segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O vôo da liberdade

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Um dia, eu vir um pássaro adornado com um par de asas perfeitas
E plumas reluzentes, coloridas e maravilhosas.
Um dia, ele estava voando no meu quintal,
O pássaro também me viu.
E eu fiquei a olhar o seu vôo com a boca aberta de espanto,
O coração batendo mais rapidamente,
Os olhos brilhando de emoção.
Eu em algum momento tive a impressão
Que ele me convidou-o para voar com ele,
E então comecei a imaginar que eu
Estava no céu em plena harmonia.
Admirando, venerando, celebrando o pássaro.
Mas então pensei:
Talvez ele queira conhecer algumas montanhas distantes!
E então senti medo.
Medo de nunca mais voar com aquele pássaro.
E senti inveja, inveja da capacidade de voar do pássaro.
E senti-me sozinho.
E pensei: "Vou montar uma armadilha.
“Da próxima vez que o pássaro surgir, ele não partirá mais.”
O pássaro, que também estava acostumado comigo,
Voltou no dia seguinte, caiu na armadilha, e foi preso na gaiola.
Todos os dias eu olhava o pássaro.
Ali estava o objeto de minha paixão,
E eu mostrava-o os meus amigos,
Que comentavam: "Mas tu és uma pessoa que tem tudo."
Entretanto, uma estranha transformação começou a processar-se:
Como tinha o pássaro, e já não precisava conquistá-lo,
Foi perdendo o interesse.
O pássaro, sem poder voar e exprimir o sentido da sua vida,
Foi definhando, perdendo o brilho,
Ficou feio - e as pessoas já não lhe prestavam atenção,
Quando eu passeava com ele em uma mata.
Apenas prestava atenção na maneira como
Eu o alimentava e como eu cuidava da sua gaiola.
Um belo dia, o pássaro morreu.
Eu fiquei profundamente triste,
E apenas tive a coragem de dizer
"Vai com Deus e volte com ele".
Todos os dias e noites eu passava a vida a pensar nele.
Mas não se lembrava da gaiola,
Recordava apenas o dia em que eu vir pela primeira vez,
Voando contente entre as nuvens.
Se eu observasse a mim mesmo,
Descobriria que aquilo que me emocionava
Tanto no pássaro era a sua liberdade,
A energia das asas em movimento, não o seu corpo físico.
Sem o pássaro, a minha vida também perdeu o sentido,
E a morte veio bater à minha porta.
Naquele momento imaginei
Que o pássaro queria livra-me de minhas mãos,
Para voar para terras distantes,
Sobre campos verdes, árvores e montanhas
Flores e fontes em florestas
Para casa, pelas veredas da via celeste,
Pois aquela gaiola escura e solitária
Refletia uma sombra cheia de tristeza.
Então eu preferi deixá-lo voar
Em direção aos seus sonhos,
Que um dia ele deixou para trás
Por eu pensar somente no meu sonho material
E esquecendo o seu sonho,
Era o sonho que poucos sonham hoje,
Que era o sonho de liberdade.

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