terça-feira, 15 de março de 2022

Poema sobre o vício da maledicência

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O que me pergunto com frequência é se é lícito, se é pelo menos razoável, uma pessoa ficar procurando um perfeito critério de conduta para cada novo problema mínimo que a mudança dos tempos nos coloca,
em vez de ater­‑se a buscar a perfeição nos pontos fundamentais já firmemente estabelecidos há séculos ou milênios. 
É lícito fumar?.
É lícito jogar joguinhos de computador?.
É lícito dizer palavrões?.
É lícito seguir a escola austríaca de economia?.
Não tenho e não desejo regras para decidir sobre esses assuntos enquanto não estiver seguro de que já estou cumprindo os dois mandamentos supremos: amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a mim mesmo.
Quando chegar a esse ponto, começarei a pensar nos detalhes novos. 
Já sei que isso é discutível.
Mas é realmente sensato querer discutir tudo o que é discutível?.
Não é melhor buscar o essencial primeiro?.
Já vi, por exemplo, pessoas incapazes de renunciar ao vício da maledicência fazerem belos discursos morais contra o fumo ou contra os palavrões.
Para mim isso é inversão das proporções.
E, como o amor a Deus é impossível sem o senso das proporções essa inversão viola claramente o Primeiro Mandamento. 
Dar importância a picuinhas é desprezar a ordem hierárquica da existência, a qual ordem é o próprio Logos, o próprio Jesus. 
Muita gente pensa que “a carne” só tem a ver com sexo.
A carne é todo o mundo das sensações imediatas.
É mais fácil controlar o impulso sexual do que a atração hipnótica das picuinhas. 
Tenho uma oração que eu faço e que oro com freqüência: “Senhor Jesus Cristo, guia­‑me pelo Divino Espírito Santo sem que eu o perceba, porque se perceber posso interferir e estragar tudo.”

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