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A despeito de todos os prognósticos e previsões,
não me causará surpresa uma nova vitória de Donald Trump nos EUA.
Isso porque o favoritismo de Joe Biden é hoje de 10 pontos percentuais.
Mas esse favoritismo pode não ser o bastante,
se as pesquisas não estiverem captando milhares de eleitores de Trump constrangidos ou envergonhados por confessar votos no atual presidente.
A gente já viu esse filme… e foi aqui no Brasil. Em 2014, muitos eleitores sonegaram das pesquisas a intenção de votar em Dilma Rousseff.
Em 2018, aconteceu o mesmo em relação a Jair Bolsonaro.
Daí que nada está perdido para Trump, assim como nada está ganho para Biden.
É verdade que Trump tem agora uma administração fácil de ser criticada ou apedrejada.
Mas também é verdade que o americano médio não é aquele que a gente vê nas séries de TV ou nos filmes de Hollywood, mostrando uma Flórida sem preconceito, uma Califórnia democrática e uma Nova York cosmopolita.
O americano médio é muito mais parecido com Donald Trump do que com Brad Pitt,
Johnny Depp ou Leonardo Di Caprio.
Foi essa identificação nacional com o vilão, não com os mocinhos,
que elegeu o presidente quatro anos atrás.
E não será surpresa se essa dissimulação for suficiente para reelegê-lo por mais quatro anos.
Foi-se o tempo em que os bandidos morriam no final.
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