempo é literalmente dinheiro.
É possível notar semelhanças entre o filme e a nossa realidade, nessa dinâmica do tempo é dinheiro.
Observem que o filme é uma crítica ao sistema econômico atual chamado de capitalismo, com destaque para a desigualdade social muitos tendo pouco para que poucos possam ter muito.
Uma má distribuição de renda é nitida nas cidades.
A divisão de classes em si e a concentração de riquezas revelam que enquanto poucos podem viver eternamente, o restante da população deve se sacrificar para conseguir o próximo dia de vida.
Além disso, podemos notar a alienação do trabalhador nesse processo, que, segundo alguns, seria fruto dessa sociedade.
“Eu não tenho tempo", é uma fase muito repetida tanto no filme quanto na vida real.
Os assalariados vivem sem grandes perspectivas, vivendo somente o hoje e trabalhando muito simplesmente para garantir o amanhã.
Vemos também uma segregação socioespacial, uma desigualdade uma consequência porque se há diferença de tratamento, uma massa é tratada melhor que a outra e portanto tem melhores condições de vida do que a outra.
No filme, essa questão mostra-se bastante evidente no fato de existirem duas cidades na trama: uma para os ricos e outra para os pobres.
No “mundo” dos ricos, os hábitos são diferentes.
As pessoas estão sempre tranquilas,
sem pressa, afinal, possuem todo o tempo necessário, não havendo motivo para correr.
Já no “mundo” dos pobres, as pessoas precisam sempre se apressar para sobreviver.
É o que acontece na vida não imaginaria.
As pessoas estão sempre correndo atrás de ônibus e os trens do subúrbio.
Estão sempre acordando cedo, saindo de suas casas em uma terra distante e remota.
Estão sempre casados por causa de um horário tão escasso.
Ou seja, tempo é tudo o que somos.
Além disso, os mais pobres não conseguem chegar no centro de poder e riqueza da sociedade por causa dos diversos pedágios e por causa dos impostos abusivos que cobram anos de vida.
O que impede um simples mortal de chegar até lá é justamente a falta de tempo.
Quando Will resolve sair da cidade pobre, gasta muitos anos no pagamento dos pedágios e demora para chegar.
Vale refletir sobre essas fronteiras às vezes invisíveis que separam o espaço urbano dos ricos do espaço urbano dos pobres e as dificuldades de fazer a travessia tanto na realidade quanto no longa.
No mundo fora da ficção, a morte é o que iguala a todos.
Não haver mais a possibilidade da morte é um outro modo cruel de distinção social, com apenas os ricos tendo a possibilidade de viver para sempre.
Aqui, vale fazer um paralelo com a realidade, considerando que as pessoas com maior poder aquisitivo têm acesso a serviços de saúde de qualidade que possibilitam prolongar suas vidas.
E essa relação pode ser estabelecida tanto com o custo de caros tratamentos, quanto com os problemas que as pessoas com menos recursos enfrentam sem acesso a saneamento básico, vacinas e remédios, por exemplo.
Apesar disso, a classe abastada do filme é entediada com a vida.
Eles não envelhecem, mas também não se permitem viver livremente.
Na cena em que Silvia entra no mar com Will, por exemplo ao sentir emoção de uma aventura pela primeira vez que ela decide se juntar a Will na luta contra o sistema.
Ou seja, os pobres morrem e os ricos não vivem.
O filme também mostra um controle sobre a vida das pessoas justificado no combate à superpopulação.
É uma coincidência ou um erro meu compara a esse filme ao que estamos vivendo exatamente hoje com essa pandemia.
O personagem que doa seu tempo a Will questiona a realidade em que para alguém ser um imortal,
muitos precisam morrer e explica por que taxas e preços aumentam dia após dia no gueto.
Ou seja, nem todos podem viver para sempre, pois não haveria espaço.
Contudo, ele diz que existe tempo suficiente para todos viverem bem e sem a pressa.
Os ricos, que possuem 100, 500 até 1000 anos poderiam fazer doações para as pessoas que não possuem tanto tempo e, mesmo assim, tudo iria funcionar, haveria espaço e ninguém teria seu tempo esgotado.
É claro, alguns acham que o que temos é injusto mas não é esse o próximo passo lógico na nossa evolução?.
E a evolução não foi sempre injusta?.
O mais bem adaptado sobrevive.
É mero capitalismo darwininano.
Nessa fala e em outros momentos do filme é possível notar a exaltação da meritocracia.
Para diversas pessoas nessa sociedade, a falta de oportunidades de muitos e o privilégio de poucos não é questionada, de modo que os personagens aceitam essa dinâmica.
Aqui, não tem problema a riqueza ser algo inacessível para muitos já que para eles isso já é algo enraizado na humanidade.
A segregação socioespacial vem da diferença de tratamento social e local com uma população.
Esse filme é um retrato da nossa realidade, é um espelho, um modelo e um estalão que serve de referência.
Ele mostra o quão é egocêntrica a nossa sociedade, o quanto é desigual, preconceituosa a nossa classe.
É uma imagem que mostra claramente o sistema corrupto, o sistema político, o sistema de arrecadar impostos pelo meio de trabalho escravo.
Uma alavanca para o predomínio usando a simbiose força do seu poder para  arrecadação de tributos e a rapina tributária para sustentar
essa força chamado de capitalismo.


segunda-feira, 12 de abril de 2021

Poema sobre a CPI da Covid

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É tarde demais para uma CPI da Covid, para ameaças de impeachment,
para ex-presidentes assinarem manifesto,
para ministros, banqueiros e empresários defenderem a vacinação.
Tudo isso é tarde demais para 350 mil mortos,
para as suas famílias, parentes e amigos.
No entanto, não é tarde demais para que a CPI,
o impeachment,
o manifesto e a vacinação cobrem responsabilidades e responsabilizações nos níveis municipais e estaduais,
além do federal.
Políticos, homens públicos e autoridades em geral demoraram muito para se posicionar à altura do combate ao vírus devastador.
Sendo que pessoas já estão morrendo há mais de um ano,
sem ações concretas ou mobilizações nacionais capazes de impedir que o número de cadáveres chegasse a quase 2 mil acidentes aéreos que estão caindo por dia, nas nossas cabeças,
nas nossas casas,
nas nossas almas.
São milhares de gritos,
milhares de lutos,
milhares de dores.
Milhares de choros.
Hoje infelizmente, não importa quem é hoje contra ou a favor da CPI.
O importante é saber aonde estavam Vossas Excelências do Executivo,
do Legislativo e do Judiciário que não enxergaram as urgências que deveriam ser cobradas e as providências que deveriam ser tomadas?.
Em cima de tudo isso, nunca é tarde demais para castigar a incompetência, mesmo que isso não vai ressuscitar as vítimas da incompetência.

sábado, 10 de abril de 2021

Poema sobre os equívocos

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Não estamos vivendo um mês de Abril fácil.
Aliás, não estamos vivendo um ano bom.
E além disso, faz quase um ano que tudo tem sido muito difícil.
Ontem, sozinho em algumas ruas da minha cidade, refleti muito sobre vida e morte, compaixão e afetos.
A pergunta que me fiz era: por que, mesmo em meio ao luto, alguém expressa seu ódio?.
Alguém demostra sua irá, sua raiva?.
Que desespero é este que não respeita o túmulo?.
Que descontrole é este que não considera o luto?.
Pensei bastante e entendi  que cada um só pode ver e sentir dentro do seu limite.
Cada um terá a sua dor no tempo necessário.
As transformações não podem ser impostas.
Cada um precisa querer mudar.
Se a minha dor vai me desafiar ao crescimento ou me tornar uma pessoa amarga e agressiva é, sempre, uma decisão pessoal.
Eu não posso impor o que eu quero para todos.
A raiva pode ser uma doença contagiosa.
Você tem direito a sua dor política,
a sua dor existencial, a sua dor social.
Ela é sua para ser superada ou transferida para mim, ou para quem morre, ou para qualquer foco que sirva de analgésico para você.
Somos todos crianças perdidas, chorando na nossa solidão.
No entanto, farei sempre o que acho melhor, buscarei melhorar meu caráter, refletirei sobre meus muitos equívocos e buscarei a liberdade dos sábios.
Estou longe da sabedoria; todavia ontem, madrugada de sexta, entendi que somos livres sempre, especialmente quando erramos.
E, se é importante para você, poste sua solidariedade ou o seu ódio como sinais enviados a partir dos receptores sensoriais.
Fora da caverna o sol é forte e as sombras dentro dela são familiares e aconchegantes.
Eu sou livre.
Você é livre.
A vida sempre segue. 
Estou só começando.
Comecem também!.

sexta-feira, 9 de abril de 2021

Resumo do filme: O Gladiador

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Há pouco tempo reassistir novamente o filme O GLADIADOR.
Durante algumas cenas, eu considerei marcantes para mim.
No final do filme, comecei a refletir sobre cada uma das frases e sobre como podemos incorporar a sua essência no nosso dia a dia pessoal e profissional.
Fiz esse resumo e faço questão de compartilhar com vocês.
Espero, sinceramente, que sejam tão úteis para vocês como foram para mim.
Muitos de nós lutamos por tantos motivos, mas não se constrói um bom nome da noite para o dia.
É preciso trabalhar muito, lutar todos os dias sem desistir mesmo que haja tropeços e quedas é preciso superar os obstáculos.
É preciso ter motivação, perseverar, insistir, persistir e reinsistir.
Temos que saber que a vida é uma sucessão de batalhas.
Emprego, família, amigos; todos nós temos um status atual, e temos também expectativas em relação ao futuro.
Temos que fazer o nosso papel na sociedade, temos que deixar um legado para ecoa na eternidade.
Nós sabemos que teremos grandes obstáculos, nós sabemos que às reviravoltas do destino nos surpreendem.
Pois nem sempre dá para se fazer só o que gostamos.
Mas aquele que gosta do que faz e sente orgulho em fazer melhor, a cada dia vai mais longe.
Há momentos de calmaria e há momentos agitados, decisivos em que somente a boa intenção não basta.
É quando a vida nos cobra coragem e um inabalável espírito de luta.
A verdade é que os problemas ocorrem com maior frequência do que gostaríamos.
Os tempos mudam.
Surgem novos desafios e novos objetivos.
Mas o modo como enfrentamos as dificuldades é que faz a diferença.
Esse filme me impactou e me deixou aprendizados riquíssimos.
Pois o seu contexto  foi em uma  época de crise fortemente presente durante o  governo de Marco Aurélio até a queda do Império em 476.
Foi de fato um dos maiores e mais duradouro império da época.
Trata-se  de um filme cheio de suspense e emoções.
São cenas fortes e brutais mostrando o lado sujo e escuro da raça humana em que a busca desenfreada pelo poder fala tão alto que é capaz de passar por cima de tudo e de todos sem dó e piedade, mesmo que custe o sangue do próximo, não importando se o próximo seja o próprio pai.
Inicialmente o personagem principal da trama é um comandante  de uma frente do exercito romano chamado: Maximus Decimus Meridius que foi surpreendido ao saber que Marco Aurélio  esta pretendendo lhe passar o comando do império devido a sua velhice e sua saúde completamente debilitada. 
Fiquei completamente sensibilizado ao ver o ódio nos olhos do filho do imperador Commodus quando soube deste desejo do pai, simplesmente deixou que o seu coração fosse tomado pela inveja ciúmes e ganância, imediatamente promove a morte do próprio pai para ficar no poder antes de Maximus.
Quantas pessoas hoje esta neste caminho, promovendo guerra, discórdia e ódio por causa do dinheiro, fama e poder, pai contra filho e filho contra pai.
Os valores estão invertidos.
Nem todos colocam o amor na posição que deve esta.
O ódio pode matar dependendo da sua força.
O plano sarcástico e diabólico foi o suficiente para tomar o poder.
Commodus não satisfeito manda matar Maximus que foge.
Fiquei indignado quando Commodus revoltado com a fuga de Maximus, manda seus soldados executar da forma mais cruel possível, sua esposa e seu filho, torturando-os e os crucificando  na intenção de vingança.
Quando Maximus soube do assassinato de sua família, ficou revoltado, indignado e com isto o desejo de vingança tornou mais forte e consistente.
A vingança passou a ser o seu objetivo principal, agora a sua vida esta direcionada em apenas um alvo vingar pela sua família que morreu de uma forma humilhante e dolorosa.
Tendo ele fugido e muito ferido ele é capturado por uma tribo, e sendo vendido tornando escravo, submetendo a lutar com diversos soldados travando batalhas sangrentas chegando a lutar no coliseu, pois era a mais nova forma que os romanos tinham para seus divertimentos. Maximus sabendo que Commodus estava no poder do império, estava ele até então disposto a vingar o assassinato de sua família, mas para isso era preciso primeiramente triunfar para ganhar a confiança das pessoas que estavam a sua volta lutando por uma causa pessoal, mas de uma forma solidária levando muitos benefícios ao povo.
Estraiu aqui duas lições: Coragem e determinação são dois fatores imprescindíveis para alcançar a vitória.
Maximus era um homem de poder, e nem por isso exalava a todo momento.
Sua humildade era transmitida aos seus homens e até aos seus inimigos.
Graças à sua humildade, Maximus tinha total confiança e respeito do César.
Maximus era um homem de coragem, mesmo face à face com a morte por diversas vezes, o guerreiro abraça o medo e convida a morte para lutar.
Maximus era um homem de princípios. Era íntegro tanto dentro quanto fora do campo de batalha.
Na vida real, na vida profissional, o legado de um líder resume-se à sua conduta profissional no que diz respeito às pessoas, e nas lições que estes indivíduos carregam de suas experiências profissionais.
O verdadeiro líder, quando sai de cena, assim como o inesquecível Maximus deste Gladiador, deixa um grande vazio a ser preeenchido.
Entretanto, é na sua sucessão que evidenciam-se os valores deixados pelo mesmo, que quando corretamente aplicados, realmente ecoam pela eternidade.
Temos que ser gladiadores, temos que matar todos os dias, os preconceitos, as discriminações, os racismos e todos os leões que surgem diariamente no nosso redor.
É preciso reintegrar a sociedade, mesmo que esse país não realize essa vontade...todos os nossos sonhos devem ser realizados... não basta sonha e não conseguir realizar... 

A justiça também é preconceituosa e racista

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Todos nós sabemos que a justiça é cega.
No entanto, não sabíamos que ela também é preconceituosa e racista.
O caso do menino Henry Borel, ficou evidente que a mãe e o padrasto tinha torturado e matado o menino.
Ficou tão nítido que ate um leigo conseguiria determinar esse assunto.
A justiça, por sua vez, fez o papel dela.
Investigou, apurou, fez os exames de corpo de delito, juntou as provas, fez a reconstituição do crime, etc.
Em um mês, a justiça descobriu esse caso bárbaro.
Em um mês, o telespectador clamou por justiça em pleno os programas nacionais.
Entretanto, por que a justiça não foi feita no caso dos meninos sumidos em Belford Roxo?.
Por que existe uma lentidão nesse caso, por que a justiça ainda não foi feita?.
Será que existe um preconceito e um racismo impregnado na nossa justiça?.
Será que existe uma diferença nesses meninos para a justiça?.
Será que para a justiça, ambos não são crianças?.
Será que existe um abismo na zona oeste e na baixada fluminense?.
Será que por causa da cor, classe, padrão social, aparência física e um pouco de melanina, a justiça não aplica as leis?.
São perguntas que precisa de respostas urgentes.
São respostas que queremos urgentemente.
Pois o mais terrível de tudo é ter que fazer comparações que não deveriam ser feitas,
pois a justiça, ou melhor, a celeridade da polícia deveria ser igual para todos os casos,
independente da cor da pele e da classe social.
Terrível para qualquer pai a perda de um filho, duplamente terrível é perder e não ter respostas.

quinta-feira, 8 de abril de 2021

Poema sobre a importância dos livros

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A gente já teve no passado recente um governo que,
em vez de corrigir os livros, preferia emburrecer os alunos.
Agora, a Receita Federal alega que pode e deve aumentar os preços dos livros porque só quem lê é a classe alta.
Enfim, sociólogos e antropólogos acertam quando enxergam que estamos vivendo uma era cínica, hipócrita e distópica.
Uma era de distopia onde as pessoas têm que acreditar em alguma coisa,
nem que sejam coisas erradas e desonradas,
coisas que não exijam nem pensamento, nem concentração, nem inteligência.
Os estudiosos falam de uma sociedade distópica onde se acredita que o certo é errado, a ciência é ignorância, ignorância é ciência; o condenado é inocente,
o inocente é condenado.
Mais interessante seria se, em vez encarecer os livros, o governo decidisse encarecer bebidas e cigarros.
Pois os livros são essenciais para o desenvolvimento intelectual e cultural.
É importante folhear, compulsar, consultar e estudar uma revista,
uma publicação para que possamos raciocinar.
Afinal, pelo mesmo raciocínio, hoje só rico é que usa o gás de botijão.
Porque acumulam aumentos cada vez mais absurdos, abusivos e desonestos com os pobres.

quarta-feira, 7 de abril de 2021

Poema sobre a extrema unção

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No Brasil, ter informação ou ter opinião virou uma coisa perigosa.
Defender a liberdade de imprensa virou uma coisa perigosa.
Defender a vacina virou uma coisa perigosa.
Defender a ciência virou uma coisa perigosa.
Defender a prisão de corruptos em segunda instância virou uma coisa perigosa.
Defender a Lava Jato virou uma coisa perigosa.
Informação, opinião, liberdade de imprensa, vacina, ciência, prisão em segunda instância, Lava Jato, são agora ideias perigosas tanto para quem não prega em seitas da esquerda quanto para quem não milita em facções da direita.
Sempre existiram tempos de intolerância, truculência, preconceito, discriminação, xenofobia, homofobia, feminicídio e cinismo.
Mas hoje enfrentar a política também virou uma coisa perigosa.
Enfim, o Brasil tem atualmente a extrema direita, a extrema esquerda e o extremo Centrão.
Um país predestinado à extrema ignorância,
à extrema incompetência,
à extrema corrupção e à extrema impunidade.
Diante dessa extrema miséria moral, resta ao Brasil a extrema unção.

terça-feira, 6 de abril de 2021

De quem é o STF

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Quanto maior a confiança ou a transparência, melhor para o funcionamento da economia.
Uma economia saudável exige estabilidade no ambiente de negócios e de investimentos.
Mas isso não é possível com tantas incertezas políticas e tamanhas inseguranças jurídicas.
Em uma semana, o Executivo, o governo trocou o ministro da Defesa e os comandantes das Forças Armadas sem nenhuma explicação razoável ou justificativa aceitável.
No Legislativo, o Congresso aprovou um orçamento chamado de “inexequível” e considerado um cheque sem fundo até por técnicos da equipe econômica.
No Judiciário, o Supremo emitiu duas liminares com duas decisões diferentes para um mesmo assunto: uma contra, outra a favor dos cultos presenciais.
Tudo isso é péssimo porque fica parecendo que, no Brasil, todo dia é dia de liquidação no bordel ao mesmo tempo.
Não podemos esquecer que somos um país de mais de 14 milhões de desempregados e mais de 40 milhões de dependentes do auxílio emergencial.
Não podemos deixar de lembra que somos um país com tanta desigualdade social.
E que jamais não poderemos se dar ao luxo de ter um STF para o Bolsonaro,
um STF para o Lula,
um STF para o Moro ou um STF para o Aécio.
Pois não dá para continuar com excesso de zelo no tribunal político e escassez de justiça na vida real.

segunda-feira, 5 de abril de 2021

Brasil paralelo

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Existe um Brasil onde a Covid não incomoda,
todos são imunes e fortes.
Existe um Brasil onde a Covid não passa de piada,
as pessoas riem dos outros mundos,
dos doentes e das mortes contadas.
Existe um Brasil onde falar de Covid é praticamente um convite a guerra,
os céticos afrontam e vociferam.
Existe um Brasil onde todos viraram cientistas,
sabem tudo sobre vírus e vacina,
mas não sabem nada da vida.
Existe um Brasil onde seus cidadãos são muito antenados,
repetem mentiras iguais aos papagaios.
Existe um Brasil onde eles acreditam que são o princípio de tudo,
nunca erram e a culpa é sempre dos outros mundos.
Existe um Brasil onde você só pode falar bem do estilo deles,
qualquer crítica, mesmo verdadeira,
traz transtorno e pesadelo.
Existe um Brasil onde não desejo ir morar,
melhor ficar em um outro Brasil  e me cuidar.

domingo, 4 de abril de 2021

Resenha do filme: invencível

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Esporte e guerra são completamente diferentes um do outro.
Pois no esporte, não importa quem perde.
Todos ganham quando se tem união esportiva.
Entretanto na guerra, não importa quem ganha.
Todos perdem pelo fato de esquecemos o valor que a vida tem.
No filme, Louis Zamperini é a prova de que isso é verdade.
Após viver uma vida repleta de acontecimentos extraordinários,
merecia uma boa película de celulóide, disposta em rolo para registrar sua história.
Na história, acompanhamos a vida de Zamperini  ao longo de quatro grandes momentos.
A infância rebelde,
quando roubava em troca de bebida alcoólica;
a vida de atleta olímpico, quando correu nas Olimpíadas de Berlim em 1936;
o período em que naufragou durante a 2ª Guerra Mundial e permaneceu 47 dias à deriva em um bote;
e o período em que foi prisioneiro de guerra dos japoneses, após ser encontrado por um navio de militares.
Por si só, a história de Zamperini já é grandiosa e riquíssima de aprendizados e superações infinitas.
“Invencível” não é um filme sobre guerra, mas sobre a resistência e coragem de um homem que aprendeu, através do esporte, a não desistir jamais.
Enfrentou os perigos da natureza, a fúria do mar, a desidratação, a perda do seu amigo de guerra, as torturas físicas e psicológicas.
Se tivesse menos detalhes da trajetória desse protagonista, e mais força nas questões que o fazem ser realmente forte diante das adversidades,
talvez o longa fosse ainda mais intenso.
Mesmo assim, a história de Louis Zamperini precisava chegar aos cinemas, e é muito bom que tenha sido pelas mãos de Angelina Jolie.
Esse herói me ensinou ou nos ensinou que a verdadeira vingança, na guerra, é passar pela guerra e sobreviver.
É um filme que deve ser visto outras vezes, pois sempre terá algum outro ensinamento como o perdão.
Essa parte é importa lembra nos momentos finais do filme.
Resiliência, coragem e fé são as virtudes que precisamos ter para sermos invencíveis.

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