sexta-feira, 15 de abril de 2022

Tiros em Nova- York

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Em menos de 24 horas,
a polícia identificou,
localizou e prendeu o homem que disparou tiros e feriu 30 pessoas no metrô de Nova York.
A caça mobilizou todas as autoridades, unidas por um sentido de ação,
reação e indignação,
coisas típicas de quem não aceita fazer concessão ao crime seja qual for.
É disso que a cidade do Rio precisa!.
Desse ato de urgência,
atenção, proteção e amor.
Não só a cidade do Rio,
mas também os cariocas,
os turistas,
os negócios,
os comerciantes,
os empresários,
os investidores.
Mais do que suas praias,
paisagens e belezas naturais,
o Rio é uma marca,
uma grife,
a moda que não sai de moda.
A cidade é a sede oficial do sol,
do mar, do samba,
da bossa nova,
do Rock in Rio.
Temos atrações pelas quais milhões de pessoas estão dispostas a pagar bilhões de dólares, euros ou reais.
Para muitos estrangeiros,
o Rio é a melhor Nova York que já conheceram;
a melhor Londres que já se viu;
a melhor Paris;
a melhor Madri;
a melhor Tóquio.
Nenhuma outra cidade é tão melhor aos olhos de tantos visitantes.
E nunca tantos visitantes viraram,
de graça, garotos-propaganda da nossa cidade que costuma ser aclamada por reis,
rainhas,
papas,
presidentes e celebridades de todo o planeta.
Já sabemos como viver e sobreviver no Rio.
Só precisamos aprender a proteger e ganhar dinheiro com essa Cidade Maravilhosa.
Afinal, se os nova-iorquinos amam Nova York,
o mundo inteiro ama o Rio.

quinta-feira, 14 de abril de 2022

Um Deus segundo a minha perversidade

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De que me serve um Deus vulnerável, senão para desbancar minhas presunções?.
Do que me serve um Deus despido, ensanguentado, rendido,
vencido pela dor,
escarnecido,
ridicularizado,
senão para expor meus preconceitos mais arraigados e a obscenidade instalada nos recônditos mais obscuros da minha alma?.
De que me serve um Deus embriagado de amor?.
Prefiro um Deus sóbrio que jamais erre a pontaria quando tiver que alvejar e destruir meus desafetos. 
Não quero um Deus que desmascare minhas certezas, que desfaça minhas ilusões.
Quero um Deus que me garanta, que seja o fiador de meus desvarios. 
Quero um Deus customizado,
que jamais me desaponte.
Que nem pense em me dizer um não.
Um Deus que seja bom em fazer o mal.
Um Deus ao meu inteiro dispor, que atenda aos meus caprichos e justifique minha ganância e ambição.
Um Deus que não se atreva a vasculhar os porões da minha alma, nem altere a posição dos móveis nos cômodos do meu ser.
Que deixe meu mundo particular intacto.
Quando muito, que espane a poeira acumulada ao longo dos anos. 
Um Deus austero com os que pensam diferentemente de mim,
mas condescendente com minhas sandices.
Que subscreva minha ideologia, ainda que resulte na miséria e na morte de outros. 
Enfim, um Deus segundo as minhas suposições. 
Em que esse Deus se parece com Jesus?.
Por isso o crucificamos.
Ele não atendia aos requisitos.
Ele era bom demais com quem não prestava e duro com quem se achava o suprassumo da moral e dos bons costumes, vulgo cidadão do bem. 
O Deus segundo Jesus não cabe em meu andor político,
nem pode ser dissecado pela minha teologia, tampouco bajulado em minha liturgia. 
Prefiro um Deus que faz das igrejas seu sepulcro, e de seus ministros, mensageiros da morte,
e de seus cultos, procissões em direção do abismo.
Um Deus segundo o meu coração e a minha perversidade. 
* Sei do risco de não compreenderem minha ironia, mas tenho esperança de que este texto desperte a consciência de alguns.

segunda-feira, 11 de abril de 2022

Poema sobre a entrada triunfal em Jerusalém

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Havia uma expectativa no ar.
Todos comentavam entre si que finalmente chegara o dia em que o Messias tão esperado adentraria triunfantemente em Jerusalém; dirigindo-se ao palácio, deporia Herodes, o rei fajuto, marionete do império romano.
Um tal galileu surgira na periferia, fazendo milagres, exorcizando demônios, alimentando multidões.
Além de tudo, tinha pedigree.
Só poderia ser Ele, o filho de Davi,
que libertaria Seu povo do domínio romano, e assumiria o trono do qual era herdeiro.
A cidade estava em polvorosa.
Munidos de ramos, todos dirigiram-se ao portão principal para dar boas vindas ao que vinha em nome do Senhor.
HOSANA!.
Os tempos áureos voltaram!.
Viva o Filho de Davi!.
De repente, desponta no horizonte um figura doce, serena, montada num jumentinho.
Seus discípulos O precediam e engrossavam os brados de hosana.
Acostumados em assistir às paradas triunfais, em que reis e generais se apresentavam montados em extravagantes corcéis,
a imagem d’Aquele galileu montado num jumento era, no mínimo, frustrante.
Mesmo sem entender direito o que acontecia, os brados de hosana se intensificavam.
Talvez aquilo fosse um recurso visando identificá-lO com as camadas mais pobres e oprimidas da sociedade.
Ninguém podia supor que o jumentinho era emprestado.
Ao atravessar o portão da cidade, todos imaginavam que Ele Se dirigiria ao palácio, liderando o povo para um golpe de estado, mas em vez disso, Ele toma o lado oposto,
e Se dirige ao Templo.
Possivelmente muitos pensaram que Ele faria uma breve escala no templo, a fim de legitimar Seu motim, buscando apoio da casta sacerdotal.
Inusitadamente, Sua feição é transformada.
O galileu humilde montado num burrinho, agora improvisa um chicote, adentra os pátios do templo,
e de lá expulsa os cambistas e mercadores.
Confusão geral!.
Os brados de hosana foram substituídos por burburinhos.
Todos estavam enganados em suas expectativas.
Ele não estava interessado em ser unanimidade.
Não buscava apoio dos sacerdotes, nem dos dos principais partidos religiosos.
O reino que Ele representava não propunha mudanças que começassem pelo palácio,
mas pelo templo.
A Casa de Seu Pai estava sendo profanada, transformada num mercadão a céu aberto.
Antes de instaurar a ordem do reino, aquela “ordem” teria que ser subvertida.
Mesas de pernas pro ar!.
Gaiolas abertas!.
Cambistas expulsos!.
O mesmo Cristo do jumentinho é o Cristo do chicote.
Não confunda Sua humildade com passividade.
Ele jamais fez vista grossa às injustiças dos homens.
Depois de limpar o terreno,
cegos e coxos Lhes são trazidos,
e Ele os cura ali mesmo.
De repente, o silêncio é quebrado por brados de hosana, que desta vez vinham dos lábios de crianças.
Os sacerdotes, indignados, perguntam se Ele não se incomoda com aquilo.
Jesus responde: Vocês jamais leram? Da boca das crianças é que sai o mais puro louvor.
Repare nisso: Os hosanas bradados à entrada de Jerusalém não mereceram qualquer comentário de Jesus.
Entretanto, Ele sai em defesa das crianças que O louvavam com a mesma expressão.
Por quê?.
Porque estes eram legítimos, desprovidos de interesses.
Os hosanas de quem O recepcionou à porta da cidade foram interrompidos, tão logo Jesus feriu seus interesses.
Os mesmos lábios que O enalteciam, dias depois clamavam por sua crucificação.
Quão volúveis somos nós, humanos.
Num dia aplaudimos, noutro vaiamos.
Quem hoje é unanimidade, amanhã é execrado. 
Aqueles O louvavam por imaginarem que Jesus planejava um golpe político, e que, em posse do trono, romperia relações com Roma, reduziria a carga tributária,
e restabeleceria a monarquia de Davi.
Mas Jesus tinha em mente outro tipo de revolução.
Somente as crianças estavam prontas para isso.
Naquele momento, Jesus Se tornou no super-herói da meninada.
Só Ele teve a coragem de desafiar o status quo.
Só Ele ousou enfrentar os que detinham o monopólio religioso.
Enquanto as crianças O louvavam,
os adultos, indignados, já pensavam em como detê-lO.
Foi esta postura subversiva que Lhe custou a vida.
Começava ali a contagem regressiva para que o Cristo subversivo fosse morto, não por defender uma ideologia, mas um ideal, o ideal do Reino de Deus.
Desde então, o grito de “hosana” deveria ter conotação subversiva,
e não ser mais um jargão religioso.
Que seja o hosana das crianças,
dos representantes do futuro, aqueles para os quais é o reino dos céus, e não o hosana dos interesses inconfessáveis, do monopólio,
da religiosidade insípida,
do jogo político.
É triste e revoltante ver tantos cristãos deixando seus cultos dominicais portando ramos nas mãos, sem com isso serem cúmplices de Deus na instauração do Seu reino.
Que ninguém se atreva a reduzir Sua agenda às nossas expectativas e paixões ideológicas.
O Cristo que derruba mesas,
também derruba púlpitos e altares.
Lembrem-se de que o juízo de Deus sempre começa pela Sua própria casa, e ele será sem misericórdia com os que não usaram de misericórdia com os seus semelhantes.
O que sucede ao povo, também sucede ao sacerdote.
Ninguém está imune!.
Arrependam-se enquanto é tempo.

terça-feira, 5 de abril de 2022

Poema sobre a Ditadura e a cumplicidade das igrejas

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O Ministério da Defesa publicou ontem uma ordem do dia assinada pelo general Braga Netto em referência à data de 31 de março, marcada pelo golpe de 1964, que deu início à ditadura militar no Brasil.
O documento surpreendeu ao incluir as igrejas como protagonistas do golpe militar, juntamente com empresários, a imprensa, a OAB,
a própria população e as Forças Armadas, que, de acordo com o general, aliaram-se, reagiram e mobilizaram-se nas ruas, para restabelecer a ordem e para impedir que um regime totalitário fosse implantado no Brasil, por grupos que propagavam promessas falaciosas, que, depois, fracassou em várias partes do mundo.
Tudo isso pode ser comprovado pelos registros dos principais veículos de comunicação do período.
O ministro ainda pede que a população reconheça o papel desempenhado por civis e militares que os deixaram um legado de paz, de liberdade e de democracia,
valores estes inegociáveis, cuja preservação demanda de todos os brasileiros o eterno compromisso com a lei, com a estabilidade institucional e com a vontade popular.
Desconheço qualquer outro país latino-americano que tenha sofrido golpe semelhante, cujos militares insistam que se comemore o inglório evento.
Pelo contrário, trata-se o fato como vexatório, digno de repulsa.
A razão disso repousa no fato de que no Brasil os militares envolvidos foram anistiados, enquanto nos demais país, foram julgados e sentenciados.
O processo de redemocratização, ocorrido 21 anos depois do golpe,
foi encarado como um favor que os militares prestavam ao país, de modo que puderam impor seus próprios termos, que incluíam ampla anistia que beneficiasse tanto os perseguidos políticos, quanto os próprios militares.
Se por um lado, a anistia possibilitou o retorno dos exilados, também isentou torturadores e demais agentes da ditadura.
Portanto, crimes praticados na ditadura, incluindo prisões ilegais, tortura, assassinato, desaparecimento forçado de pessoas, ocultação de cadáveres, violações aos direitos humanos, foram todos perdoados pela Lei da Anistia.
Em razão disso, a Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Brasil por se negar a investigar e condenar os culpados pelos crimes cometidos durante a Ditadura. 
O Brasil mergulhou num período de 21 anos obscuros de autoritarismo, repressão e supressão de direitos, que começou com a deposição de João Goulart, um presidente democraticamente eleito, e terminou com uma vergonha anistia de mão-dupla. 
Como igrejas puderam contribuir com algo tão nefasto?.
Os crentes embarcaram numa narrativa construída em torno de uma suposta necessidade de se defender a segurança nacional contra a “ameaça comunista”.
Um dos eventos que impulsionaram o golpe militar de 1964 foi a chamada “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, visto ter oferecido um argumento a favor dos militares e dos grupos políticos e econômicos conservadores para a deposição do governo e a instalação do novo regime.
Segundo os organizadores da marcha, João Goulart seria o representante dos interesses do comunismo a ser implantado no Brasil.
A argumentação religiosa exposta na Marcha em “defesa da família e dos valores cristãos” contra a suposta ameaça comunista do presidente, foi uma resposta ágil e direta ao comício feito por João Goulart no centro do Rio de Janeiro, em 13 de Março de 1964, no qual apresentou seu plano econômico em que indicava a necessidade da reforma agrária e a intenção de estatizar as empresas de petróleo particulares, dentre outras medidas de cunho popular.
Em apoio à intervenção militar, o pastor batista Enéas Tognini convocou o povo evangélico para um dia de jejum e oração para evitar que o Brasil se tornasse um país comunista.
Sem qualquer arrependimento posterior, o pastor teria dito que os militares salvaram o Brasil do comunismo. 
Mesmo que os atores não sejam os mesmos, o roteiro se repete em um cenário que parece reproduzir ao que precedeu o golpe de 1964.
Não há o que ser comemorado.
Mas, certamente, há razão de sobra para lamentar, sobretudo, o fato de não termos aprendido com a nossa própria história, de modo, a repetirmos os mesmos erros de gerações que nos antecederam. 
Pastores vêm às redes sociais para insultar ministros do STF, como se quisessem ser presos para alegarem perseguição religiosa.
Nada contra os militares.
Tudo a favor da liberdade.
E para que isso seja garantido,
que os militares se limitem às suas atribuições e não queiram decidir o destino do nosso povo.
Portanto, que voltem para os quartéis, de onde jamais deveriam sair a não ser para defender o seu país contra ameaças reais externas.
Que os pastores e sacerdotes retomem suas atividades religiosas e deixem o cenário político.
Estado e religião são água e óleo. Voltem para suas congregações e paróquias, e parem de envergonhar o nome de Jesus.

quarta-feira, 30 de março de 2022

A economia não é uma ciência exata

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A economia não é uma ciência exata.
A saúde das finanças de um país,
de um governo ou de uma família depende de boas práticas,
boas dosagens e boas calibragens.
A queda do dólar, por exemplo,
que chegou a 4 reais e 91 centavos, traz problemas em algumas áreas, mas vantagens em muitas outras.
O câmbio mais barato desestimula o setor de exportações.
Isso porque ele diminui os ganhos com as vendas de mercadorias para fora do país, reduzindo a entrada de dólares.
Hoje, por enquanto, esse problema não existe porque, apesar da trajetória de queda,
o comércio exterior segue em situação ainda confortável,
no mínimo razoável.
Ruim para os exportadores,
a cotação menor do dólar traz ganhos internos, benefícios domésticos.
O primeiro e mais importante impacto favorável é a menor pressão sobre a inflação.
A cotação da moeda americana mais baixa resulta em uma série ou cadeia de custos financeiros e operacionais também mais baixos.
Preços mais baratos incentivam o consumo, que incentiva a produção, que incentiva a geração de emprego e renda, que incentiva o crescimento e o desenvolvimento.
É assim que deve funcionar na teoria.
O problema é que, não sendo a economia uma ciência exata,
às vezes esse ciclo demora a se completar.

sábado, 26 de março de 2022

O que o mundo precisa

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Não tente impor a sua religião sobre os outros.
Não tente transformar o seu país, em um país evangélico.
Não tente converter pessoas a religião evangélica, você vai cometer o mesmo erro dos cristãos lá do 1° século tentando converter pessoas a religião de Moisés.
Não tente converter pessoas a religião de Calvino.
Não tente converter pessoas a religião de Lutero.
Não tente converter pessoas a religião dos metodista, dos batistas, dos presbiterianos, dos assembleianos.
Não tente transformar as pessoas em evangélicas.
Não imponha sobre os outros a sua religião.
O mundo está cansado de religião
Lamentavelmente, a religião só serve para ensinar a gente quem a gente deve odiar.
O mundo não precisa de mais religião, o mundo não precisa de mais de templo evangélicos, não precisa de catedrais em avenidas.
O mundo não precisa de instituição religiosas o mundo não precisa de levitas e sacerdotes apóstolos, bispos paipóstolos o mundo não precisa disso.
O mundo precisa de bons samaritantes.
O mundo não precisa do dogmatismo, da doutrinação dos doutores da lei.
O mundo precisa de gente disposta a perdoar pecados em nome de Jesus.
O mundo não precisa de fariseu que exclui quem pode quem não pode sentar à mesa.
O mundo precisa é de gente que foi alcançado pela graça e a misericórdia de Deus e que reparte o pão com quem chega e diz para todas as pessoas e quaisquer que sejam elas que elas são bem-vindas.
O mundo não precisa de igrejas e altares que viram palanques em anos de eleições.
O mundo não precisa de lideres religiosos que em anos de eleições viram cabos eleitoras.
O mundo precisa é de discípulos para apregoar as boas-novas, que conserve o primeiro amor acima das tradições, dos rituais, do dogmatismo, da cartilha comportamental da cúpula religiosa; que geram dores, culpas, fardos, exclusões e tristeza.
O mundo precisa de conservador no sentido de conservar o evangelho do Reino; que inclui, que abraça, que perdoa, que dialoga com a cultura, em detrimento do dogma engessado que oprime.


sexta-feira, 25 de março de 2022

Poema sobre o Cordeiro morto

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A bíblia diz que o cordeiro foi morto antes da fundação do mundo,
antes de existir qualquer coisa,
o sangue já tinha sido derramado.
A cruz vem antes da crucificação,
a crucificação é apenas o momento histórico do que já havia acontecido antes do nada.
Quando um casal decide ter filho,
dos dois saem vida, cada um da um pouco de si pra gerar uma vida.
Quando Deus decidiu criar vida,
ele se sacrificou, ele se deu.
E quando ele fez tudo existir,
tudo já estava decidido nele para ele e por ele, e a crucificação já estava posta, e como Deus não espera por nada, porque só espera quem vive no espaço-tempo, tudo está acontecendo nele ao mesmo tempo e sem tempo.
A criação está acontecendo nele tanto como o arrebatamento,
assim como todas as coisas, presente, passado e futuro,
estão nele, a linha do tempo está nele, tudo se move nele e por ele e para ele.
Deus é eterno, a eternidade não é um tempo sem fim, e sim, a ausência do tempo.
Tudo desde sempre foi focado na vida, na cruz, por isso a bíblia fala que quando Jesus fosse crucificado, tudo estaria sendo atraído para cruz, presente passado e futuro olhando pra cruz.
Todo eleito foi salvo pelo sangue, mesmo os que morreram antes da crucificação.
Existimos por causa do sangue.
Temos vida por causa do sangue.
Deus escolheu o sangue como símbolo de vida.
O sangue da crucificação representa a vida que foi dada antes da fundação do mundo,
antes de existir universo,
antes do nada, o perdão de vida já estava estabelecido.
Quando se pensa que só houve morte de vida, sangue e cruz a 2mil anos atrás como realidade, depois de um tempo crendo nisso,
isso começa a não fazer mais sentido não acha?.
Nunca se perguntou por que Jesus teve que morrer?.
Não era só Deus ter perdoado nós pela sua graça e pronto?.
Se ele é soberano porque tudo isso?.
Quem nunca se perguntou:
“Se Deus fez o homem sem pecado e depois o homem caiu, então deu errado os planos de Deus?”
“Será que Deus que é onisciente não sabia que o homem iria cair?“
“Será que Deus pode ser pego de surpresa, sendo ele onisciente?”
Pensamos que Deus está no processo preso ao espaço-tempo andando junto conosco, mas não, Deus não espera o tempo passar,
ele não apenas sabe do futuro como se ele desse uma olhada lá na frente avistando o futuro, ele sabe porque ele já está lá.
Ele não esteve no princípio e nem estará no fim, mas sim,
Ele É o princípio e o fim,
passado e futuro são presentes NELE.
No Cordeiro em Quem todas as coisas foram criadas,
tudo já o foi sob o signo do perdão e da redenção de tudo o que pudesse sair do caminho original da criação que é amor.
A crucificação histórica é apenas a revelação figurativa do que já é acontecido antes da fundação do mundo.
Deus dando vida.
A morte de Jesus na crucificação não foi um plano B de Deus de um planejamento que deu errado,
tudo foi feito pelo “sangue”,
por Ele e para Ele, o Cristo!.
É da Cruz que procede toda explosão original que deu início a este e a todos os universos possíveis!.
Por isso no decorrer da história Deus parece estar na linha do tempo conosco, interagindo, se dizendo "arrependo" de algumas coisas, "desistindo", "indo" e "voltando", pra se fazer entendido.
Só se arrepende quem não conhece o futuro, Deus não é homem para que se arrependa, Deus se fez pessoal desde o início dos séculos,
mas nunca deixou de ser o grande EU SOU, um Ser que transcende o espaço/tempo.
Poucos conseguem entender isso, enxergar a vida além da linearidade histórica, além do espaço-tempo.
E com certeza o pouco que podemos entender sobre o além daqui,
ainda está longe do que realmente é, sabemos apenas uma fagulha da verdade.
Por que com toda certeza tudo isso seria impossível descrever nos reais termos eternos, vai além do nosso entendimento.

quinta-feira, 24 de março de 2022

Retrocesso

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Ele manda a mulher se fantasiar com roupa da Milícia Federal para, debochadamente, sinalizar o que todo mundo sabe: que ele controla a mulher e a ex-Policia Federal.
E  os outros poderes não veem crime algum.
Ele manda o seu ministro da justiça homenageá-lo  e se homenagear com a  Medalha do Mérito Indigenista;
se fantasia de índio, como se índio fosse fantasia, e vai receber a medalha ao mesmo tempo em que ordena a mineração em terras indígenas e empodera os seus assassinos.
E os outros poderes não veem nada de errado nisso.
Ele nomeia um PASTOR PRESBITERIANO para o Ministério da Educação e ordena que ele atenda os pedidos de pastores e não de reitores ou diretores.
Os pastores amigos do pastor gravam vídeos se gabando de que prefeitos, reitores e outras autoridades precisam pedir verbas aos pastores da Assembleia de Deus da cidade.
E os outros poderes não veem nada de errado nisso.
Ele compra deputados e senadores abertamente através de um fundo exclusivo  para isso,
do conhecimento de todos.
O judiciário pede explicação;
a assessoria dele dá uma explicação que é um deboche e essa explicação é aceita e fica tudo bem.
E ele continua comprando parlamentares com nota fiscal e tudo.
E ele ainda representa mais de 20% do eleitorado, segundo pesquisas.
Mas conhecendo os crentes como conheço, fico achando que a pesquisa não incluiu os crentes,
que continuam fechados com ele.
Ele arma a parte rica da população e os pobres concordam que os ricos sejam armados.
Depois ele semeia o ódio.
Ele cria leis que armam as milícias do Rio de Janeiro de forma legal.
E o parlamento concorda.
E o judiciário concorda.
E a igreja concorda.
E está tudo bem.
Vida que segue, ou pior,
morte que segue.

terça-feira, 22 de março de 2022

Poema sobre um mundo doente

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Não tenho dúvida de que estamos vivendo numa distopia.
As provas estão aí.
A mais recente é a inusitada condecoração recebida por Bolsonaro das mãos do ministro da justiça Anderson Torres.
A medalha do mérito indigenista é uma honraria concedida a personalidades que se destacam por trabalhos que protejam e promovam os povos indígenas brasileiros. Bolsonaro já disse que “indígena é pobre coitado” e se lamentou de o Brasil não ter dizimado as populações originárias como tão bem fizeram os EUA.
Ele também já disse os índios em reserva são como animais num zoológico.
Como se não bastassem tais insultos, Bolsonaro defende a exploração do minério em terras demarcadas, já tendo sido denunciado duas vezes pela Articulação dos Povos Indígenas no Brasil por sua “política anti-indígenista”.
Uma das ações mais perversas do seu desgoverno foi permitir que o agronegócio tomasse conta da Funai, numa tentativa de acabar com as políticas indigenistas previstas na Constituição Federal.
“No que depender de mim”, disse o presidente, “índio não terá um centímetro quadrado demarcado".
Então, qual o sentido de condecorar quem luta o tempo todo contra a causa indígena?.
Sob o seu governo, as terras indígenas ficaram à mercê da grilagem.
Enquanto isso, houve um aumento de 27.000% no desmatamento ilegal.
À luz disso, só nos resta considerar um acinte, um verdadeiro escárnio aos povos indígenas, tanto a medalha quanto o cocar recebido por Bolsonaro.
A quem estão querendo enganar?.

segunda-feira, 21 de março de 2022

Guiado pela velha aliança

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Ele ainda segue Moisés e a Torah,
e apesar de ensinar teologia há 26 anos, não compreendeu o mais elementar de todos os fundamentos: “o fim da Lei é Cristo, para justiça de todo o que crê”.
Por isso, prezado Renê Arian,
você não pode compreender o Evangelho, pois seu rosto está encoberto pelo véu da religião, continuas sendo guiado pela velha aliança, estais debaixo do sacerdócio de Arão, não de Jesus,
por isso cumpres estes tipos de práticas que, para quem nasceu de novo, nada podem acrescentar à vida.
Sim, em Jesus, as únicas armas possíveis de serem usadas são a verdade, a justiça e o amor, nele,
a única unção aceitável é aquela que se dá mediante o Espírito Santo.
Sendo assim, ungir armas não passa de prática pagã, é como usar feitiçaria em nome de Deus,
como se fosse preciso fazer magia para que as pessoas fiquem protegidas.
Ora, no Velho Testamento, tais práticas foram encontradas em Israel, pois eles viviam rodeados por povos guerreiros que possuíam esse tipo de cultura, era a infância da fé.
Mas agora, depois que tudo já está revelado, uma vez abertos os nossos olhos para vermos a Verdade, como poderemos voltar novamente a esse tipo de prática que não possuí qualquer poder contra potestades, sejam elas humanas, sejam espirituais?.
Que tristeza me dá ao ver essa gente, que se diz seguidora de Jesus, prostar-se a tais costumes e práticas que nada têm a ver com aquilo que ele ensinou, heresia fajuta, encantamento bobo para tolos creem, nada além disso.

domingo, 20 de março de 2022

Propósito de redenção

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Há textos que descrevem um Deus absoluto controlando  cada detalhe e acontecimentos da vida.
Mas há  também tantos outros  que  mostram a vontade de dEle não sendo realizada. 
A vontade de Deus foi frustrada por um grupo de  fariseus “os fariseus e os peritos da lei rejeitaram o propósito de Deus para eles,
não sendo batizados por João”.
Também por toda a  cidade  quando Jesus lamenta sobre Jerusalém “Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados!.
Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram!”.
Pensar que  o fato de Deus ser soberano significa que ele tem controle absoluto sobre todas as coisas é uma ingenuidade sem limites. 
Quem defende essa teologia não consegue perceber que em últimas consequências  está se afirmando  que horrores como, assalto, estupro, guerras, pedofilia, campos de concentração estão todas na conta das ações de Deus.
Esse Deus que pode controlar, prevenir, extirpar esse tipo de ação e não o faz só pode ser um monstro, um  canalha.
Não há outro adjetivo.
Esse Deus não é amor 
Se Deus está no controle como ele pode permitir genocídios? e tantas outras atrocidades?.
Jesus Cristo sendo meu óculos de leitura da vida me mostra que Deus é amor e não um déspota.
Mas a Religião prefere vender uma soberania sem sentido, que retira de nós nossa responsabilidade da história  e faz a todos seguir vivendo sem se responsabilizar pelos seus atos, portanto sem arrependimento e sem remendo.  
A miséria, os crimes,
as discriminações só existem porque Deus é aquele que permitiu sua vontade ser contrariada  nos fazendo seres livres que podemos nos comportar inclusive em desobediência a sua vontade  e projeto e é isso que fazemos.
Deus não controla a história,
nem a vida humana.
Dentro dessa bagunça em que vivemos  Deus age em seu propósito de redenção.

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