sexta-feira, 14 de agosto de 2020

A corrupção em Brasília

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Talvez convenha perceber duas coisas sobre a corrupção.
Primeira, onde há poder, há corrupção.
E onde há pobreza, há mais corrupção.
Desta duas verdades incontestável resulta necessariamente que quanto maior é o poder ou a pobreza, maior é a corrupção.
Brasília junta a um antepassado que permaneceram escondidas por muitas gerações; transmite de uma pessoa para outra.
Uma miséria um Estado monstruoso e autoritário e, por consequência, tem as condições perfeitas para produzir uma enorme quantidade de corrupção.
Em Brasília nada se salva da corrupção: nem a administração local, nem a administração central, nem os partidos, nem os negócios, nem os governos, nem o futebol.
A corrupção está íntima da cultura nacional, no centro da ordem estabelecida, na maneira como os brasileiros tratam de si e se tratam entre si.
Não vale a pena, por isso, declamar, concluir um discurso, gritar e chorar pois o mal só tem dois remédios: o enriquecimento do país, por um lado,
e, por outro, uma drástica redução do Estado e, principalmente, da autoridade do Estado.
Quanto ao enriquecimento, não parece próximo.
Quanto à redução de um Estado com         
607.833 funcionários, ninguém até hoje o conseguiu reformar.
Pelo contrário, aumentou sempre, intocável e triunfante.
Porque não prendem pelo menos, meia dúzia de corruptos na cadeia.
Como em Espanha.
Ou em França.
Ou na América.
Por quê, a prender meia dúzia, acabavam por se prende uns milhares, ou umas dezenas de milhares.
E também, evidentemente, porque nenhuma sociedade se persegue a si mesma.

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