quinta-feira, 1 de outubro de 2020

O teatro americano

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O primeiro confronto direto entre os candidatos à Presidência dos EUA, infelizmente, ficou muito parecido com quase todos os que já vimos no Brasil.
Em vez de ideias e propostas, Donald Trump e Joe Biden protagonizaram uma briga de rua, uma rinha de galos, cheia de gritos, palavrões e agressões.
O que milhões de americanos assistiram, na noite de terça-feira,
foi um show de calouros capaz de envergonhar até os piores apresentadores de TV brasileira.
Baixaria, amadorismo, falta de respeito, de educação e de civilidade.
Analistas enxergaram que ninguém ganhou e que todos os eleitores perderam.
Mas, a bem da verdade, nesse contexto de reducionismo, desqualificação e “quanto-pior-melhor”, a vantagem foi claramente de Donald Trump.
Só a ele interessava transformar um ambiente de diálogo, informação e esclarecimento num palco de baderna e desordem, estrategicamente forjado para, mais uma vez, sabotar um ritual da democracia.
Só ao Trump interessava não ter que responder por que um presidente dos EUA, com uma fortuna pessoal de 2 bilhões de dólares, se acha no direito de não pagar imposto de renda ou de pagar uma merreca ao Fisco.
Daí que Joe Biden perdeu a oportunidade de aplicar um dos ensinamentos letais do jeito americano de vencer eleições, baseado no seguinte: quando seu inimigo está se afogando, não jogue uma boia, jogue uma viga, um pilar ou uma bigorna… pro sujeito afundar mais rápido.
Em vez disso, Donald Trump ainda respira!.

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