quarta-feira, 4 de maio de 2011

cão perdido


.


Desculpe meu jeito sério.
Ando aéreo,
caminhando num deserto,
como um cão perdido,
sem te ver por perto.
Uivo meus lamentos,
lambo minhas feridas,
canto em capela,
a canção que você não pode ouvir.
Sinto tua falta,
sem fazer segredos,
disfarçar vontades,
ou inventar enredos.
Pois, não é só teu sorriso,
que me ilumina.
É o rir do esquecimento,
o brincar com a realidade,
é libertar a fantasia,
e me prender em teus braços.
E se hoje,
pareço fazer tudo errado,
cavo um grande buraco,
só pra fazer graça contigo.
Pois sou teu menino,
que fica escondido,
só esperando,
você voltar.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Ana e Léo


.



Ana era uma escritora nova,
Muito querida que morasse em Minas,
Que convivia de uma grave doença,
Sem existir cura de vícios ou defeitos.

Léo era um leitor de poesias sublimes,
Que se despertava o sentimento,
De seu belo caráter para,
Comove ou eleva a alma.

Ana estava na vizinhança,
Comendo sua fruta preferida.
E Léo visitava seu titio,
Que morava em Ribeirão.

Ana decidiu-se passear em Ribeirão,
Pois, não saía mais da sua residência,
E só ficava olhando as paisagens da janela,
Cheirando as flores de açafrão.

Léo saiu do seu tio,
Às três horas da tarde,
E coincidentemente Ana,
Voltaria para sua residência na mesma hora.

E os dois seguiam seu rumo,
Pela mesma estrada de barro,
Quando se encontraram,
E sem vida não deram indícios de que se reconhecia antes.

Ana ficou com seus olhos arregalados,
E Leó ficou pouco espaçoso,
Mas de repente surgiram as primeiras palavras,
Naquilo que resulta de uma força.

E no surgimento do diálogo,
Ana descobriu que Léo era amante das obras-literais.
Então começaram pronunciarem em voz alta,
As poesias de Chico, Mário e Drummond.

Ana virou sua cabeça,
E olhos fixamente para Léo,
Que começou a ler com ela, mas logo Léo parou,
Porque não sabia de cor as letras inteiras.

Mas, Ana continuou percorrendo com a vista,
As coisas escritas,
Pois, sabia todas as estrofes,                                                  
Leó convidou - lá para debaixo de um carvalho.

E os dois começaram a ser entenderem,
Ao juntá-lo em palavras inteiras,
Todos os fonemas e sons,
De uma linda poesia.

Ana começa a ler,
Uma antiga poesia,
De amor escrita,
Pelo Chico.

Léo começou a ler,             
Uma antiga poesia,
De amor escrita,
Pelo Mário.

E os vizinhos correram para ver,
De onde vinham aquelas vozes,
Eles ficaram na janela lateral,
Para observá-lo dois interpretando todas as poesias de Drummond.

Leo afirmou-se que as poesias,
Tocaram o seu coração,
Pois, fez com que ele,
Se lembrasse dela sem a conhecer.

Ana aprendeu com isso que nunca,
Sabe-se que vai penetrar na,
Escuridão de mente das pessoas,
Que praticamente são incapazes de entender, e de se comunicar.

E mesmo com tudo diferente,
Os dois iniciaram uma relação descrita,                                    
Debaixo daquela árvore que despendeu o fruto ao,
Cair no solo enterrado pelo esquino que foi esquecido algumas horas.

Mas, Ana não revelou sua doença incurável,
Naquele momento de paz,
Pois, mesmo que o amor se esfrie como estás escrito,
Basta reacender novamente.

Os dois viveram tudo naquele momento,                        
Pouco tempo depois desse ocorrido,
A enfermidade de Ana agravou-se,
Até ela falecer por não ter curar.

Leó lembrou-se dela ao ver,
As imagens das gravações dela,
Escrevendo suas belas poesias,
Lançada em 2009 pela sua irmã querida.

E todos podem si perguntar,
Porque estão sozinhos (as)
E responderá que a barreira lingüística,

A falta de amigos e o clima frio contribuem para se sentirem solitários (as).

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Enfermo de amor



.

Fui um cão sem dono,
Derramando meu nome,
Nas esquinas do Sertão,
Regozijando e não me alegrando,
O que tende ser.
Hoje apenas sou bicho,
Lá do cio,
Tendo a fonte do prazer,
Para lembrar desse amor,
Mais que de mim.
Atingir a situação,
Almejada quem é,
Apenas ter você,
Na palma da mão,
Para ser o que for,
O que tende ser,
Pois por que razão seria eu,
Como a que seria os teus ex-companheiros?
Assevero que estou enfermo de amor,
Por esse amor ser suficientemente,
Para eu cair doente,
Aponto de você cuida desse enfermo.
Me tornei enfermo,
De amor por você,
Existindo uma cama destinada,
A enfermo com eu.
Me adoeci demais,
Por observa-lá,
Cozinhando canja e canjica,
Da sua melhor forma.
Estou andando agora,
Sempre doente,
Com a falta de saúde,
Por causa desse amor,
Gentil e agradável.
Me sinto débil,
Pela sua clara presença,
Debruçada sobre o sofá,
Para assistir Tom e Jerrey.
Quero reunir nossa tribo,
Para fazer o que for,
Antes que desfaleço de amor,
Por você em Ribeirão.
Quero finalmente,
A tua face,
Para olhar face á face,
O que tende ver,
Consolidando que o amor,
Não precisa razão.
Quero teu amor,
Singelo e feliz,
Não preocupando-se,
Com nossa razão,
Pois a razão não,
É dona do destino.

domingo, 24 de abril de 2011

A lógica dos fatos


.


Nas palavras que te digo,
nos gestos que ignoro,
ou nos pensamentos que esqueço,
me entrego.
Na corrente que me afasta,
pego a onda,
que me leva à tua praia,
por necessidade de sobrevivência,
uma eterna resistência,
a lógica dos fatos.
Não tenho feito,
nada certo.
Apenas virei objeto,
de meu próprio eco,
que não soa,
aos teus ouvidos.
Me tornei menino,
de pouco sorriso,
e muito silêncio,
de linha reta,
em queda livre,
ou sonhos solitários,
que me roubam o sono.
Já te entreguei,
meu melhor brinquedo,
nas noites frias,
ou amanhecer quente,
de mudanças nulas,
ou de repente,
você me abandona,
em pleno ar.
Agora, me resta respirar,
fechar os olhos,
e reaprender a voar.

domingo, 17 de abril de 2011

A natureza tem um tempo bom


.


Sou nativo.
Andando conforme á natureza,
seguindo a ordem regular,
das coisas.


Sou nativo.
Designando o filho,
que não provém,
do matrimonio.


Sou nativo.
vivendo no estado do que,
é produzido pela ação,
da natureza.


Sou nativo.
Reproduzindo nas artes,
da natureza e da vida,
sem exclusão dos meus aspectos.


Sou nativo,
Considerando feios,
e repugnantes as,
coisas sociais.


Sou nativo.
vivendo junto do conjunto,
e sistema das coisas criadas,
pelo caráter de um individuo.


Sou nativo.
Pensando como Índio,
ao olhar com elevo,
todas as pessoas desconhecidas.


Sou nativo.
Pensando que a ficção não faz,
semelhança com a realidade,
mas a realidade faz á semelhança com a ficção.


Sou nativo.
Me escondendo como inocente,
nas matas e florestas,
mas não como como individuo que vive do latrocínio.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Teu ventre


teu ventre

.

Preciso de teu corpo quente,
numa lingerie transparente ,
refletindo em meus,
olhos a projeção dos sonhos.
Quero a lua crescente invadindo,
a janela e libertando a fera,
que se esconde no presente.
Ver teu olhar de felina,
refletindo meus desejos,
e na intensidade dos beijos,
domando meus sentidos.
Por devoção, me entrego à tua sedução,
às fantasias de teu jogo,
e ao calor do teu fogo.
Me prendo em tuas cordas,
e me liberto em teu ventre,
onde minha serpente devora,
teu fruto do pecado.
E, ao teu lado, adormeço,
exalando o prazer que só,
teu corpo de mulher pode me agraciar.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Comício das reformas 1964/1968


.

Quando entrar Outubro,
juntamos as pessoas,
para tratar de assuntos políticos,
da melhor forma possível.


Quando entrar Outubro,
permitem a existência,
deste tipo de organização,
no inteiros das forças.


Quando entrar Outubro,
podemos citar a assinatura,
do decreto estabelecendo,
o monopólio de petróleo.


Quando entrar Outubro,
permitem á petrobras,
trocar petróleo com outro produtos,
nacionais acusados de subfaturamento.


Quando entrar Outubro,
conseguimos cooptar,
a opinião pública,
sem nenhum tipo de coação.


Quando entrar Outubro,
não nos assustamos,
com a ameaça vermelha,
ocorrida no Brasil.


Quando entrar Outubro,
executam pontualmente,
o que falta fazer,
pois eu já cumpri o meu dever e vocês?


Quando entrar Outubro,
não perdemos o entusiasmo,
no que ainda falta edificar,
da nossa melhor forma.


Quando entrar Outubro,
vivemos o presente,
sem ter receio do que há de ser,
pois o medo do futuro é simplesmente saber se haverá futuro.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

constelação


.


Vejo o dia amanhecer,
sem ter você,
aqui comigo.
Foi o abandono do sono,
a saudade descontrolada,
a vontade ansiosa,
pra te encontrar,
e não querer se contentar,
com um mero sonho.
Fico tonto,
como cego em labirinto,
como matemática sem lógica,
ou canção sem melodia.
É uma sinfonia sem acordes,
que em meu peito,
só você saber tocar.
É uma bebida forte,
que em minha pele,
só você sabe apreciar.
Pois, na madrugada,
cada estrela,
tinha seu brilho,
cada constelação,
tinha teu nome,
e no horizonte,
o sol conta.

Olhos Puros


.

O que escrever,
pra te ver,
com os olhos puros?
Só sinto a dor no peito,
a vista nublada,
a cabeça inchada,
por não ouvir,
meus pensamentos.
O amor se rendeu,
às tuas necessidades.
E nessa escolha,
fiquei perdido,
num caminho sem volta.
O mais precioso,
perdeu o valor,
em tuas mãos.
O mais divino,
se tornou pecado,
em tuas noites.
E eu,
que era teu,
me tornei fantasma,
em tua memória.
E qual foi meu erro?
Tento guardar o desespero,
nas brincadeiras sem graça,
nos filmes sem movimento,
e nas canções caladas.
E meu olhar,
é incapaz de encontrar,
a lógica de como,
você diz,
me amar.

teus olhos tristes


.

Te vejo entre frestas,
observando meus passos,
querendo estar perto,
mas fica calada,
desdenhando,
o que é teu,
e valorizando,
o que é secundário.
Te vejo com piedade,
por negar o coração,
e se entregar à vaidade,
sendo negligente,
com seus sentimentos,
e incoerente,
com seus desejos.
Deixou o medo,
ser teu guia.
E agora, a nostalgia,
será sempre,
tua companheira.
Não posso fazer mais nada,
se escolheu essa estrada,
de aparência bela,
mas de frágil estrutura.
Meus ecos,
ficarão em teu inconsciente,
como um presente,
que nenhum metal,
poderá te dar.
E vou sobreviver,
mesmo que,
teus olhos tristes,
me acompanhem,
como lua cega,
e tua voz,
não possa mais,
me chamar.

Contorno negro


.


Não sei mais,
o que fazer,
pra você,
compreender,
o que somos.
Melhor virar as costas,
fechar a porta,
e seguir sozinho.
Reconstruir minha alma,
com as sobras do caminho,
apagar as chamas,
do teu destino,
que ainda ardem,
em mim.
Em tua mudez,
encontro o silêncio,
que me mutila,
que abre uma ferida,
que não tem cura.
E na minha entrega pura,
me contaminei,
pelo medo de te perder.
Então, me tornei resto,
de partes distantes,
e contorno negro,
procurando respostas,
pra que as sobras,
sejam mais,
do que meras sombras,
perante o sol.

Postagens mais lidas