quarta-feira, 27 de julho de 2022

O discurso conservador

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A antiga religião de israel passou a seduzir cristãos em Gálatas.
O discurso era bem diferente da mensagem de Cristo, porém apresentava uma resposta fácil para os desafios da sociedade. 
Bastava aplicar a lei da religião tradicionalismo e costumes e estava tudo resolvido. 
Uma resposta ultra conservadora, é bem verdade, mas esse negócio de respostas fáceis para problemas complexos parece sempre encantar o ser humano. 
Os irmãos não perceberam que eles estavam negando a mensagem de Cristo.
Retornando às suas práticas religiosas estavam desumanizando uns aos outros.
Os critérios legalistas na realidade eram uma forma “civilizada” de desprezar os mais fracos,
oprimir os diferentes, massacrar as mulheres, justificar a escravidão,
a acumulação de terras e riquezas, manter os privilégios da classe sacerdotal e normalizar a violência.
Paulo, o apóstolo, duramente os adverte dizendo que esta religiosidade  que traz uma mensagem diferente da de Cristo é Maldita.
Precisou lembrá-los que Jesus foi morto na para livrá-los do mau, dessa condição de existência e que não adiantaria em nada sua morte se eles não cressem em uma nova forma de vida possível.
Afirmou que quem tivesse fé nessa nova forma de existir abençoaria todos os povos.
Disse que em Cristo, há um novo jeito de ser gente a partir da fraternidade, igualdade, equidade “pois em Cristo Não há judeu nem grego,
escravo ou livre, homem ou mulher; porque nEle todos somos um”.
O que vivemos no Brasil não é muito diferente.
Ainda é necessário lutar pela verdade da mensagem de Jesus sob pena de traí-lo e novamente abraçar a violência e crucificar tantos Cristos.
Jesus denuncia as ações escravizadoras e desumanizadoras. suas  boas notícias não coadunam com discriminação,
intolerância e violência,
não é indiferente aos pobres, não fomenta privilégios. 
Jesus é a libertação de toda forma de opressão. 
No nazareno não há ódio, violência, exclusão e indiferença. 
Precisamos nos colocar ao lado de Jesus na história!.
Ou é isso ou é Anti evangelho é anti Cristo é seguir fazendo-se maldito na vida humana.

segunda-feira, 25 de julho de 2022

Poema sobre as eleições

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Estamos bem próximos das eleições, Outubro é logo ali, elegeremos o presidente, os governadores,
os senadores e os deputados federais e 
os estaduais, num tempo como este, aproveito para relembrar uma máxima que ouvia direto na minha adolescência: texto sem contexto é pretexto para heresia. 
Peço encarecidamente que vocês troquem a palavra heresia pela expressão fake news. 
Sim, é exatamente isso que estou dizendo, o que nos for dito ou o que formos dizer, deve sim ter um contexto, ter uma boa base, a velha fundamentação, do contrário não vai passar de retórica simplista com a clara intenção de manipular as consciências.
Está posto e é claro que todos temos o direito de manifestar os nossos pensamentos, às nossas ideias,
não estou aqui propondo uma lei da mordaça ou um voto de silêncio,
sou totalmente favorável a liberdade de expressão, a única questão que levanto é a da importância de se estar atento as notícias,
as informações e conteúdos que recebemos e transmitimos,
até porque não somos e não podemos deixar que nos tratem como páginas em branco, prontas para serem preenchidas de acordo com o Bel-prazer de qualquer um.
Tenho a minha predileção política, você tem a sua, mas as nossas predileções não podem e não devem nos fazer esquecer da ética, sim, digo e repito para todos: o limite de tudo tem que ser a ética.
Não se trata do que eu gosto ou deixo de gostar, a questão é o que é justo ou deixa de ser. 
Eu sei e você também sabe que às eleições de 2022 serão bem quentes, lamentavelmente teremos,
ou melhor, já temos uma radicalização que beira a insanidade e se desdobra na violência, exatamente porque querem ter razão, sem fazer o bom uso da razão, parece que estamos em um acelerado processo de involução e é por isso que cada vez mais se faz necessário o alerta: usem a vossa capacidade reflexiva, analisem,
não apenas reproduzam, não sejamos massa de manobra ou mão de obra do caos.
Não, não estou dizendo que não devemos nos posicionar, se você leu e não entendeu que defendo a liberdade de expressão, peço que releia o texto novamente,
se não quiser, direito seu, mas que fique muito claro que o meu direito de me posicionar, não anula o direito do outro de se posicionar em contradição a mim, o jogar dentro das quatro linhas da Constituição Federal passa exatamente pelo respeito ao pluralismo político que é fundamento da República Federativa do Brasil.
Seja firme, seja contundente, só não seja desumano e muito menos antiético, faça um excelente uso da sua liberdade, manifeste a todos os seus pensamentos, mas não se esqueça que a liberdade de dizer não exime ninguém da responsabilidade de responder civil e penalmente pelo que disse, principalmente se a fala tiver gerado ou tiver potencial para gerar consequências nefastas.

sábado, 23 de julho de 2022

Poema sobre o pai nosso

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Pai nosso que está no céu,
porém, sempre acessível a todos que o buscam.
Que seu nome jamais seja profanado por aqueles que dizem representá-lo.
Que o seu reino nos encontre onde quer que estejamos, e que sua vontade  prevaleça sobre nossos projetos pessoais. 
Que a terra seja uma extensão do céu, lugar onde a justiça e o amor andem de mãos dadas.
Que o pão que nos for dado cotidianamente seja compartilhado com os demais em vez de ser guardado para o dia seguinte.
Que o acúmulo de bens seja considerado o cúmulo do egoísmo, enquanto sua distribuição generosa desperte em nós a esperança de dias melhores.
Que o perdão que nos foi graciosamente concedido,
seja prodigamente estendido aos demais.
Que assim como fomos perdoados, possamos igualmente perdoar,
sem exigir reparação.
Que jamais nos aproveitemos da dívida alheia para chantagear ou tirar proveito em benefício próprio.
Não nos deixe cair na tentação de achar que somos o centro do universo, merecedores de atenção especial, agindo como se o mundo nos devesse alguma coisa.
Nem nos permita ser tentação aos outros, a fim de expor sua fraqueza,
e assim, justificar a nossa.
Livra-nos do mal, principalmente, daquele que possamos fazer ao próximo, mesmo que isso nos traga alguma vantagem.
Que jamais nos esqueçamos de que o Pai é nosso, e não de uns ou de outros; mas o reino é dele,
e por isso, admite nele quem ele quiser, sem ter que dar satisfação a ninguém.
Seu reino é infinitamente maior do que o perímetro que nossa espiritualidade egoísta nos permite ver. 
O pão é nosso, mas a fonte de sua provisão é ele.
Se a fonte nunca cessa de jorrar,
logo, sua provisão também jamais faltará.
Que desculpa teríamos para acumular em vez de repartir?.
Que justificativa haveria para a nossa ganância e cobiça?.
A dívida perdoada era nossa,
e nada fizemos para merecer seu perdão.
Os méritos são dele.
Logo, a glória deve ser atribuída inteiramente a quem de direito.
Dele foi a iniciativa, e a ele caberá a finalização.
Ele é o início e o fim.
A nós, seus filhos, cabe a alegria de sermos o meio, o canal através do qual sua superabundante graça alcança também os demais. 
Se o Pai, o pão e o perdão são nossos, então, somos todos irmãos. 
Que assim seja.

quinta-feira, 21 de julho de 2022

Poema sobre o caminho de Jesus

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Se alguém quiser vir atrás de mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.
Jesus nos interpela com essa convocação logo após anunciar sua disposição de sofrer,
morrer e ressuscitar ao terceiro dia. Fazer caminho com Jesus é ir em direção à vida que vence a morte, vida eterna, vida divinizada.
Assim como a mulher não é uma menina grande, e a lagarta precisa passar por uma transformação radical para realizar sua vocação de borboleta, também a experiência da vida-divina-eterna não é mero prolongamento da existência natural. Jesus disse que “se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, continuará ele só.
Mas se morrer, dará muito fruto”.
A vocação do grão de trigo não é ser grande, é ser muitos.
A vida-divina-eterna fica no lado oposto do egoísmo-egocentrismo.
Deus é amor, doação e autodoação: “o amor não cabe em si”.
Por isso Jesus diz “quem quiser salvar a sua vida, a perderá,
mas quem perder a vida por minha causa, a encontrará”.
Tomar a cruz é morrer para si mesmo e se entregar para a vida abnegada, solidária e generosa, à exemplo da vida divina, que não é outra senão comunhão, comum-unidade.
Quem quiser viver de verdade,
que faça o caminho de Jesus,
do jeito de Jesus, com Jesus:
que deliberadamente morra para si e receba de Deus a ressurreição.

terça-feira, 19 de julho de 2022

A preocupação de Jesus

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Jesus disse que não se deve colocar remendo novo em pano velho,
nem vinho novo em odre velho.
O pano e o odre representam a maneira como Jesus interpreta e usa a Lei de Moisés.
Os religiosos fariseus e doutores da Lei, usam a Lei a favor da Lei;
Jesus usa a Lei a favor da vida e dos seres humanos.
Cura no sábado, toca leprosos, perdoa pecados.
Os religiosos estão preocupados que a Lei seja respeitada;
Jesus está ocupado em que os seres humanos sejam respeitados e redimidos, perdoados, curados e libertos de suas prisões espirituais, existenciais.
Os religiosos estão preocupados que a Lei não se perca;
Jesus está ocupado em que os seres humanos não se percam.
Jesus não nega que os seres humanos sejamos pecadores, enfermos, injustos e estejamos aquém de nossa plena humanidade conforme a imagem e semelhança de Deus.
E justamente por isso Jesus se dedica a nós.
Quiseram saber porque Jesus se confiava aos pecadores, pessoas como eu e você.
Ele então respondeu que “não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes.
Eu não vim para chamar justos,
mas pecadores".
Os maiores adversários de Jesus e do Evangelho não são os pecadores, são os pecadores que não se enxergam como tais,
são as pessoas que vivem mais de suas inconsistentes certezas e pseudo virtudes do que da graça e misericórdia de Deus.
Todo o tempo Jesus nos interpela dizendo: “sê perdoado; sê liberto;
sê curado; sê gente”!.
E nós respondemos: Senhor, tende piedade de nós;
Cristo, tende piedade de nós;
Senhor, tende piedade de nós. 

domingo, 17 de julho de 2022

Poema sobre a justiça social

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A palavra “justiça” foi perdendo o significado ao longo da história,
mas no hebraico Justiça significa cuidar dos vulneráveis.
Quando as palavras “tzadeqah” e “mishpat” aparecem entrelaçadas na Bíblia, como acontece quase 40 vezes, nossa expressão que mais se aproxima do significado original é “justiça social”. 
Hoje, o que entendemos por justiça é mais ou menos isso: eu trabalho,
eu ganho meu dinheiro,
é justo eu gastá-lo todo para mim mesmo, se eu quiser.
Compartilhar meu dinheiro com os que precisam é opcional e não se trata de “praticar justiça”.
Errado!.
“Justiça”, segundo a Bíblia,
é você dividir com o necessitado, garantir-lhe os direitos básicos,
tanto em atos de caridade particulares, quanto em ativismo social. 
O caráter básico de um verdadeiro cristão é ter sede de Justiça e praticá-la.
Deixar de praticar a justiça bíblica é o mesmo que praticar a injustiça.
Para o cidadão comum,
é injusto eu trabalhar e ter que dividir com os outros.
Para a justiça bíblica, não dividir é que é injusto, pois nossa boa condição financeira juntamente com a péssima condição de outros se dá, não somente pelo nosso trabalho e capacidade de produzir,
nem somente pela incapacidade do outro, mas principalmente por causa de um sistema mundial injusto que favorece a desigualdade social.
Se somos bem sucedidos,
isso não se deve unicamente ao nosso mérito, mas também a esse sistema injusto.
Em outras palavras, se você é rico, não é totalmente por mérito seu,
mas porque o sistema lhe proporcionou, direta ou indiretamente,isso.
E o sistema faz isso as custas dos pobres, sempre.
Ou seja, a desigualdade social,
a existência de ricos e pobres,
é efeito da injustiça que opera no mundo, sendo obrigação cristã praticarmos a Justiça Reparadora.
O que é meu, não é somente meu, mas foi tirado, direta ou indiretamente dos mais vulneráveis.
Jó, no capítulo 31, fala sobre todas as coisas que fez para viver de modo justo e reto.
Ele afirma que toda a omissão em ajudar o pobre é pecado,
uma ofensa à Deus (v23).
Ele afirma ainda que seria pecado contra Deus achar que suas riquezas lhe pertenciam totalmente.
Não compartilhar o pão e seus bens com o pobre seria injusto,
pecado contra Deus e sua justiça. 
Já Ezequiel diz que “Se um homem for justo e agir com retidão e justiça, e não roubar, mas repartir o pão com o faminto e vestir o que não tem roupas; não emprestar a juros e não receber mais do que emprestou...” (Ez 18.5,7,8a). 
Esse homem justo não usa sua posição econômica para explorar as pessoas que estão em desvantagem financeira.
É interessante notar como o texto coloca “não roubar” lado à lado com repartir o pão e dar roupa aos pobres.
Ou seja, se não compartilhamos ativamente os nossos recursos que não são totalmente nossos com os pobres, somos ladrões.
Quando Jesus disse “não convidem seus amigos para jantar, mas convide os pobres, os aleijados, os mancos e os cegos”, não deveria ser entendido literalmente.
Ele está dizendo  que devemos gastar muito mais dinheiro e bens com os mais vulneráveis do que com nosso próprio conforto e divertimento.
Pois Jesus é a revelação do Deus de Jó e Ezequiel, que diz: “Ide e contai a João as coisas que ouves e vedes;
os cegos veem, e os paralíticos andam; os leprosos são purificados, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho (Mt 11.4,5).”
Lembra do jovem rico?.
Pois é, o jovem rico recebeu diretamente de Cristo o convite para ser participante de seu corpo.
Jesus pediu-lhe três coisas,
que na verdade são uma só,
ou uma não existe sem a outra: 
1: “vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres”
2: “tome sua cruz”
3: “e siga-me”
Ser participante do corpo de Cristo é sentir as dores do corpo mutilado de Jesus, que veio para os pobres e oprimidos. 
Quando o jovem rico rejeita a causa do pobre, ele rejeita o próprio corpo de Cristo que é composto pelos cansados e sobrecarregados de injustiça.
Sim, Jesus se materializa nos pobres, marginalizados e excluídos da sociedade: “quando fizestes a um desses pequeninos, a mim fizestes”.
Em Atos, o dom do Espírito é dado e resulta em “koinonia” (palavra grega geralmente traduzida por “comunhão”).
Seu significado é revelado aqui: “todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum.
Vendiam suas propriedades e bens,
e os repartiam com todos, segundo a necessidade de cada um”.
Nossa primeira responsabilidade é com a família e os parentes (1Tm 5.8 ), e a segunda é com os que professam da mesma fé (Gl 6.10).
No entanto, mostra-se equilíbrio quando Paulo afirma: “Assim, enquanto temos oportunidade (condições financeiras), façamos o bem a todos, principalmente aos da família da fé”.
Ajudar “a todos” não é opcional,
é mandamento.
Isso fica ainda mais evidente na parábola do bom samaritano.
Jesus explicou que amar significa envolver-se de maneira sacrificial com os vulneráveis, assim como o samaritano arriscou sua vida quando parou na estrada.
Objeções dos espertalhões: “todos os pobres que conheço, amigos e familiares, têm até TV.
Ninguém está morrendo de fome!” 
Se esse for o caso, você lembra do mandamento de amar o próximo como a você mesmo?.
Nós não esperamos até chegar ao extremo para resolver nossos próprios problemas, então por que esperar até que o próximo esteja morrendo de fome para ajudá-lo?.
Então “Ame o próximo como a você mesmo”.
Seja cristão que tem sede de justiça.
E o principal: não olhe para os méritos e deméritos do outro antes de ajudar, pois sem merecermos, Jesus fez por nós o que ninguém jamais faria.

quarta-feira, 13 de julho de 2022

Onde uma mulher está segura?.

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Onde?.
Quando?.
Segura?.
Jura?.
Onde uma mulher brasileira 
pode sentir-segura?.
Em que lugar?.
Na igreja?.
Na hora de orar,
de rezar?
Não.
Juro.
Igreja não é lugar seguro não.
Pesquise sobre violação
de mulheres em igrejas,
por pastores.
No centro,
num espaço espírita?.
Também não.
Lembra do João?.
No lar doce lar?.
Nem pensar!.
O Brasil ocupa o 5° lugar 
em destruição de mulher.
Resumindo:
em espaço de fé,
NÃO.
No lar doce lar,
também não.
No hospital?.
Não.
O médico assediador no consultório,
o técnico do raio-x, 
o maqueiro no pós-cirurgia,
o anestesista estuprador. 
Nem na hora da dor.
Nem na hora mágica do parto, 
na hora de dar à luz,
de ser examinada.
Não há paz um único dia.
E se morta,
seu corpo pode ser vitima de necrofilia 
dentro do IML,
o que acontece com alguma frequência
pelo país.
Como ser feliz?.
Como ter esperança?.
Onde há segurança 
para uma mulher?.
Na escola?.
Na universidade?.
No campo?.
Na cidade?.
No transporte?.
Onde uma mulher brasileira 
pode ficar de boa?.
Fazendo yoga  na Lagoa?.
Não.
Na fila do pão?.
No trabalho?.
Numa blitz na estrada?.
Numa delegacia?.
Sabe aquele dia
em que uma menina
se sentia mulher
por ter despertado
a atenção de um menino?.
Teria mudado esse destino?.
Seria ao ser vítima 
do primeiro ataque,
da primeira violência
esse marco inicial?.
O mal.
O cidadão de bem.
Onde?.
Quando?.
Com quem?.
Com quantas outras mulheres
precisa estar
para não ser declarada sozinha?.
Perigo à vista!
E a mãe do anestesista?.
Filha?.
Mulher?.
Segurança aonde?.
Em casa?.
No espaço de fé?.
Tomando um café
numa padaria?.
Voltando pra casa no fim do dia,
"sozinha",
com uma amiga?.
Vida de mulher!.
5° país do mundo
em violência contra elas.
Igreja como parceira
para mudar?.
Não.
Igreja, submissão. 
Sociedade,
patriarcado,
machismo,
misoginia.
Mulheres negras
eram estupradas todos os dias
com a conivência da igreja
em mais de trezentos e cinquenta anos
de escravidão oficial.
Estupros legitimados por uma teologia,
por uma fé.
"Não se nasce mulher, 
torna-se mulher."
E tentam evitar
esse se tornar.
Tentam matar
as que que insistem
em se tornar,
silenciar.
Mas mulher é resiliência, 
é resistência, 
luta,
amor. 
"Vai em paz!.
Ser mulher  te salvou!".
Essa é a poesia condoreira.
E também a poesia do inconformismo.
Mas além de tudo isso,
é a poesia em defesa da mulher,
em defesa dos desvalidos!.

segunda-feira, 11 de julho de 2022

Poema sobre ideologia política

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Inaceitável, como inaceitável seria o contrário, ou seja, um petista matar um bolsonarista por questões meramente políticas.
Mas o que vemos, diante de nossos olhos atônitos, é o insuflamento da massa social, é gestação da polarização, é a violência contra a ferida inflamada, aberta no coração do País, sangrando sem parar.
Some-se a tudo isso falas insanas das lideranças políticas com encorajamentos para enfrentamentos golpistas, estímulo a compra e uso de armamentos, o que antevemos para as eleições é um grande conflito social com potencial de gerar uma marca inesquecível na Nação.
No microcosmo, as coisas já começaram a acontecer,
o que será que haverá em outubro, onde os nervos estarão a flor da pele, tudo acrescido pelo caldeirão de tensões sociais que só se agrava?.
E em meio a tudo isso, diante de tanto potencial de uma grande calamidade, não temos um líder sequer que nos pacifique, que nos chame a paz e ao bom senso.
Tristes são esses dias, e mais tristes poderão ser os dias que virão.
Jesus condenou os Fariseus de seus dias que se cobriam com a purpurina da religião, mas adentravam, sorrateiramente, as casas da prostituição.
Sim, todo legalista condena veementemente aquilo que,
na surdina, pratica, a hipocrisia religiosa é um tipo de câncer que come a consciência, torna o sujeito cínico para a vida.
Esse aí, em suas redes sociais, defende a família, a moral, os bons costumes e é contra as drogas e o aborto, mas não pensou duas vezes ao sacar a arma para matar o desafeto por causa de sua verdadeira paixão: ideologia política.
Devemos nos preparar para o que virá nos próximos anos, a masmorra onde fantasmas estavam adormecidos foi aberta e de lá sairá todo tipo de assombração e maldade, o Brasil começa a ver do que parte significativa de sua população é feita, aquele devaneio de que o brasileiro é bonzinho e gente amiga se dissipa rapidamente como fumaça no vento. Portanto, tenha cuidado, esse tempo pede temperança e equilíbrio, seja cauteloso nas suas relações, onde as bestas da terra e do mar; a religião e a política se levantavam para devorar os homens.
Proteja-se!.
Proteja os seus, guarde o coração do mal, preserve a mente com a Palavra da Verdade, mantenha os olhos abertos para discernir o que se passa no cotidiano, e seja cauteloso no falar e no agir.

domingo, 10 de julho de 2022

Poema sobre a marcha para Jesus

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Marcha para Jesus?.
Que Jesus?.
O Jesus do cristianismo?.
O Jesus dos evangélicos?.
Onde Jesus, nas Escrituras, mandou alguém marchar para ele?.
Onde está dito que estimulou os discípulos para saírem pelas ruas de Jerusalém propalando algo a seu respeito?.
Digo a vocês o mesmo que Paulo disse aos Gálatas: “Quem vos fascinou?”!.
A Marcha pode ser para Jesus,
mas o Jesus para quem vocês marcham não tem nada a ver com o Filho de Deus, é uma Marcha apócrifa, um desfile pagão, patrocinado por políticos vendilhões, intermediada por bispos e pastores apoiada por denominações corporativistas e você marchando, feito um boneco.
Enquanto isso, a grana vai rolando nos bastidores, ajudando a financiar campanhas para o legislativo,
a pagar o marketing eleitoreiro para eleger ventríloquos que falam o que lhe foi mandado pelos coronéis das igrejas.
Vocês deveriam marchar contra a fome, contra a miséria, contra a corrupção, contra a injustiça.
Num País mergulhado no caos o desfile é um acinte contra a dor e desgraça que se abateu sobre o nosso povo.
Deixe-me lhe dizer uma coisa: não há nada de Evangelho nisso,
o desfile é apenas para demonstrar o poder terreno de um segmento da igreja que apodreceu, é uma exibição da capacidade numérica das denominações para tentar impressionar a sociedade.
Quanta tolice! “Vejam como somos poderosos!.
Vejam como somos volumosos!”.
É uma tentativa de obter respeito,
de demarcar espaços, tudo feito com armas carnais.
Sim, Paulo disse que as armas da igreja eram poderosas, capazes de desbaratar potestades, mas ele não se referia a um desfile circense, encabeçado por líderes que venderam a alma.
A sociedade nos respeitaria se nos visse ao lado do pobre, do preso,
do preto, da mulher e dos invisíveis.
Mas isso ninguém quer!.
Vocês escolheram a glória desse mundo e os poderes do reino dos homens, o vosso apetite será saciado, empanturrem-se com as guloseimas servidas pelos homens,  pois no banquete do Reino de Deus vocês jamais entrarão, lá o cardápio é verdade e justiça, coisas que vocês aborrecem porque jamais conheceram aquele em nome de quem dizem marchar.

sábado, 9 de julho de 2022

Poema sobre o meu ideal

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Não é por fama ou por aplauso,
nem pela luz do holofote
Se escândalo eu causo
Se há soberba que eu arrote
Que esta chama, que este alvo
Em mim se apague, alguém sabote 
Que milagre ou prodígio,
Vai impor o meu querer?
Não busco posse ou prestígio,
Nem prazer, ou o poder
Mas...
Um ideal pelo qual morrer.
Um amor para o qual viver
Ao oprimido estendo a mão
Às injustiças eu cerro o punho
Ao desterrado, pedaço de chão
Ao desesperado, meu testemunho
Saio às ruas para proclamar
Que um novo tempo já se insinua
No horizonte a esperança a raiar
Que a distância entre nós diminua
E o que a mão esquerda fizer
A direita não saiba jamais
Que eu sofra a perda que vier
Mas não desista, nem olhe pra trás
O Seu amor hei de manifestar
No sacrifício pelo semelhante
Com o Seu perdão quero aterrar
o precipício que houver adiante
Quero ser voz para o mudo
para o mais fraco, hei de ser um escudo
Quero ser luz no escuro
Faz de mim seta que aponte o futuro.

quinta-feira, 7 de julho de 2022

Poema sobre os ausentes

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Gosto de imaginar a vida como um trem.
A cada estação, pessoas embarcam, enquanto outras descem.
Algumas, porque chegaram ao seu destino, outras porque precisam fazer baldeação, tomar outro trem que as leve ao seu destino.
Quantos embarcaram ou desembarcaram do vagão de nossa vida ao longo dos últimos anos?.
Os que fazem baldeação, simplesmente trocam de trem,
mas continuam por aí, prosseguindo em sua viagem existencial.
Pode ser que em algum momento,
a gente se cruze novamente se bem que, às vezes, a gente prefira que não.
Há ainda as que não descem do trem, mas mudam de vagão por já não apreciarem nossa companhia.
E quanto aos que chegaram ao seu destino?.
Refiro-me aos que nunca mais veremos, pelo menos, não nesta vida.
Quantas saudades deixaram!.
Seus lugares ficaram vagos e não há quem possa preenchê-los. 
Quantas coisas em nossa vida temos sepultado ao menor sinal de desgaste?.
Relacionamentos que deveriam ser perenes são simplesmente descartados.
Sonhos que nos acalentaram durante a juventude são engavetados tão logo tenhamos chegado à maturidade.
Amizades enterradas vivas.
Não seria o caso de nos recusarmos a sepultá-los?.
Até que ponto não nos temos entregado a um luto precoce?.
Não seria melhor depositá-los num lugar alto de nossa vida, acreditando que a qualquer momento o quadro possa ser revertido?.
Mudando um pouco o foco: será que temos sido imprescindíveis na vida de alguém?.
Quantas “túnicas e vestidos” já costuramos para quem não tinha o que vestir?.
Que diferença temos feito na vida dos que nos acompanham nesta jornada?.
O que cochicharão entre si quando nosso corpo inerte estiver descendo à sepultura?.
O que importa não é o quanto teremos amealhado para nós mesmos ao longo de nossa vida,
e sim o bem que houvermos feito ao nosso semelhante.
Se nossa vida houver sido verdadeiramente presente,
nossa ausência será sentida e lamentada.
Muito mais do que distribuir presentes é ser presente,
digo, em ambos os sentidos.
Ser presente no sentido de marcar presença e no sentido de ser uma dádiva.
A propósito, nenhum presente material é capaz de compensar a ausência.
Estar presente é mais importante do que cobrir alguém de presentes. 
Que dentre os votos que fazemos a cada passagem de ano,
esteja o de ser presente dos céus a todos à nossa volta, ao mesmo tempo em que acolheremos àqueles cujas vidas são igualmente uma dádiva celestial para nós.
O amor tem o poder de eternizar o que se é amado.
Ninguém pode dizer que amou alguém sem que, no fundo,
ainda o ame.
Portanto, mesmo que um dia tenhamos que sepultar o corpo de quem tanto amamos,
depositemos sua lembrança no mais alto lugar de nosso ser.

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