quinta-feira, 31 de maio de 2018

Reprodução contínua

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Não percebeu.
Mas uma semente pousou em seu precioso coração.
Trouxe palavras:  As ternas, as delicadas, caprichosas, violentas,
As suaves de mel, as obscenas,
As de febre, as famintas e sedentas. Germinou lentamente, para deixar que o silêncio desse sentido,ao pulsar do meu sangue no teu ventre.
Agora que palavra ou discurso poderia dizer amar na língua da semente?.
Se cresceu em galhos, folhas e flores.
Atravessou os caminhos do seu corpo lentamente.
Boca, olhos, ouvido, tato olfato.
Todos os sentidos tomados pela mão pousada sobre a mão, pela proximidade da respiração, pelo leve roçar dos dedos, pelo olhar que penetrava, pelo perfume que dela vinha.
A planta assim nascida tinha nome. Paixão.
Que não pode se manter, porque o objeto desse amor não tinha a mesma sensação.
Sem correspondência, a planta feneceu.
Percorreu de volta todos os caminhos.
Aninhou-se em seu coração.
Voltou a ser simplesmente semente,para todos saberem que, em vez da felicidade, eu acredito na harmonia, penso que o amor é o encontro da harmonia com o outro.
“Diz o poema “.

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