
.
Enquanto fico em casa,
sem poder ir a praia,
para pescar cardume,
de tucunaré azuis.
Vou para a cozinha,
cozinhar meu pirão de carne com pimenta,
que nunca pensei em fazer,
do meu modo de preparo.
Essa minha ideia apareceu,
numa bela noite de verão,
com ventos mornos,
derrubando o vôo das mariposas.
Coloquei uma colher de molho,
de massa de tomate,
submetendo á ação,
do fogo na panela.
Piquei a carne picadinha,
temperei com o alho,
o sal e pimenta-do-reino,
nessa força de vida à imaginação.
Levei ao fogo uma panela,
com o óleo vegetal,
e frite a carne até,
ficar bem douradinha.
Meu corpo esquentou ao estar,
próximo do fogão,
o corpo nu de repente,
me fez bater as asas do coração.
Acrescente a cebola picadinha e deixe murchar,
adicione a colher de molho de tomate,
nessa noite quente de verão,
mostrando a mulher que cozinha.
Juntei os pimentões,
os cheiro verde e pimenta-de-cheiro,
nessa louca investida solidão,
para depois vim o bendito amor.
Coloquei a água quente,
e o tablete de caldo de carne,
desenvolvi bem o caldo,
o liquido que se prepara.
Me entreguei sob o luar,
pensei em beber o vinho,
italiano ou português,
no meu pequeno cálice.
Deixe ferver por alguns minutos,
abaixe o fogo e acrescente,
aos poucos a farinha de mandioca,
sem parar de misturar para não queima.
Imaginei alguém do meu lado,
para voamos e fazer calor,
demonstrado caricias,
num corpo nu da natureza.
Mas era imaginação burlesca,
continuei misturando até engrossar,
resolvi mexer com uma colher de pau,
e servir quente com arroz branco e o pirão.
E assim degustei minha comida,
satisfazendo minha fome,
mas não saciado minha solidão,
que só realizara através de uma outra paixão.