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O Talibã é um movimento fundamentalista islâmico nacionalista que se difundiu no Afeganistão.
Seus idealizadores e membros mais influentes eram teólogos islâmicos e tinham como objetivo o estabelecimento de um regime teocrático baseado numa leitura extremista do Alcorão.
Há o receio de que o Talibã volte a impor leis baseadas na interpretação que o grupo faz do islamismo, pela qual mulheres quase não têm direitos.
Durante a regência do regime, as meninas eram proibidas de estudar,
as mulheres não podiam trabalhar e só podiam ser vistas em público com o corpo coberto pela burca e acompanhadas.
A punição podia ir do espancamento à execução.
O Talibã também promovia apedrejamento de mulheres acusadas de adultério.
Durante os 20 anos em que o Talibã esteve fora do poder, houve avanços significativos nos direitos das mulheres.
Além das meninas ingressaram nas escolas, há mulheres no Parlamento,
no governo e em empresas.
O retorno do Talibã ao poder é uma tragédia incomensurável.
O Talibã também não demonstra qualquer apreço à cultura e a ciência.
Os golpistas anunciaram o fim da vacinação contra a COVID-19.
O Talibã, bem como outros regimes radicais, recorrem a um sentimento popular de frustração com a classe política, de insegurança quanto ao futuro, de insatisfação com a moralidade, ou ainda à luta contra a corrupção para justificar seu extremismo.
Em nome de Deus, da pátria e dos bons costumes, recorrem a expedientes sórdidos que incluem a eliminação de adversários e dissidentes. Independentemente de ser muçulmano ou cristão, todo fundamentalismo deságua no oceano do totalitarismo e do obscurantismo.
Por trás do apelo às virtudes, o discurso do ódio aos diferentes, a discriminação, a supressão de direitos, a uma foice local, ambos tão mortais
entre as estupendas montanhas de Qandahar.
Por isso, não há horizonte, não há luz do Sol sobre a flor pisada e ofendida.
Há sangue do seu povo de centenas no solo todos os dias.
Há choro das meninas estupradas e queimadas.
Não há canção, não há tempo, não há juventude,
a invadida Cabul está desolada,
covardes usam a força humana para ganhar terreno.
As pessoas não sabem o que significa
tal genocídio contra a humanidade.
No país do Taliban e dos tão temidos senhores da guerra, a esperança do povo afegão, é encontra lugar nos seus homens combatentes, e nas várias valentes mulheres afegãs.