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Entre a imagem e a metáfora, melhor a metáfora.
As imagens vêem prontas, desprovidas de encanto; não desafiam a imaginação.
Já a metáfora provoca a imaginação; abre janelas na alma.
Deus se desaloja dos objetos para morar nas palavras; ele se faz poesia, insinua-se na prosa e quer ser intuído no romance.
Deus transforma substantivos em verbos para fazer do amor a ação de amar.
Seu bem-querer fica melhor entendido em uma história do pai que celebra a volta do filho.
Uma explanação sobre a mecânica da graça, empobrece o mistério de alimentar uma multidão com um punhado de peixes e pães.
O divino reside além da concretude fria das coisas e se transubstancia nos detalhes da existência.
Ele, inconcebível, deseja se fazer perceptível nas ações solidárias.
Embora intangível, Deus busca se confundir com a bondade.
Apesar de invisível, seu propósito consiste em habitar nos corações sensíveis.
Congelados em sistemas e lógicas,
os deuses se tornam feios.
Visualizados na metafísica,
perdem o encanto; explicados no racionalismo, apequenam-se.
Só é possível conhecer a Deus viajando ao mundo da ternura.
Os que amam são nascidos de Deus.
Pessoas sensíveis, mesmo quando não admitem, estão próximas dEle.
Deus é vento que move as relações,
os gestos solidários, o enfrentamento do mal, a luta pela justiça.
Deus é espírito que se multiplica em gentilezas, ternura que nós chega através de uma escuta enamorada.
O Verbo se fez carne para que paremos de persegui-lo no além.
Seu nome é Emanuel,
Deus conosco.
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