terça-feira, 24 de maio de 2022

Poema sobre a condição humana em sua perdição

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Nas parábolas de Lucas 15 e 16 Jesus descreveu em cada uma delas muitos ângulos diferentes da condição humana em sua perdição, tanto quanto também expressou o modo redentivo do Pai agir em relação á alienação humana em cada um desses casos.
Inicialmente temos a Ovelha Perdida.
É o ser humano que se atabalhoou no caminho e perdeu a direção,
o sentido da vida; ou seja:
o caminho do Pastor.
Nesse caso, não se trata de rebeldia, mas de distração e tolice;
o que frequentemente faz com que homens ovelhas venham a alienar-se da vereda, do passo, do sentido do Evangelho, da obediência a Jesus;
e, também, do vínculo fraterno humano tão útil a manter-nos andando tendo uns aos outros como admoestadores na caminhada.
Trata-se, portanto, da distração que gera o desgarrar fraterno e a comunhão; e isso por razões diversas, muitas delas vinculadas à perda do foco em razão de relacionamentos sem vínculo com a fraternidade da fé; ou, também,
pelo envolvimento excessivo com companhias que nos fazem abandonar o interesse pela Palavra e pela comunhão humana em torno da Palavra da fé.
Então, temos a Dracma Perdida.
Em tal caso, na maioria das vezes, tem-se a alma humana que se perde em estado de alienação de si mesma, inconscientemente; posto que a dracma, pela sua própria natureza, tenha se “perdido dentro da casa”;
e isto por não se conhecer, por não saber de si mesma.
É o caso dos que têm grande valor pessoal, mas que desconhecem o significado de sua própria existência; os quais acabam ficando jogados dentro do ambiente familiar da fé, mas sem que se saiba de seu estado de perdição pessoal; e, semelhantemente à inconsciência da “dracma”, tal pessoa não se sabe perdida, posto que não reflita sobre seu próprio estado em razão da inconsciência espiritual.
Em geral isto acontece muito com “crentes e seus filhos”; ou seja: com os que se habituaram à “religião como casa”; os quais, depois de um tempo, desaparecem em seu significado espiritual diante de Deus pela impressão de “pertencimento” ao ambiente da “casa”.
Tem-se, então, o Filho Pródigo.
Ora, esse tal é aquele que se rebelou contra o amor do Pai, e julgou na sua adolescência espiritual que viver com o Pai é equivalente a “limites e castrações”. 
Trata-se daquele que se vai por deliberação, que se aliena com a sensação de esperteza,
que se distancia a fim de “viver sua liberdade” como expressão de libertinagem contra o amor santo.
Depois aparece o Irmão Mais Velho. Sim, aquele perdido que pensa que está dentro da vontade de Deus pelos seus atos de obediência forçada e legalista, mas que nunca teve vida ou intimidade com o Pai; sendo ele próprio apenas um pecador que habita as proximidades embora sua alma invejosa viaje longe do coração de Deus; ainda que, ele mesmo, jamais tenha a coragem de estabelecer o que habita seu coração como decisão de comportamento.
Assim, torna-se magoado, judicioso e extremamente perdido do amor do Pai, especialmente pela sua raiva dos pecadores “sinceros na sua rebelião assumida”.
Por último, tem-se aquele que se dedica aos negócios do reino,
mas que é Um Administrador Infiel.
Estes equivalem aos pastores, sacerdotes e agentes supostamente explícitos do reino, mas que perderam a fidelidade, e, assim, tornaram-se ladrões e enganadores, fazendo do reino um “negócio” pessoal; e, portanto, explorando o povo e defraudando o Evangelho. Sim; são os pecadores malandros;
os quais esquecem que haverá o dia do acerto de contas; embora, eles mesmos, pelo vício administrativo e mistrativo pensem estarem para além do perigo, julgando que exista uma dependência de Deus em relação a eles.
Portanto, criando tal engano em suas mentes uma espécie de permissão para o ágio, para o adicional de gestão, para a exploração como “direito”; até que chega dia.
Para cada um desses “perdidos” o tratamento de Deus é diferente.
A Ovelha Perdida é “procurada”, pois, perdeu-se pela tolice e pela imaturidade.
A Dracma Perdida precisa ser buscada, posto que não tenha autodeterminação para achar-se.
O Filho Pródigo tem que arrebentar-se antes de tudo pois, sem que sofra a falência, jamais cairá em si e voltará; e mais: ele tem que voltar boa parte do caminho sozinho.
O Irmão Mais Velho poderá ser salvo pelo ciúme da Graça; sim, esta será a sua melhor chance; isso se ele aceitar seu estado de perdição embora enganado pela falsa ideia da salvação como profissão e gestão espiritual, moral e legal.
Do contrário, morrerá na casa do Pai sem conhecer a Sua Graça jamais.
O Administrador Infiel somente é salvo pela vergonha e pela possibilidade da revelação pública de seu estado de falsidade e infidelidade.
São aqueles que somente são salvos pelo escândalo de suas vidas.
Concluo perguntando:
Quem é você em relação aos arquétipos acima mencionados?.
A Ovelha Perdida se afastou alienadamente do caminho e o Filho Pródigo deliberou tal ato em estado de revolta.
Os demais, a Dracma, o Pródigo,
o Irmão Mais Velho e o Administrador Infiel não foram para “longe” de nada; perderam-se dentro da casa; sim, perderam-se sem expressão notória de seus estados de alienação.
É sutil assim o caminho da perdição de quem se julga “pertencendo”!.
A Ovelha tinha Pastor...
A Dracma tinha uma dona que a ela atribuía grande valor, mas a Dracma existia em estado de inconsciência no ambiente de sua proprietária.
O Pródigo sabia que tinha um Pai bom.
O Mais Velho tinha Pai, mas vivia como um órfão amargurado.
O Administrador Infiel nunca fora a lugar algum, mas jamais se entregará fielmente a nada...
Assim, vemos que tolice ingênua, alienação, rebeldia, raiva invejosa, malandragem e perspectiva de controle habitam os casos clássicos de perdição da alma no ambiente do convívio com a Palavra e com o Santo.
Olhe para você mesmo e pergunte-se:
Quem sou eu?.
Nele, que deseja dar festas de amor pelo nosso encontro, ou pelo nosso regresso, ou pela nossa esperteza de buscar graça na nossa vergonha flagrada.

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