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A ideia de que o presidente Bolsonaro é o grande perdedor das eleições municipais é uma ideia meio mussarela eufórica, meio calabreza precipitada.
Bolsonaro apoiou este ano uns 60 candidatos em todo o país, mas só uma dúzia se elegeu. Realmente,
isso é pouco para um político até então visto como um fenômeno eleitoral.
Em compensação, o Centrão foi um dos grandes vitoriosos,
ganhando capitais e cidades importantes que estavam sob administração do PT, MDB e PSDB. Realmente, isso não é pouco considerando que hoje esse bloco é aliado do presidente.
É verdade que Bolsonaro abriu mão de sua posição de estar sem partido,
o que permitia a ele não se manifestar a favor de ninguém.
Assim como também é verdade que o presidente fez uma jogada de puro cálculo político,
quando decidiu declarar seu apoio pessoal a candidatos com forte apelo junto ao eleitorado evangélico.
Um segmento que representa parte de suas bases populares.
Daí que, em tese, o que o presidente tem diante dos resultados de 2020 não passa de um empate técnico, de pouca serventia agora para determinar o que vai acontecer em 2022.
A vantagem para Bolsonaro é que esse grito de alerta das urnas veio dois anos antes;
portanto, a tempo de corrigir rumo, discurso e comportamento.
Indiscutível mesmo é o fato de que, mais uma vez,
a democracia saiu vitoriosa e invicta das urnas.
Mesmo em tempo de populismo, polarização e coronavírus,
a democracia segue vacinada, imunizada e revigorada.
A democracia é um antídoto contra as praga,
às vezes falha,
mas em geral funciona.
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