terça-feira, 8 de março de 2022

Poema para o Sr. Arthur do Val

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Naquela fila, Sr. Arthur do Val, existiam mulheres que foram estupradas por soldados Russos que iguais ao sr., viraram bichos, deixaram de ser gente.
Naquele fila, sr. Arthur, existiam mães que perderam os filhos despedaçados por bombas, esquartejados pela ganância e pela sede de poder.
Naquela fila, sr. Arthur, existiam esposas que jamais voltarão a ver seus maridos, ou porque eles já morreram, ou porque vão morrer defendendo o direito de existir em seu próprio país.
Naquela fila, deputado, onde o sr. apenas conseguiu ver silhuetas, bundas, peitos, caras e bocas, estavam perfiladas pessoas desterradas, almas acachapadas pela tragédia, corações feridos, sonhos destruídos, desejos sufocados, esperanças guilhotinadas pela brutalidade dos poderosos.
Naquela fila, sr. deputado, poderiam estar a sua mãe, a sua irmã, porque aquela fila revela a realidade humana dos desvalidos, dos indefesos,
dos esquecidos,
dos deixados para trás.

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