quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Poema sobre as pesquisas americanas

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A imensa onda vermelha de votos em Donald Trump nada tem a ver com falhas nos institutos que medem as intenções dos eleitores.
Tem a ver com a tendência de que, quando se trata de pesquisas,
muitas vezes as pessoas mentem. Mentem sobre eleições,
mentem sobre sucesso ou fracasso profissional,
mentem sobre alegrias ou tristezas pessoais,
mentem sobre sexo,
mentem sobre tudo.
O que estava em jogo nas eleições americanas este ano eram temas delicados,
como o racismo,
a imigração,
a democracia,
as liberdades e as instituições.
Nem todos estão dispostos a tirar suas máscaras de simpatizantes do Klan para confessar votos num presidente considerado pelos vizinhos como sociopata feroz e indigno do cargo e dos valores americanos.
Não foram só 70 milhões de votos em Donald Trump!.
Foram 70 milhões de votos de pessoas para quem vidas negras não importam; 70 milhões de votos de quem apoia ideias supremacistas e negacionistas;
70 milhões de votos de quem não respeita liberdades, diferenças ou divergências;
70 milhões de votos de quem aceita mentiras oficiais e atentados contra fatos, verdades, ciências, jornais e livros além de desprezo pela vida dos outros, pela vida dos enfermos e pela vida em geral.
Quando erram ou quando acertam,
as pesquisas só refletem, sempre refletem, o caráter dos eleitores.
No caso dos EUA, os 70 milhões de votos a favor de Trump refletiram o caráter da nação.
Ou, pelo menos, de metade dela.
Por tudo isso, muito mais e todo o resto, parem de falar mal das pesquisas.

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