quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Poema sobre a PEC dos precatórios

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A PEC dos precatórios permite ao Tesouro adiar o pagamento de dívidas judiciais, redirecionando para o pagamento do programa assistencial.
Investidores chamam essa combinação de insolvência ou falta de pagamento de uma dívida com improviso.
Empresários entendem que os recursos do auxílio deveriam sair das emendas parlamentares e dos fundos partidário e eleitoral.
Economistas ainda têm esperança de que a Câmara ou o Senado não autorize essa dupla flexibilização.
O próprio Banco Central concorda com eles e admite que a operação fura-teto aponta para a deterioração das contas públicas.
No comunicado da última reunião,
o Copom já mostrou que a taxa básica de juros subirá para pelo menos 9,25 por cento em dezembro.
O BC mira na inflação, mas, há decepção e descrença na indústria e no comércio, nas fábricas e nos mercados.
Muita gente importante duvida agora de que a política monetária, sozinha, seja capaz de segurar a disparada dos preços.
Desses precatórios, grande parte são dívidas com professores que já não está nada bem.
Outra parte é com aposentados,
com gente que esperou décadas processos que se arrastaram e quando saiu a sentença final, o governo resolveu negar a pagar algo.
São os empobrecidos que pagarão o "auxilio brasil" para os mais empobrecidos ainda.
Ainda assim, o futuro da economia brasileira estará nas mãos de deputados e senadores para o bem, para o mal ou muito pelo contrário.

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Poema sobre o Estado esmagador

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Há uma decisão dos estados de congelar o ICMS sobre os combustíveis.
Como se sabe, o Conselho Nacional de Política Fazendária congelou o imposto por 90 dias, até o final de janeiro.
Com isso, os secretários estaduais falam em dar sua “contribuição” para tentar segurar os preços nas refinarias e nas bombas.
Por trás dessa bondade, o Confaz quer mostrar que a responsabilidade dos aumentos, que já passam de 50 por cento este ano, não é do ICMS.
O peso do tributo estadual é calculado com base no preço médio ponderado ao consumidor final.
Se este preço médio sobe nos postos,
o peso do ICMS também sobe.
Logo, a origem das altas não estaria nos estados.
Os secretários de Fazenda afirmam que o problema é nacional, causado por estruturas, conjunturas e fatores federais.
No final das contas, a ideia do congelamento é causar uma situação constrangedora na Câmara, que tem um projeto de lei que muda o cálculo do ICMS a pretexto de reduzir os impactos nos combustíveis e na inflação.
Deputados falam que só o preço da gasolina cairia 8 por cento.
Contudo, o Confaz está pagando pra ver apostando que a matemática não cabe no discurso político.
Nesses discursos sem conclusões imediatas, a única solução é o Brasil e seus governantes deixarem de lado falsos atalhos para tentar resolver nossos problemas ou estaremos eternamente fadados a uma interminável sequência de crises econômicas.
O que não pode continuar acontecendo, é a população trabalhando para carregar o Estado,
ao invés do Estado servir a população.
É preciso defender o Brasil, e não políticos, é preciso que todos defendam o Brasil, não dá para terceirizar a responsabilidade.

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Poema sobre o dia dos finados

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Hoje se comemora no Brasil o dia de finados.
Dia de honrar a memória dos que partiram, decorando seus túmulos com flores.
A despeito da postura que adotemos,
o fato inconteste é que a morte é a única certeza que temos.
Independentemente de nosso credo, posição social, etnia, orientação sexual, todos, sem exceção, temos um destino comum: a morte.
Por mais que a gente tente driblá-la ou adiá-la, mais cedo ou mais tarde ela vem. Gostemos ou não, morrer faz parte do ciclo natural da vida.
Portanto, resta-nos a resiliência e a esperança de que a morte não seja um adeus, mas apenas um até logo.
Porém, como ser resiliente diante de uma morte que poderia ter sido evitada?.
Como aceitar passivamente que mais de seiscentos mil brasileiros, 5 milhões em todo o mundo, tenham tido sua vida e sonhos interrompidos por uma vírus que poderia ter sido combatido com a devida seriedade?.
O sangue de mais de seiscentos mil mortos está clamando por justiça,
e denunciando ante o tribunal divino o descaso daqueles que poderiam ter evitado a tragédia, mas não o fizeram.
Pior do que canonizar a morte é se atrever a canonizar quem facilita o seu trabalho. 
O sangue dos que partiram prematuramente está clamando diante de Deus. 
A CPI pode não dar em nada.
O ministério público pode se negar a denunciar o governo.
O STF pode fazer vista grossa.
Mas não escaparão da justiça divina. 
Não foi somente o sangue de Abel que clamou diante de Deus por justiça.
A contribuição que sua vida representou durante sua estada neste mundo não perdeu a eloquência, mas segue ecoando ao longo de infindáveis gerações.
A melhor homenagem que podemos fazer aos que partiram, seja pela COVID ou por qualquer outro fator, é ecoar e amplificar a vida que tiveram entre nós, relembrando e aprendendo com seus erros e acertos.
Portanto, não deixemos que suas vozes se calem e que suas vidas sejam relegadas ao esquecimento.
Sigamos amando-os e trabalhando pela manutenção de sua memória e de seu legado.
Que sejamos, por assim dizer, extensão de sua existência.
Celebremos a vida de quem está entre nós e a memória de quem seguirá vivendo em nossos corações.

Poema sobre o amor nos tempos de pandemia

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A situação por que passamos, a inteira humanidade, em conjunto, com o intenso e longo isolamento social recente,
nos provoca e permite, simultaneamente, nos voltarmos para dentro de nós mesmos.
Estamos redescobrindo a força do coletivo, em um mundo então centrado nos indivíduos.
Mas, importante nunca esquecer que todo coletivo é formado por indivíduos.
O vírus ataca individualmente, mas este se multiplica no coletivo numa fração de tempo, por isto o imprescindível isolamento.
Mas se a pandemia fosse de amor e empatia?.
Um pouco de cada um pode ser muito potente.
E como seria esta tal pandemia?.
Seria um sentimento como o disseminado no Natal, época em que sensações agradáveis tomam conta,
o olhar diante do outro é de compreensão, se esbanja amor, cooperação, solidariedade.
Parece que as mãos se unem para ajudar o próximo.
Uma pandemia de amor e empatia talvez seria assim.
Ultrapassar as barreiras do próprio mundo e olhar com compreensão e compaixão outros também.
Esta pandemia do Coronavírus tem seu lado, de certa forma idealista,
por nos permitir olhar para nós mesmos, para a família, para as pessoas conosco, para o nosso redor,
para nossas relações, para nosso íntimo.
Ao nos isolar nos permitiu o tempo da reflexão, de olhar para o redor e neste momento começou o contágio positivo.
A pandemia do amor é a mudança do olhar e do tempo.
É o olhar para dentro para entornar-se para fora.
É ter os efeitos do vírus de amor impregnado na vida das pessoas.
É sermos a causa do vírus, a reação que ele pode causar e nunca ser assintomático.
Temos que manifestar todos os sintomas do amor para poder pôr em liberdade os que estão sendo oprimidos, e acabar com todo tipo de escravidão.
Temos que repartir a nossa comida com os famintos.
Temos que vestir não somente roupas aos que não tem, mas vestir também de respeito, de carinho, de ternura.
É mudar este olhar negativo, pandêmico e polarizado, que estamos carregando conosco atualmente, para podemos esperançar, enxergando o amor presente em nosso dia a dia, para nos contaminar com ele e sair contagiando a todo nosso redor.

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

O paralelo entre as gerações

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Não é difícil perceber que algumas pessoas agem como se quisessem eternizar o seu próprio tempo, e o de sua geração, com sua moda, sua música, seu vocabulário, seus hábitos.
Há que se respeitar o que tem valor para as gerações que nos antecederam,
até porquê, vamos desejar este mesmo respeito mais adiante, mas este respeito precisa ser mútuo, as gerações mais longínquas entre si precisam entender que uma pavimenta o caminho para a outra e, assim a vida segue seu curso,
é a evolução natural da vida, nenhuma geração é absoluta, por mais cultura que tenha produzido, por mais sabedoria que tenha adquirido, por mais feliz que tenha sido.
Nenhuma delas é referência absoluta sobre todas as outras passadas ou futuras mas, todas contribuem com o todo, todas deixam algo na existência, seja um legado bom ou ruim.
Ao longo do tempo a percepção de bons caminhos muda e, isto não necessariamente é um desvio, as vezes,
a contramão é a melhor rota a seguir, principalmente para evitar as violações existenciais.
Muitas gerações seguiram seu curso, umas mais bem-sucedidas que outras, então, aprendamos com erros dos outros e com os nossos mas, lembrando que corrigir caminhos não é perpetuar gerações, ou extinguir as que afloram com a sede característica de todo recém-nascido, mostrar o caminho entre as pedras, este é o papel das gerações maduras, desbravar novos rumos é a responsabilidade da geração atual e,
as gerações vindouras darão continuidade ao ciclo.
Em se tratando de gerações a única coisa absoluta é a necessidade de movimento, de continuidade, e não de perpetuação de uma era sobre todas as outras.
O reino de Deus é composto de todas as gerações, como o mar que não se enche mas, está sempre pronto para receber os que vêm a ele.

domingo, 31 de outubro de 2021

Poema sobre a reforma protestante e o dia das bruxas

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Lutero foi o primeiro a pôr fogo nas bruxas num contexto de crescente perseguição contra as heresias no século XVI. 
Entretanto, Lutero não foi o único.
Outros reformadores colocaram lenha nesta fogueira que queimou, em toda Europa protestante, milhares de pessoas, a maioria mulheres.
Entre os séculos 16, 17 e 18, fervilhava as acusações de heresias e bruxaria.
Mas, por que eram as mulheres as mais acusadas?.
Na sociedade profundamente religiosa da época, as mulheres ocupavam uma posição definida pela Igreja, de esposa e mãe. 
O papel único das mulheres era criar filhos e administrar a vida doméstica baseada na submissão cristã.
E, de acordo a interpretação bíblica patriarcal, tanto católica quanto protestante, as mulheres, o gênero feminino, era o mais desejado a ser atraído pelo demônio.
Essa foi a base para a acusação da heresia da bruxaria.
A heresia da bruxaria era tudo que ameaçava o controle do poder e do ensino da Igreja.
Quando as mulheres saíam do papel estabelecido pela norma cristã, acabavam se tornando alvos da acusação da heresia da bruxaria.
Ter poucos filhos, não ter filhos, desejar romper com o padrão social compulsório de esposa e mãe, era sinal de que algo estava fora do lugar, o que resultava em acusação de bruxaria. 
Além disso, as mulheres que demonstravam ter algum tipo de poder e conhecimento, eram alvos certos de acusação.
A caças às bruxas aconteceram como mecanismo de autoproteção do poder religioso.
Tudo que não era controlável era considerado heresia e merecia ser exterminado. 
Portanto, o 31 de outubro que marca, ao mesmo tempo o dia da reforma protestante e o Dia das Bruxas, nos faz lembrar que as fogueiras religiosas continuam acesas, ateando fogo contra as mulheres que desafiam esta sociedade terrivelmente religiosa. Portanto, falar das mulheres e a Reforma Protestante é falar também das bruxas e das fogueiras religiosas que continuam acesas.
As mulheres que eram vistas como cultas e inteligentes, que tinha uma marca de nascença.
Mulheres que eram muito habilidosas.
Mulheres que tinham uma forte conexão com a natureza era adjetivada como bruxas ou hereges. 
Qualquer mulher estava em risco de serem queimadas nos anos 1600.
Mulheres eram jogadas na água e se podiam flutuar, eram culpadas e executadas.
Se elas afundassem e se afogassem, eram inocentes.
São 504 anos da Reforma e milhares de bruxas mortas, perseguidas, silenciadas, demonizadas, queimadas.
Não foram as bruxas que queimaram.
Foram mulheres.
Quem eram as bruxas?.
Eram mulheres.
Não as mulheres virtuosas que a igreja fabrica, domina e depois beatifica e canoniza.
Bruxas são as que questionam, que pensam, que contestam, que não têm interesse no papel de santas.
O rótulo de bruxa foi fundamental para a manutenção do sistema patriarcal.
Hoje, as igrejas protestantes, assim como as católicas, já não queimam as bruxas, apenas silenciam, demonizam, chamam de endemoninhadas, desequilibradas, frágeis, e negam-lhes o sacerdócio, lugar que permanece potencialmente masculino, preservado através de teologias e hermenêuticas sofisticadas, mas que não se sustentam biblicamente.
Por uma nova reforma protestante que liberte e empodere as “bruxas”, que reconheça como lugar legítimo para elas também os púlpitos e os espaços teológicos.
Medo eu tenho é da Reforma.
Com as bruxas, sempre me entendi.


Poema sobre o Superman

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Deparei-me hoje cedo com inúmeras postagens em que o superman aparece aos beijos com a mulher-maravilha.
Noutra imagem, pode-se vê-lo ao lado de sua esposa com seu filho nos braços.
Tais postagens têm como objetivo manifestar apoio ao jogador de vôlei que foi desligado de seu clube após uma postagem considerada homofóbica em que criticou a imagem de um novo superman aparecendo beijando um rapaz.
Relutei para não fazer qualquer consideração, visto que, sinceramente, acho que deveria ser uma questão superada.
Será que ninguém percebeu que o novo superman apresentado como bissexual é filho do superman hétero?.
O Superman  é fruto de uma geração conservadora, que viveu a segunda guerra mundial, a efervescência do capitalismo, a derrocada do sistema econômico norte-americano, superganância, que mandou para a guerra jovens que nunca saíram de suas cidades, este foi o cenário de criação do Superman.
Política sempre foi um dos detalhes mais importantes na criação de um super-herói, e hoje não é diferente.
O clamor daquela geração resultou na criação de um ser alienígena, idêntico aos humanos, podendo passar totalmente desapercebido.
Os Estados Unidos precisavam de um herói, a ficção deu conta disto.
Apresentaram vários deles àquela geração, mas o Superman é visto por muitos como o primeiro, ele reúne em si tudo o que aquela geração esperava de um herói, poucos sabem que no seu lançamento, seu perfil era rude, agressivo, e combatia o crime de forma pouco ortodoxa, usava a força sem pensar nas consequências, isto me parece refletir os anseios e os devaneios daquela sociedade, daquela geração, por alguém que tivesse poder para subjugar seus inimigos sem sofrer prejuízos, e sem se importar com o prejuízo causado a outros, o sonho americano em primeiro lugar, esta era a vibração para ser o herói daquela geração, e que gestou o querido alien, este machão vem de Krypton para Smallville, através das páginas, e se torna o super-herói mais conhecido do planeta, mesmo de quem não curte ou o universo os editores instituiram um código de conduta para seus personagens, isto lapidou o Superman,
o fez como o conhecemos hoje,
o perfeito cavalheiro americano na pele de Clark Kent, e o defensor dos fracos e oprimidos, sob a capa de Superman, vale a pena mencionar que ainda o Superman era um vilão!.
Seus criadores fizeram várias alterações no personagem até que ele se tornasse o deus kryptoniano mais humano e querido dos gibis.
A mesma geração que o criou rude, o refinou, e desde então Clark Kent, o Superman é o mesmo, casou-se com a jornalista Lois Lane, e não se descobriu gay.
A geração Cristopher não consegue conceber a ideia de ter um filho com orientação sexual não- tradicional, e nem que isto ganhe representatividade nas gerações dos comerciais de TV com cowboys e motoqueiros fumando cigarro, tem de ser respeitada, e a atual geração não.
Jesus era o algoz dos romanos, e até dos religiosos que dominavam nos templos da época, sepulcros caiados.
Jesus surgiu entre as minorias, e que abraçou a causa dos necessitados, aborrecendo os poderosos que livrou a mulher adúltera da morte desdenhando dos falsos escrúpulos de seu povo, curando o escravo sexual de um centurião, sem questionar sua sexualidade, contrariando o moralismo de uma geração apóstata, comendo na casa de publicanos com fama de ladrões, subvertendo a ética, este é o super-homem para todas as gerações, este deveria ser o único no qual lançamos nossas ansiedades.
O Superman chegou cheio de poder, humanos não lhe causam dor, e foi aperfeiçoado pelos seus roteiristas,
mas Cristo foi aperfeiçoado pela dor.
O Superman mudou seu perfil para agradar e manter seus leitores, já Cristo nunca mudou sua essência e por isso até perder seguidores.
Falíveis como somos, acabamos por desejar referenciais humanos, e até fictícios, para satisfazer nossa carência por quem poderá nos defender?.
A geração que abraçou o Superman, não abraça seu filho bissexual, ele precisa ser a cópia fiel para alcançar pertencimento neste mundo, a geração do Superman tradicional recebeu um alienígena,
mas não recebe seu filho por causa de sua orientação sexual, mesmo que ele tenha os mesmos poderes de seu pai.
Jesus também não foi bem recebido,
não tinha o arquétipo desejado por aquela geração, a cada novo ciclo percebemos que velhos erros se repetem.
Até quando uma geração rejeitará sua sucessora por causa de suas peculiaridades?.
É preferível um reino de soldados de chumbo, produzidos em série?.
O amor que uniu o alienígena e uma humana, e todos acharam lindo, não parece estar disponível se o filho desta união não for heterossexual, parece um amor bem exclusivista, este não é o amor de Deus.
Não é mais importante as pessoas se preocuparem com os brasileiros que passam fome, com os mais de seiscentos mil mortos.
Não é mais humano as pessoas se perguntarem porque está havendo pessoas pegando ossos para poderem comer do que se preocupar com a orientação sexual do super man.
Fico imaginando a fragilidade da heterossexualidade das pessoas, a ponto delas se preocuparem e precisar se pronunciar sobre a orientação sexual do super man.
Preocupação com a orientação sexual de um gibi hoje é mais importante do que se preocupar com á atual situação do país.
Publicações em quadrinhos é mais urgente do que uma nova notícia de uma pessoa que morreu de fome.
Publicações de personagens fictícios de gibis ou mangás hoje, é mais importante do que pessoas de carne e ossos que pulsar sangue, que respirar a própria vida.

sábado, 30 de outubro de 2021

Poema sobre as notas da fome

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A fome é indecente para quem sente, no entanto, vamos comemorar os recordes da colheita.
A fome é uma forma de violência contra o mais fraco.
A fome é uma arma de guerra, mas o programa mundial de alimentos não pode edificar a paz sozinho.
A fome é uma tragédia planetária que são usadas em crises prolongadas, mas com manipulação mais sutil dos mercados, do comércio e de ajuda do que com ataques diretos.
A terra é perfeita para a produção, para exportação de tudo o que se produz.
As pessoas já falavam de meninos se alimentando de luz.
Agora definiram o destino: a morte lenta.
Nosso povo já não aguenta mais saber o preço do quilograma da carne. 
Morrer não é opção, mas viver é uma necessidade.
Matar uma nação que mais produz é um comportamento que denota ausência de coragem.
Se alimentar de luz ficou caro também.
Miséria, toneladas de grãos, nosso povo de mãos atadas, de barriga vazia, olhos sem expressão.
No lixão, a fome supera gênero e cor:
homem, mulher,
branco, preto,
nenhum direito 
à alimentação.
E para não impactar: insegurança alimentar e não FOME.
Muda-se o nome, mas não se combate o bicho que corrói a barriga do nosso povo,
não se modifica o setor agrário.
Como é difícil ser fazendeiro,
empresário!.
Fácil é ser povo.
Fácil é colocar o país, de novo, no mapa da fome, para enriquecer o agro,  
que é tech,
que é pop,
que é tudo,
que torna mudo quem deveria ter voz.
Enquanto não for nós subindo no caminhão para catar lixo e garantir o almoço, não será o fundo do poço, a praga, a peste.
A seca só incomoda quando chega ao Sul e ao Sudeste. 
No Centro, no Norte, no Nordeste, é normal.
A fome acontece apenas com quem não tem fé.
Quem colhe o café não consegue beber;
o leite que o operário ordenha
é só para o filho do fazendeiro;
a menina do caixa não tem dinheiro,
o açougueiro não pode comer carne, 
o operário não pode se aproximar
quando a obra que fez termina. 
O escravo da mina
morre sem ter um grama de ouro
ou mesmo salário.
O repositor de Hortifruti não consegue ter legumes, frutas e hortaliças dentro da sua própria casa.
O vendedor de calçados não consegue ter dinheiro para comprar tênis para os seus próprios filhos.
A vendedora de roupas não consegue mas vê a sua própria filha com a mesma roupa rasgada.
O vendedor de eletrônicas não consegue comprar a sua própria televisão.
O frentista não consegue encher o tanque de gasolina do seu próprio carro.
É difícil demais ser empresário no Brasil.
É difícil demais ser feliz ontem, porque ontem já se foi.
Também não conseguem ser feliz amanhã, porque amanhã ainda será.
Num tempo onde “ser feliz” se tornou uma tirania do existir, encontro com pessoas que esqueceram de viver para se entregarem, não raras vezes de forma louca, a uma busca por um tipo felicidade que jamais poderá ser encontrada.
Você é feliz?.
Se você é feliz, o que é ser feliz para você?.

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

O Zahir

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Posso dizer talvez que a maior vergonha do cristianismo foi ter deixado ideologias políticas lhe roubarem a bandeira da igualdade, da causa dos oprimidos e sobrecarregados.
Pois se as pautas sobre racismo,
homofobia,
xenofobia,
machismo,
desigualdade são atribuídas a partidos políticos, isso prova o fracasso do cristianismo como religião, que deveria ser a principal e insubstituível referência nesses temas, já que supostamente se trata de seguidores de Jesus, aquele que ficou conhecido como beberrão, amigo de pecadores, que andava com os cansados e sobrecarregados à margem da sociedade.
Por isso, se as marcas de Jesus não são as marcas da igreja, tal igreja não é a igreja de Jesus.
Pois as marcas de Jesus é o amor com as pessoas no coletivo.
É a tolerância, o respeito, a igualdade, a fraternidade a paz de espírito.
O Jesus é este que dá pão a quem tem fome e não atira palavras ou pedras de acusações.
O Jesus é este que congregava onde houvesse pessoas.
Mas quando ia ao templo era só para advertir aqueles trajados de púrpura,
aqueles que arrotavam santidade, aqueles que eram intocáveis por se acharem beatos diante dos cegos, surdos, coxos, leprosos, paralíticos.   
O Jesus é este que ama e recebe às pessoas de forma humilde, por isso é um educador popular.
O Jesus é este que está no interior ou no invisível, que consiste nas intenções e pensamentos das pessoas que fica guardado nos corações dos indivíduos.
O Jesus é este que uma vez tocado ou visto, jamais é esquecido e vai ocupando nosso pensamento, até nos levar à ama como Ele nos amou.
O Jesus é este que contava como meio de vida prática em parábolas usando da cultura como forma de transformação da sociedade.
O Jesus é fraterno, igualitário, solidário e contra o sistema.
Ele é assim e foi morto pelo sistema
Ele era contra o acúmulo de riquezas,
seu lema era dividir com cada um conforme suas necessidades.
Ele era alegre, celebrava, multiplicava vinho, alimentos e dividia com todos.
Ele dançava, cantava não era invejoso.
Ele não tem dupla personalidade, por isso Ele é o mesmo de sempre.
Se a ideia que você tem de Jesus não condiz com o que ele é,
você pode ter passado a vida toda adorando a um falso cristo.
Criamos cristos de acordo com as lentes que ganhamos no contexto religioso que vivemos.
Esses são os falsos cristos que Jesus nos alertou.
Falsos cristos são falsas ideias sobre Cristo.
Homens que aparecem se dizendo Cristo, são meras distrações.

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Você da Silva

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Você sempre terá críticos.
É impossível agradar todo mundo.
Seja coerente com você isso é suficiente.
Há pessoas que desejam partir da sua vida.
Todos são livres, inclusive você.
Não segure ninguém.
Todas as coisas importantes da sua vida não são coisas.                
Reflita e siga em frente com as ideias que tiver achado relevantes.
Tenha sua identidade decidida,
tenha a sua identificação resolvida,
tenha o seu sobrenome atuante por mais que se chame, Silva.
Permita-se um presente hoje que seja você mesma.
Não é um fracasso estar triste.
Há momentos complexos na nossa vida.
Nossa paz pode ser quebrada além da nossa capacidade de restaurá-la de forma rápida.
Bateu o desalento?.
Faz parte da vida.
Analise a origem e não evite o sentimento, apenas aprenda e entenda-se.
Converse com alguém de confiança.
Busque uma pessoa amiga ou alguém da área de saúde mental.
Pedi ajuda nos faz bem reconhecer a nossa fragilidade
Leia.
Medite.
Tome um bom chá.
Respire.
Siga.
Você pode estar triste, porém, você não é a tristeza.
A frustração prova que você espera algo melhor do mundo e da sua vida e ainda não conseguiu.
Aqui está um bom começo de reação.
A esperança de um momento mais agradável.
E não se esqueça que chorar não é defeito de caráter.
Recomece.
Reescreva.
Reacenda.
Eu entendo que alguns de vocês postem suas conquistas pequenas ou grandes alegrias publicamente e preservem seus fracassos e tristezas para compartilhar com os mais próximos.
Só  não entendo que forjem uma felicidade irreal e ideal em um clic. 
Você sabe da história que carrega,
o que pensa
os sonhos que tem,
as lágrimas que não derrama,
o que é capaz de lhe tirar o sono,
o que faz a alegria nascer,
quem faz toda a diferença.
Cada um de vocês sabem o que mais adoraria ganhar de presente, a medida do empenho para chegar até aqui.
Vocês podem fazer loucuras por amor.
Mas até onde vocês iriam por amor?.
Vocês abririam mão por amor?.
A que ponto vocês chegariam por amor?.
Quanta dor vocês suportariam por amor?.
Que salto vocês dariam por amor?.
Que dogma vocês questionariam por amor?.
O que vocês perdoariam por amor?.
Que canção vocês comporiam por amor?.
Em que mar vocês navegariam por amor?.
Vocês precisam saber que o amor está acima de regras e códigos e que dentre outros sentimentos, se destaca entre os pródigos.
Abre vias e caminhos, nos coloca além dos palácios.
Pois sua luz e seu calor eternizam o que se ama.

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Teto sem paredes

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As tarifas de energia elétrica estão 25 por cento mais caras neste ano.
A gasolina acumula alta de 73 por cento, e o diesel 65 por cento.
Ontem entraram em vigor aumentos de 7 por cento na gasolina e 9 por cento no diesel.
Isso significa mais combustível no IPCA e na taxa Selic.
No cenário externo, ainda se refazendo da pandemia, o petróleo aumento porque a demanda continua colidindo na restrição de oferta, causando um desarranjo nos preços internacionais.
Temos incertezas e inseguranças relacionadas às contas públicas,
ao orçamento da União e ao novo programa assistencial, além da crise hídrica na qual o Brasil morre de sede e seca em frente ao mar.
Com á abertura no teto de gastos,
o país fica mais descoberto,
sem recurso para se proteger desse temporal de inflação.
Quando a gente fala em fragilizar o teto dos gastos no ano que vem,
a gente fala de um juro neutro mais alto, consequentemente o Banco Central vai ter que subir esse juros e isso vai impactar no bolso dos mais pobres,
com uma inflação também mais salgada.
Tudo isso é muito insatisfatório para empresários, trabalhadores e desempregados que dependem e evidenciam com a esperada recuperação.
Enquanto isso, em Brasília, seguem intocáveis 20 bilhões em emendas parlamentares e fundos partidários.
Fortuna que os políticos poderão gastar praticamente sem mecanismo de controle, praticamente sem teto.


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