domingo, 13 de outubro de 2013

Ensaio sobre a cegueira

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Não enxergamos nada mais do que um
Painel inteiramente branco
Que antes era sinônimo de paz e tranqüilidade,
E hoje pânico, insensatez
Cinismos, desespero e trevas.
Pois só vermos as coisas imaginaria dessa vida.
Os cegos não existem para ninguém
A não ser para eles mesmos,
Sendo obrigados a olhar para dentro de suas almas
E tentar encontrar ainda algum pequeno fragmento
De humanidade quando o restante dela se calou.
Calou-se aprendendo a dizer:
“Eu não conseguirei vencer tais coisas sem á ajuda dos meus superiores”.
De esse querer nós fomos obrigados a olhar somente
As coisas que eles querem que vejamos.
E hoje só vermos a estupidez e a ignorância.
Uma coisa é a população composta por alguns
Representantes deste grupo que são:
Os cegos privados da vista.
Outra bem distinta é quando toda uma
Cidade foi afetada pela cegueira mental.
Uma cegueira fanática, ignorante
E uma afeição por alguém ou por alguma coisa.
Não há mais motivos para sorrimos,
E choramos, quase sempre, fazíamos bem.   
É certo que por vezes a melhor forma de transmitirmos uma idéia,
E usar os nossos sentimentos.
Mas as nossas virtudes também foram secadas        
Pro uma escuridão desoladora que não
Inspiram quaisquer belezas.
E porque sabemos que quando não
Conseguirmos visualizar absolutamente nada
O coração jamais sentirá sensações físicas ou morais.
Talvez o ser humano tenha de cegar para ver.
Coisas que a eles se esqueceram de dizer.
Ou então só vermos, mas não enxergamos,
Pois os nossos olhos se encontram cobertos
Pro um véu que impede a chegada
Das coisas ocultas á retina.
A cegueira tornou-se as coisas mais claras e definidas,
Pois só pelo esse fator definimos por que as pessoas
Não enxergam o que estão a sua frente.
A extinção de um sentido apura os demais,
E pode ser que desta forma conheçamos a real essência do homem.
Mesmo sabendo que ele deixou de ser:
Um intelectual, um aceitável, um respeitável, um vegetal.
Para renascer em uma massa que vai sendo moldada do início,
Transforma-nós em incoerente, irresponsável e criminoso.
Eles apagaram o que havia na folha genealógica
Para tornarem-se cinza as coisas que estavam vivas.
Agora não enxergamos mais,
Os lugares pelos quais passamos as pessoas com quem tivermos contato,
Isso tudo apenas se vê.
E a imagem refletida no espelho também não está livre
Da nossa indiferença de cada dia,
Estamos vendo apenas coisas enigmáticas.
Coisas que são difíceis de compreender,
Coisas que eles querem que vejamos sem o nosso querer
E assim entendemos que a pior cegueira é aquela em que você só enxerga
O que os outros lhe ensinaram a enxergar.

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