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Hoje celebra-se o dia de “Corpus Christi” e, diferentemente do entendimento da teologia tradicional, o “Corpo de Cristo”, conforme as Escrituras, não se refere apenas a igreja, mas a todos os seres humanos, sobretudo, aqueles que se encontram em situação de vulnerabilidade.
A ideia de que o “Corpo de Cristo” aponta para os que são da comunidade de fé é parte da interpretação, sobretudo na teologia de Paulo, quando ele usa a alegoria do corpo para falar dos membros e dos dons.
Mas, em Jesus, a questão é abordada de forma muito mais ampla, pois fica claro que seu “Corpo” e seu “Sangue” estão sendo oferecidos como libação pela humanidade, e não apenas pela igreja.
O “Corpo de Cristo” está representado nos pretos que são mortos nas favelas, nos transexuais assassinados nas esquinas dos grandes centros urbanos,
nas mulheres vítimas de feminicídios, nos indigenistas e jornalistas assassinados por defenderem os povos marginalizados e a sustentabilidade do planeta,
nos pobres esmagados por políticas econômicas perversas e pela brutal distribuição de renda no País,
pelos velhos discriminados por uma sociedade calcada na estética e na produção, e tantos outros.
Jesus afirmou, no Evangelho de Mateus, que todas as vezes que servíssemos essas pessoas, a ele estaríamos servindo,
tocá-las é como tocar em seu “Corpo”, Deus desejou ser amado no próximo e essa é a única religião possível de ser praticada conforme a vontade do Pai.
O “Corpo de Cristo” é a igreja,
mas também a humanidade,
assim como na “Mesa do Senhor” eu comungo não apenas com a igreja, mas, nele, com todos os homens, pois “Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.
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