sábado, 1 de maio de 2021

Poema sobre a elite do atraso

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A maior desgraça de uma nação pobre é que, em vez de produzir riqueza, produz ricos. 
Produz escravocrata, produz sistemas que sujeita alguém à escravidão, à sujeição e perda de liberdade.
Produz uma elite que os possui valores, perante o desvairo do nosso tempo em que a sede dos prazeres materiais e a dissolução dos costumes, apoiadas por uma organização industrial corromperam a riqueza e as suas fontes, o trabalho e as suas aplicações, a família e o seu valor social.
Produz uma grande crise do idealismo,
do espiritualismo de virtudes cívicas e morais, e não parece que sem eles possamos vencer as dificuldades do nosso tempo.
Sem retificarmos a série de valores com que lidamos, valores económicos e morais, sem outro conceito diverso da civilização e do progresso humano,
sem ao espírito ser dada primazia sobre a matéria e à moral sobre os instintos,
a humanidade não curará os seus males e nem sequer tirará lucro do seu sofrimento.
Produz uma especie de ser não definido que não se consideram gente,
haja vista que não se reconhecem como igual a qualquer um que esteja economicamente desfavorecido ou subordinado a eles.
Medem sua razão pelo quanto ganham, usam seus atributos materiais para acentuar a distância entre eles e os demais e desconhecem a verdadeira felicidade, pois atrelam ela a condições ou coisas e atos externas a si.

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