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Agora que estou
no fim da vida,
Deixo essa
poesia para os
Que estão diante
da primeira vez.
Pois enquanto eu
movimentei entre a minha nascente (o nascimento)
E o meu destino
(morte),
As paisagens
serão sempre novas.
Eu agradeço as
pessoas que comigo viveram e conviveram,
De maneira amigável
e comparticipastes
Dos meus
objetivos pessoais.
Devo encarar todas
estas novidades com alegria,
E não com medo
Porque é inútil
temer o que não se pode evitar.
Eu peso
desculpas as pessoas que se afastaram de mim,
Pois parece que
o meu amor é um amor
Que assusta
todas as pessoas que eu resolvi compartilha.
Eu quero ser um rio
que não deixa de correr jamais.
Em um vale, andarei
mais devagar.
Quando toda à
minha volta fica mais fácil,
As águas se acalmaram
e eu me tornarei mais amplo,
Mais largo mais generoso.
Quero que minhas margens sejam
férteis.
Pois a vegetação
só nasce onde existe água.
Quero entra em
contato convosco,
Para entender
que estou ali para dar de beber a quem tem sede.
As pedras precisam ser
contornadas.
Evidente que a
água é mais forte que o granito,
Mas para isso é
preciso tempo.
Não adianta eu
deixar ser dominado por obstáculos mais fortes,
Ou tentar
bater-me contra eles;
Gastarei energia
à toa.
O melhor é
entender por onde se encontra a saída,
E seguir
adiante.
As depressões necessitam
paciência.
De repente o rio
entra em uma espécie de buraco,
E para de correr
com a alegria de antes.
Nestes momentos,
A única maneira
de sair é contar com a ajuda do tempo.
Quando chegar o
momento certo,
A depressão se
enche,
E a água pode
seguir adiante.
No lugar do
buraco feio e sem vida,
Agora existe um
lago que eu posso contemplar com alegria.
Sou único.
Nasci
em um lugar que estava destinado para mim,
Que me manterá
sempre alimentado
De água o
suficiente para que,
Diante de
obstáculos ou depressões,
Posso ter a
paciência ou a força necessária para seguir adiante.
Começo
o meu curso de maneira suave,
Frágil, onde até
mesmo uma simples folha pára o meu curso.
Entretanto, como
respeito o mistério da fonte que me gerou,
E
confio em sua Eterna sabedoria,
Aos poucos vou ganhando
tudo que é necessário
Para percorrer o
meu caminho.
Embora eu seja único,
Em
breve serei muitos.
À medida que eu
caminho,
As águas de
outras nascentes se aproximam,
Porque aquele é
o melhor caminho a seguir.
Então já não serei
apenas um, mas muitos
E há um momento
em que eu sentirei perdido.
Entretanto, como
diz a Bíblia, “todos os rios correm para o mar”.
É impossível
permanecer em nossa solidão,
Por
mais romântica que ela possa parecer.
Quando eu
aceitar o inevitável encontro com outras nascentes,
Terminarei por
entender que isso me faz muito mais forte,
Contorno os
obstáculos ou preencho
As depressões em
muito menos tempo,
E com muito mais
facilidade.
Sou um meio de
transporte.
De folhas, de
barcos,
De idéias.
Que minhas águas
sejam sempre generosas,
Que eu possa sempre
levar adiante todas as coisas
Ou
pessoas que precisarão de minha ajuda.
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