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Há pessoas que recebem de Deus o dom especial de serem pontes.
Disponibilizam-se para prover conexão entre os outros.
Seu habitat natural são os bastidores.
Os holofotes não as atraem.
Como enceradeiras, contentam-se em trabalhar para fazer o chão brilhar.
Dentre os discípulos de Jesus, provavelmente André era o que apresentava esta característica.
Uma ponte entre duas culturas diametralmente diferentes.
André também serviu de ponte entre duas eras representadas pelos ministérios de João Batista e Jesus. Ele foi um dos dois discípulos de João que testemunharam quando este, vendo Jesus passar, disse:
“Eis aqui o Cordeiro de Deus”.
Não foi preciso nem uma palavra a mais.
Imediatamente, André deixou a João para seguir a Jesus.
Tão logo encontrou a Jesus, André dirigiu-se a seu irmão, Simão Pedro,
e contou-lhe: “Achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo).
E levou-o a Jesus”.
Portanto, ele também foi ponte entre Pedro e Jesus, sem jamais supor que seu irmão seria o príncipe dentre os apóstolos.
Em momento algum André requereu tal posição por ter sido o primeiro a seguir a Jesus.
Pelo contrário, contentou-se em ficar conhecido como "o irmão de Simão Pedro".
Foi ele e seu irmão que ouviram de Jesus a promessa de que seriam feitos pescadores de homens.
Considerando o significado de seu nome, Jesus estava dizendo que eles pescariam muitos outros.
Quer estejamos na frente ou atrás das cortinas, todos somos chamados a sermos pontes.
Lemos em Hebreus que Jesus é o Sumo Sacerdote daqueles que se aproximam de Deus.
No texto grego, Ele é o sumo pontífice, que quer dizer, a ponte principal que liga Deus aos homens. Somente Cristo poderia ser chamado assim, visto que “há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem".
Todavia, quando ingressamos em Seu Corpo, tornamo-nos pontes de acesso para que outros afluam à Ponte Principal que nos conecta à Divindade.
Por isso, Apocalipse diz que somos um reino de sacerdotes.
André também desempenhou papel importante na ocasião em que Jesus alimentou a multidão com apenas cinco pães e dois peixinhos.
Ele foi a ponte entre Jesus e o menino que disponibilizou seu lanche.
Enquanto Filipe, outros dos discípulos, calculava o custo que teriam para alimentar tanta gente, André tratou de se meter na multidão para garantir ao menos a comida do Mestre.
Nem sempre temos a solução para um problema, porém, podemos ser ponte entre o problema e a solução. Sem a intervenção de André,
a multidão teria saído faminta,
e certamente, teria desfalecido pelo caminho.
Filipes costumam ser racionais, ponderados.
Andrés são mais impulsivos, intuitivos, agindo mais com o coração do que com a mente.
Uns são pragmáticos e realistas.
Outros, românticos e idealistas.
Quando alguns gregos vieram em busca de Jesus, Filipe ficou sem saber como agir e recorreu a André. Então, ambos os introduziram a Jesus.
É bom que tenhamos Filipes,
mas estes precisam ter Andrés que os estimulem a dar os passos necessários.
Mais uma vez, André foi ponte
André foi um dos apóstolos que mais trabalharam para que o Evangelho alcançasse lugares longínquos, chegando até a Rússia.
Conta-se que André foi crucificado numa cruz em forma de “X”.
Durante os dois dias em que agonizou, despojou-se de suas vestes e bens, doando-os aos seus algozes.
Mesmo em seus últimos momentos de vida, André não se negou a ser ponte.
O que não lhe serviria mais, poderia ser bênção na vida de outros,
mesmo que estes fossem seus piores inimigos.
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