domingo, 25 de dezembro de 2022

Poema sobre o Natal (2022)

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Deus é eterno.
Está fora das categorias de medida.
Não sofre o tempo,
não envelhece.
Não tem densidade,
forma,
peso ou textura.
Não ocupa espaço.
Não tem altura,
largura nem comprimento.
Deus é espírito.
As coisas do espírito são da ordem da eternidade,
e escapam à possibilidade de medida, amor, compaixão e misericórdia; verdade,
justiça e liberdade, por exemplo. Diferente das coisas da ordem da criação.
Você pode medir o valor financeiro de uma oferta, mas não pode medir a generosidade.
Pode medir os metros quadrados de um apartamento, mas não pode medir o afeto dos que dividem o teto.
Pode inclusive medir a velocidade com que se chega ao saguão do aeroporto, mas não pode medir a saudade.
Deus é eterno.
Deus é desmedido.
Deus não cabe.
A menos que se faça caber.
Como no natal.
Como naquela noite do primeiro natal.
Deus decidiu caber numa pequena vila em Belém.
Deus escolheu caber no ventre de uma menina-mulher recém-saída da puberdade.
Deus se esvaziou tanto, até caber no corpo de um bebê de tamanho pouco maior do que a palma de uma mão.
Naquela noite Deus fez ecoar por toda a eternidade que estava para sempre disposto a abraçar o tempo, o espaço e a matéria.
Naquela noite em que se fez história Deus pegou todas as coisas da ordem da criação, tipo você e eu,
e levou para dentro de si.
Desde então, tudo o que tem medida cabe em Deus.
Desde aquela noite quando o Deus que não cabe decidiu caber em Jesus.
Natal é Deus nos lembrando que não há nada mais divino do que sermos humanos.
Entre comes e bebes, troca de presentes, família reunida ao redor da mesa, lembremos do verdadeiro sentido do Natal: Ele se tornou um de nós!.
O amor estabeleceu entre nós sua morada.
FELIZ NATAL!.

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