quarta-feira, 6 de junho de 2018

Poema sobre os preconceitos

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Sou baiano,negro, pobre e gay.
Sou cigano,feio,baixo e chinês.
Sou gordo, careca, indiano e japonés.
Sou nordestino ou argentino,mendigo ou indigente.
Sou idoso ou menor carente.
Deficiente ou impotente,crente ou ateu.
Árabe ou Judeu, Umbandista ou
Adventista.
Testemunha ou Kardecista.
Migrante ou imigrante, presidiário ou proletário.
Refugiado ou desabrigado.
Bêbado ou drogado,alcoólatra ou viciado.
Desempregado ou condenado.
Esquerdista, direitista, socialista ou capitalista.
Sou muito mais que tudo isso...
Se, não na carne, no espírito
de solidariedade com aquele
que sofre, chora e morre
não pelo que faz ou fez,
mas pelo sentimento incontrolável
de quem não compreende...
Nem faz qualquer esforço para isso.
É preciso sentir na pele, por vezes, literalmente, para dimensionar a loucura de julgar o outro
sem um dado objetivo
que justifique esta postura.
Não é fácil matar um leão por dia e ser excluído pelo grau de melanina.
OU por quem você suspira,
OU pela sua conta bancária,
OU pela sua luta diária,
OU de onde vai ou vem,
OU de quem você crê no além...
Esqueça-me por um dia
ou – melhor! – definitivamente,
pois o meu maior defeito
é parecer diferente
aos olhos de quem esqueceu
qual é o sentido de ser gente…

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