segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Um café para Bolsonaro

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Hoje existe um candidato vencedor e um perdedor.
Na verdade, a democracia traz para a arena divergências de visão do mundo e ninguém é, a rigor, um perdedor.
Milhões de brasileiros confiaram seu voto a um e milhões a outro.
Foi a eleição em que a maioria absoluta não votou para o Bolsonaro ganhar… votou para o Lula perder.
Entretanto, ninguém precisa gostar do resultado das urnas, mas precisam
respeitar o resultado da democracia.
Ambos foram candidatos legítimos e tiveram a campanha para que o público conhecesse ideias e biografias.
A disputa terminou hoje.
Não haverá terceiro turno.
O Brasil já saberá quem será a cabeça do Executivo a partir de janeiro de 2019. O novo governo é legítimo e referendado pelo voto universal da maioria dos eleitores.
De novo: não haverá terceiro turno, quem venceu será o novo presidente do Brasil. Terminou a disputa eleitoral e o vencedor governa todos os brasileiros e não mais apenas seus partidários.
O vencedor não é o líder de um partido, de uma igreja, de um sindicato, de um grupo ou de um gênero.
O vencedor será o presidente do Brasil, chefe de Estado e de Governo.
Será o presidente dos que o amam e dos que o odeiam, dos petistas e dos não petistas, dos brancos e dos nulos.
Que o caráter presidencial traga tranquilidade, serenidade e a dignidade que o cargo merece.
E que o perdedor saiba que a democracia implica perder e que adversário político não é inimigo.
Todo governo necessita uma sólida oposição que lute pelo melhor para o país e não para seu grupo.
Ser oposição é fundamental.
Governos precisam de vigilância.
Que a oposição seja responsável e que lute contra medidas que sejam julgadas ruins para o Brasil e não apenas para um partido.
Foi a eleição do candidato que não tinha um grande partido contra o grande partido que não tinha um grande candidato, ou o grande partido que tinha um grande candidato na cadeia.
Não é o fim do mundo, nem é o fim do Brasil.
É só o início de uma nova era, e é natural que o início de uma era traga novos temores, apreensões e preocupações. Mas o início de uma nova era também pode ser o início de novas expectativas, esperanças e posturas.
Agora não caberá mais acusar o Bolsonaro de ser um presidente “antidemocrático” e, ao mesmo tempo, não aceitar o fato de que ele é o presidente de forma “democrática”.
Pois o Estado Democrático de Direito precisa do jogo saudável da disputa e resulta na vitória do país e nunca de uma pessoa.
Que o Brasil seja o objetivo maior do novo presidente e da nova oposição.
Pois, perder as eleições faz parte da democracia, agora perder a democracia nas eleições não é saudável.
E, bem, considerando a semântica do frase do presidente eleito, o mais coerente não seria: Brasil acima de todos, Deus acima de tudo?.
Quando nos referimos a tudo, pensamos em tudo e todos,
ou seja, Deus acima de todas as coisas.
Enquanto que, Brasil acima de todos, demonstra que o ego, a individualidade não está em primeiro lugar e sim o bem geral, o bem do Brasil.


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