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Deus não quer ser anunciado acima de todos, Ele quer ser praticado como Emanuel, o Deus conosco.
Sim, um Deus que caminha pelos becos, com os excluídos,os doentes, os sedentos, os diferentes, os marginalizados, as minorias oprimidas.
O Deus que ignorou o sinédrio, o templo, poderes e domínios, e caminhou em direção aos cansados de tanta opressão, fardos, julgamentos e condenações que vinham dos amantes da moral e bons costumes, os representantes de Deus.
Deus só é acima de todos se for Deus conosco, aquele que caminha junto, que se fez servo, pequeno, singelo, e cheio de graça.
Se o Deus das igrejas for desassociado disso, e com objeto a que se atribui poder sobrenatural ou mágico de maiorismo, poder e visível aparência, não é Deus, pois ele mesmo disse que o maior é aquele que serve.
O Deus que remete às elites, à exclusão, ao domínio, ao autoritarismo e triunfalismo, é outro, é o deus que nasce da vaidade dos homens.
É o deus mais amplo de egoísmo e orgulho dos homens.
É o deus criado pelos doutores das leis, homens especializados, mestres, escribas e fariseus.
É o deus feito sob a encomenda, elaborado sob a medida de acordo com preferências ou especificações pessoais.
É o deus usado como desculpas para tudo sem ter consciência de que a nossa imprudência, o nosso descaso,
o nosso orgulho,
a nossa desobediência,
a nossa vaidade e as várias mazelas da nossa alma são os responsáveis direto pelo fracasso, pela frustração e por muitos de nossos problemas.
Um deus das instituições religiosas que nos açoita e nos flagela em situações nas quais Jesus estabeleceu uma postura duramente crítica em relação às lideranças das instituições religiosas de sua época.
Um deus recriado no autoengano imaginando que a Igreja superou o momento caótico da religião de outrora.
Um deus supersticioso e polêmico que as religiões criaram.
Um deus capaz de mudar a escrita, os mandamentos e as controvérsias de Jesus com a religião e com os líderes religiosos de hoje.
Um deus político capaz de nos fazer cair nas mesmas armadilhas de ontem, escondendo Deus das pessoas.
Um deus que não permite o homem redescobrir o Deus justo, amoroso e verdadeiro, tantas vezes encoberto pela prática religiosa legalista, moralista e autoritária.
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