quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Poema sobre o Salmo 91

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O Salmo 91 é um cântico sagrado dos Hebreus e dos cristãos carregado das afirmações mais lindas e veementes e protetivas e cuidadoras que se possa imaginar.
Mas o interessante é que a maioria das pessoas pensam que isso aqui é uma promessa de não tribulação, quando na realidade não é. 
É uma lista enorme daquilo que acontece na vida.
O que o Senhor diz é que quando a gente se esconde Nele, quando a gente confia Nele, quando a gente não dúvida e sabe que nada nos separará do amor Dele e nos entregarmos confiantes, nós vamos experimentar paz, tranquilidade, serenidade, segurança que excedem a todo entendimento em meio às circunstâncias mais imponderáveis. 
Não seremos abalados, temos escudos, baluarte, todavia, não é isenção de tributação, Ele me livra do laço do passarinheiro, mas o passarinheiro coloca o laço dele.
Eu corro o risco de pisar, Eu tenho que andar de olhos bem abertos, o caminho está cheio de laços.
Ele me livra da peste perniciosa, mas, eu assistirei pestes perniciosas, mas se o meu coração está confiante, a própria confiança que habita o fundamento do amor de Deus por mim, é porque eu sei que Ele me ama que eu confio, eu sei que Ele é fiel, e  eu confio na fidelidade desse cuidado, desse amor que eu sou protegido da peste perniciosa.
Porque a maioria das pessoas contraem a peste perniciosa?.
Porque o sistema imunológico baixa pelo medo.
Mas esse que anda em confiança tem o sistema imunológico sempre levantado.
O amor confiante nos protege nesse mundo de pestes perniciosas mais do que qualquer outro coisa.
Levanta o baluarte, quem anda com essa consciência tranquila existe sob pavês escudo, sob proteção, uma boa consciência diante de Deus é uma das nossas melhores proteções na vida!. 
E a consciência pacificada que não confia e não dúvida descansa no amor de Deus, levanta paredes de imunidades contra as pestes perniciosas. 
Isso é o que significa quando Ele cobre com às sua penas é porque a gente vive nesse ambiente da confiança, são asas que nos abraçam, são pavês e escudos.
Por isto não te assustará do terror noturno, o terror noturno está lá eu só não me assusto porque eu confio.
Não há isenção da experiência do encontro com o terror noturno, é apenas a garantia de que se eu ando nesta confiança, eu não me assusto.
Nem do terror noturno, nem da seta que voa de dia, nem da peste que se propaga de dia, nem da mortandade que assola ao meio-dia; eu não terei medo.
O amor Dele em mim, lança fora todo o medo, não temerei porque Tu estais  comigo.
O que tramam contra mim, eu não preciso me vingar a mim mesmo, o bumerangue volta sobre aqueles que tramam contra mim e eu, não preciso fazer nada, eu tenho apenas que não alterar o meu caminho e andar em confiança. 
Quando da minha boca e da minha vida procede a declaração de que Deus O Senhor é o meu refúgio, assim confessar, assim crê e assim viver, faz com que você seja colocado sob esse cuidado; todas as coisas começam a contribuir pro bem, a conectar -se à fazerem sinergia em nosso favor, se a mente habilita em confiança, sem o coração descansa, se você anda pacificado sabendo que você está incluído nessa Graça de dia e de noite, que nas mãos Dele ninguém o arrebatará nem um mal te sucederá, isso é longe do Senhor acampado ao redor dos que o temem.
Praga nenhuma chegará a tua casa, você não vai ser mais vítima daquilo que vai acontecer como praga generalizada, se o seu coração carrega essa paz, essa confiança, você é um escudo; brota e emana de você um campo protetivo que abraça pessoas à sua volta, mas, isto tudo é filho desta paz que confia e que descansa e que tem em Deus o seu refúgio.
E então aos seus anjos dão, recebem ordens ao nosso respeito para que nos guardem, porque nós não somos filhos do capricho.
Nós andamos sob a proteção e a nossa consciência é pacificada porque busca andar limpa diante de Deus e diante dos homens.
Só quem tem uma boa consciência, descansa em fé está sob a sombra do Altíssimo, isto aqui não é magia, é relação, é existir Nele, é viver Nele e Ele viver em nós, é isso que cria esse invólucro de graça que brotar de dentro para fora, esse socorro, essa proteção começam a ser o exalamento de uma energia poderosa que habita em meu coração pacificado. 
E esses seres invisíveis que Ele manda em meu favor, me sustentarão nas minhas mãos até no dia do tropeço porque existem pedras no caminho e a gente tropeça, andando no esconderijo do Altíssimo nem por causa disso, as pedras serão varridas, os obstáculos estarão lá e uma canelada aqui ou uma tropeçada ali pode acontecer, mas eu, caio e seguros nas mãos invisíveis daqueles que recebem ordens altíssimas para serem os meus sócios invisíveis nesta vida e eu não tropeçarei em nenhuma pedra que me deixe quebrado, arrebentado no chão.
Como a promessa diz: O justo cairá sete vezes, mas o Senhor o levantará. 
E me dá poder, poder andando sem medo, eu piso o leão, eu piso a aspide,  andando com fé e confiança, eu calco os pés ao leãozinho na serpente.
Isso tudo acontece porque eu me apaguei em amor.
Então o Senhor diz: 'Então Eu o livrarei, Ele conhece o meu nome, Ele me envocará e eu responderei e no dia da angústia eu estarei com ele'.
Esse que habita no esconderijo do Altíssimo, conhece o dia de angústia, mas o Senhor diz ' Eu estarei com ele, Ele me envocará, e Eu responderei, ele sofrerá ameaça mas Eu porei a salvo '.
Ele se apegou à Mim com amor, por isso todas as coisas contribuirão para o bem dele, porque Ele vive no esconderijo do Altíssimo, porque ele ama a Deus. 
E esse amor produz campos de força, gera sinergia, conectividade, faz com que todas as coisas; até aquilo que chegou como obstáculo, se transforme em algo que contribuirá para o meu bem.
Pro crescimento da minha consciência, da minha paz, da minha certeza de inabilidade.
Se eu permanecer Nele, Ele permanece em mim, se eu permaneço Nele, eu sou amigo Dele e  aquele que anda como amigo é aquele que obedece o mandamento do amor, da confiança, da paz, da bondade, da benignidade, da mansidão, do domínio próprio, esse pode dizer: Se Deus é por mim, quem será contra mim.
Porque tudo se conecta em favor, se a mente está harmonizada, pacificada, perdoada, serena, em paz, sem dúvida, sem desconfiança, crendo no amor de Deus, na fidelidade Dele.
Ele me amou primeiro, não fui eu que O amei primeiro, é graça Dele que derrama possibilidades de fé, com às quais eu posso crescer e em crescendo, descansar na confiança.
Essa confiança que não tem medo, porque o verdadeiro amor, plantado em nós, lança fora todo o medo,
é o que me cura de doenças que eu nem fico sabendo, é o que expeli pragas que eu nem notei, é esse andar sem espanto nem de dia e nem de noite, nem ao meio-dia, nem lugar nenhum, é o que me dá cada vez mais esse broquel, esse escudo, essa impenetrabilidade porque eu ando sem medo nenhum no coração, nem medo da vida nem medo da morte, nem de coisas presentes nem de coisas povir, o meu pecado está perdoado, meu passado está coberto, nenhum mal me sucederá, praga nenhuma chegará à minha tenda, eu ando nessa confiança, eu não tenho paranóias, eu não estou esperando visitações perversas, e o que quer que chegue, eu não me assustarei eu sei que o meu escudo é inabalável se a minha confiança mantiver-se intacta.
Mas, eu não sou poupado de ter que passar pela pedra do tropeço, de atravessar e me desviar do laço do passarinheiro, eu terei que lidar com terrores noturnos, terrores diários, sustos diversos, mas eu não me assustarei porque Ele está comigo. 
Não somos poupados de nada, somos salvos porém de tudo quando andamos nessa confiança.
Inabalável será o trajeto da nossa confiança, da vida daquele cuja a mente está fixa na certeza do amor inabalável e invencível e que já foi provado para conosco pelo fato de Cristo Jesus ter morrido por nós, sendo nós inimigos, adversários, pecadores e hostis.
Mas foi Ele que veio ao nosso encontro e porque eu sei que tudo vem Dele e é Graça e favor imerecido é que eu vivo nessa paz de saber que já não há nenhuma condenação para os que estão ocultos no refúgio em Cristo Jesus.
E a mente serena, a mente segura é uma espantadora de males, o coração selado por essa certeza embalado nesse descanso, vai apenas olhando para trás e vendo que caíram os que perseguiam-nos e que as flechas quebraram-se sozinhas e os laços nos foram mostrados e deles nós nos devíamos e as pedras de tropeços nós às divisamos e saímos fora do trajetos delas e continuamos na inabalabilidade do nosso caminho.
Tudo isso só acontece para quem anda em confiança, para quem obedece com singeleza, para quem ama e não odeia, para quem perdoa e não guarda amargura jamais no coração, para quem não dúvida, para quem não anda com medo.
Porque aquele que anda com medo e opta pela vereda da transgressão jamais conhecerá o refúgio do Altíssimo.
Vai ficar exposto às intempéries da existência porque essa foi a escolha que o indivíduo fez, como Jesus afirmou,esse refúgio, esse esconderijo do Altíssimo é aquela Pedra, é o construir sob a rocha, é o lugar da segurança.
E o não confiar ou não obedecer o andar no medo é o erguer a estrutura da vida na área movediça.
Não há nenhuma promessa de Deus quando o coração da gente anda em medo ou em deliberada desobediência ou quando a gente opta pela nossa esperteza e não pela confiança que decorre de sabemos que Deus é por nós, mantendo nós o compromisso com a obediência, a simplicidade dos caminhos do amor revelado nos passos de Jesus, se isso a gente acontece o refúgio nos cobre, se a gente nega realidade a gente anda por conta própria.
É tão simples de entender a promessa do Senhor todavia, não falha para todo aquele que anda pela fé e que não retrocede.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

Poema sobre a Pedra rejeitada

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No Salmo 118:22 fala de uma Pedra.
A Pedra que os construtores rejeitaram e que veio ser a principal Pedra de esquina, Pedra do equilíbrio, Pedra que coloca tudo no arranjo contra a força da gravidade e pelo tudo se apruma, tudo se nivela, tudo se estabelece, tudo se firma.
Sim, ela veio ser, a principal Pedra, isto procede do Senhor e é maravilhoso ao nossos olhos é o que o Salmo diz.
Muito depois, Jesus um dia,  conversando com a liderança judaica  e com o povo lhes propõe uma parábola é termina assim a parábola que assim o rejeitaram.
É uma parábola sobre a rejeição do filho, a rejeição do herdeiro, a rejeição do que tem o poder, a honra e a Glória.
Essa rejeição, e assim Ele fala dizendo a eles, ' Nunca lestes nas escrituras; vocês que me rejeitam, a Pedra que os construtores que são vocês que diz que são os obreiros,  os edificadores, a Pedra que os construtores rejeitaram, porque ficaram com tudo menos com a Pedra que vive, essa veio a ser a principal Pedra angular, isso procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos '. 
Por isso, eu vos digo que o Reino de Deus uns será tirado, e será entregue a outros que produzam respectivos frutos conforme o que receberam, ao invés de negligênciarem tão grande Graça e salvação. 
É a mesma coisa que a gente ler em Marcos 12 quando Jesus falando ao mesmo grupo, diz a mesma coisa...
Ainda não lestes está escritura citando de novo Salmos 118: 22: ' A Pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal Pedra angular, isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos e procuram prenderam por causa disso'. 
Em Lucas a mesma passagem, a gente encontra a mesma fala dizendo: 'Jesus fritando os disse que quer dizer pois o que está escrito: ' A Pedra que os construtores rejeitaram, está veio a ser a principal Pedra angular e todo o que cair contra está Pedra, ficará em pedaços e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó.
E a gente chega em Atos dos apóstolos no capítulo quatro encontramos no verso cinco em diante mas especialmente no verso onze, quando os apóstolos foram presos e depois foram levados pelo capitão do templo até ao Sinédrio, ao parlamento judaico daqueles dias para serem inquiridos pelos principais sacerdotes e autoridades.
Foi Pedro então, cheio do Espírito Santo, levanto a eles e aplicou de novo o que ele tinha visto Jesus aplicar ao mesmo grupo e lhes diz : ' Autoridades do povo e anciãos no meio do parlamento, visto que hoje somos interrogados a propósito do benefício feito a um homem enfermo, coxo que foi curado na porta do templo e de como ele foi curado, nós somos interrogados por causa da Graça concedida de graça e sem acepções de pessoas, tomem conhecimento disso todos vocês, de que foi em nome de Jesus o Cristo, o Nazareno a quem vocês crucificar-tes e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, sim, em seu nome é que este está curado perante vocês.
Este Jesus diz Pedro agora por mesmo grupo; este Jesus é a Pedra do salmo 118:22, a mesma Pedra que ele disse que era, por isso vocês quiseram matá -lo.
Este Jesus é a Pedra, vocês os desprezaram mas Ele é a Pedra sem Ele, tudo cair, nada se firma, nada se equilibra.
Este Jesus é a Pedra rejeitada por vós religiosos, os construtores, os sábios, os teólogos.
Sim, mas na ressurreição, Deus o validou com a Pedra de esquina de tudo e de toda às coisas. 
E não há salvação em nenhum outro,  porque abaixo do céu, não existe nenhum outro nome dado entre os homens pelo qual importamos que sejamos salvos e ao verem eles no parlamento a intrepidez de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos admiram-se e reconheceram que eles de fato conheciam a Jesus e eram os que tinham andado com Jesus.
Agora, já muitos anos depois, Pedro já velho; escrevendo pros o que eram forasteiros na dispensão de Judeus, no ponto Galácia, Capadócia, na Ásia em Bitínia para esses ele escreve dizendo -lhes o seguinte: ' Despojando portanto de toda a maldade, dolo, hipocrisias e invejas, e de toda a sorte de maledicências, desejai ardentemente como criança recém-nascidas o genuíno leite espiritual, para que por Ele vos seja o crescimento para a salvação, se é que já tendes tido experiência de que o Senhor é bondoso, se é que já tem conhecimento a Graça de Deus. 
Portanto cheguem-se a Ele, que é a Pedra que vive rejeitada pelos homens, a maioria dos homens o rejeitam. 
Mas para com Deus, Ele é a Pedra eleita, a Pedra preciosa.
Também vós mesmos como pedras  que vivem, sois edificados uma depois da outra, casa espiritual para sedes um sacerdócio santo a fim de oferecer-tes culto agradável a Deus por meio do Espírito Santo que habita em vós.
Pois está escrito no salmo 118 verso 22 e ele cita depois, primeiro ele cita Isaías " Eis que põe em Sião uma Pedra angular, eleita e preciosa, quem nela crê de modo algum será  envergonhado".
Pedro sabe disso e fala a esse respeito de que Isaías diz no capítulo 28 verso 16.
Ele diz: " Mas para vós, portanto os que credes, Jesus é a preciosidade,  mas para os que não creem, os descrentes; Ele é a Pedra que os construtores rejeitaram".
Os construtores são antes de tudo aqueles que acham que são os que estão erigido o Reino de Deus,  edificando homens.
Mas rejeitando a simplicidade, a harmonia, o equilíbrio que o Evangelho trás, e é só o Evangelho que nos alinha em Cristo com o tudo, que não complete com a lei da vida em Cristo Jesus. 
A Pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal Pedra angular, a Pedra de tropeço e rocha de ofensa.
São estes que tropeçam no Evangelho, tropeçam na palavra sendo desobedientes.
Agora veja a evolução vendo Salmo, Jesus vem e diz com toda a sutileza aos que ouviam dizendo: " Eu Sou a Pedra que vocês rejeitaram, Eu Sou o centro de equilíbrio do universo que vocês não querem, Eu Sou".
Vocês não acreditam que uma coisa tão ínfima, pode sustentar realidades tão imensas ?. 
Eu Sou essa Pedra que vocês rejeitaram, e vocês apedrejam, e vocês querem derrubar todos os dias.
Depois mais adiante falando às mesmas autoridades a quem Jesus havia se referido, Pedro diz " vocês não leram, (é claro que leram) ele Jesus é a Pedra que vocês rejeitaram, Pedra de ofensa, Pedra de escândalo para vocês religiosos.
E depois já velho e idoso, o que ele diz é isso, convoca usando primeiros a imagem da criança que precisa beber leite, ele viaja até nos colocar na situação daqueles que precisam encontrar o seu lugar de equilíbrio, se deixarem alinhar pelo alinhamento do Evangelho do Espírito de Jesus no amor para se tornarem construções da Graça de Deus nessa vida.
Cada um pode se transformar numa pedra viva e preciosa, eleita e preciosa e nas mãos Dele não lutando contra a Graça cada um pode encontrar o seu lugar de equilíbrio.
—Jesus, por favor, permite que está palavra singela, este ler de certezas do Evangelho, certezas dos Salmos, certezas de Jesus, certezas de Pedro, certezas de todos nós, permite que isto nos confronte às percepções agora.
Nós que estamos na justiça própria, na carne, na presunção, na arrogância, na soberba, na idolatria do nosso ego querendo encontrar o equilíbrio por contra própria, querendo agir como construtores que rejeitaram a Pedra primeira, a Pedra legítimidade, a Pedra do equilíbrio, a Pedra da harmonia que é Cristo, a Pedra que remove a pedra da religião e da incredulidade.
Senhor abre o nosso entendimento para ver que a gente constrói e é derrubado por que a gente nunca constrói sobre a rocha e nunca respeita o prumo da vida segundo o Evangelho. 
A gente não se deixa nivelar por Cristo, por isso as nossas edificações  caiem.
Ajuda a saber que mantermo-nos em pé o trabalho de obediência a harmonia simples do nosso estar em Cristo e ajuda-nos a sermos batizados nesse estar em Cristo aceitemos esse lugar espiritual de equilíbrio, descanso e paz aonde a Tua mão nos ponha é o que eu te peço agora em teu nome Jesus. Amém. 

domingo, 2 de fevereiro de 2025

Poema sobre o vale de ossos secos

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A mão do Senhor estava sobre mim,
e por seu Espírito ele me levou a um vale cheio de ossos.
Ele me levou de um lado para outro,
e pude ver que era enorme o número de ossos no vale, e que os ossos estavam muito secos, porosos, quebraveis, frágeis.
Ele me perguntou: “Filho do homem, estes ossos poderão tornar a viver?”
Eu respondi: “Ó Soberano Senhor, só tu o sabes”.
Então ele me disse: “Profetize a estes ossos e diga-lhes: Ossos secos, ouçam a palavra do Senhor!.
Assim diz o Soberano, o Senhor, a estes ossos: Farei um espírito entrar em vocês, e vocês terão vida.
Porei tendões em vocês e farei aparecer carne sobre vocês e os cobrirei com pele; porei um espírito em vocês, e vocês terão vida.
Então vocês saberão que eu sou o Senhor”.
E eu profetizei conforme a ordem recebida.
Enquanto profetizava, houve um barulho, um som de chocalho,
e os ossos se juntaram, osso com osso.
Olhei, e os ossos foram cobertos de tendões e de carne, e depois de pele; mas não havia espírito neles.
A seguir ele me disse: “Profetize ao espírito; profetize, filho do homem,
e diga-lhe: Assim diz o Soberano, o Senhor: Venha desde os quatro ventos, ó espírito, e sopre dentro desses mortos, para que vivam”.
Profetizei conforme a ordem recebida, e o espírito entrou neles; eles receberam vida e se puseram em pé.
Era um exército enorme!.
Então ele me disse: “Filho do homem, estes ossos são toda a nação de Israel no exílio, toda a nação de Israel esmagada, toda a nação de Israel levada para a Babilônia, toda casa de Israel com os seus jovens mortos e os seus velhos quebrados e as suas mulheres estupradas e as suas crianças feitas órfãos. 
Esse é o vale de ossos secos, é acerca disso que Eu estou falando.
Eis que eles dizem hoje: ‘Nossos ossos se secaram e nossa esperança desvaneceu-se; fomos exterminados aqui em Babilônia sem chance de voltar para a nossa vida, para a nossa terra. 
Sobrevivendo por um fio ou nenhum fio porque na nossa mente o que restou nem mais esperança é ’.
Portanto filho do homem profetiza a esse povo que ser tornou a um vale de ossos secos, porosos e sem vida e que ainda que se reconstitua corpos, continuarão entretanto mortos a menos que o espírito neles entre.
Por isso profetize e diga-lhes: Assim diz o Soberano, o Senhor: Ó meu povo, vou abrir os seus túmulos onde foram sepultados na vossa desesperança, na vossa depressão,  na vossa agonia, na vossa angústia,
e fazê-los sair delas, sair ressuscitados povo meu; trarei vocês de volta à terra de Israel.
E quando eu abrir os seus túmulos e os fizer sair, vocês, meu povo, saberão que eu sou o Senhor.
Porei o meu Espírito em vocês e vocês viverão, e eu os estabelecerei em sua própria terra.
Então vocês saberão que eu, o Senhor, falei, e fiz.
Palavra do Senhor”.
— Isso foi dito ao povo de Israel quando eles foram  levados em cativeiro para a Babilônia no sexto século antes de Cristo e permaneceram lá setenta anos.
Antes de irem a cidade foi totalmente destruída, o templo que eles idolatravam, o templo construído por Salomão  ' o templo de Salomão ', se tornou um grande objeto de culto da religião.
Era um lugar onde eles diziam: Deus mora aqui, Deus opera aqui, Deus fala aqui cometendo aquela idolatria de prédios, de edifícios.
Atribuindo morada feita por mãos humanas a Deus e pecaram tanto e foram tão idolatras e se tornaram tão hipócritas e acreditaram tanto que bastava acreditar que Deus existia e que morava naquela casa e que isso dava a eles toda a supremacia para fazer o que quisessem, para poderem o que pudessem, para transformarem seus desejos em caprichos.
Para adulterarem crendo que um sacrifício de animais cobririam os seus pecados de modo que sacrificavam muito porque pecavam demais.
E achavam que aquela frequência aquele templo já lhes davam um status diferenciado diante de Deus em relação ao mundo todo. 
Assim estavam eles enquanto tinham  cada vez mais as suas relativizações em relação a quem Deus dizia ser.
Começaram a reinventar Deus para  eles mesmos, a construir moveres, doutrinas, teológias, invenções humanas, a criarem mandamentos paralelos para ser distrairem com exterioridades ao invés de converterem os seus próprios corações.
Enquanto isso, Deus falava e falava e o coração deles ouvia; dizia amém ou não dizia nada, frequentava ao templo, sacrificava mas eram inconcebíveis em seus próprios corações. 
Até que a palavra do Senhor começou a dizer que viria o juízo, que Ele usaria Nabucodonosor como uma navalha para despedir-los de Jerusalém até a Mesopotâmia, até ao Iraque, até a Babilônia indo nus pelo caminhos com às suas nádegas de fora, as suas mulheres estupradas, os seus jovens castrados, as suas crianças órfãnadas.
Mas eles achavam que não.
Que o templo os defendiam, que os dízimos e as ofertas os protegeriam, que os sacrifícios fariam remissão pelos seus pecados; e o Senhor dizia: ' Essas coisas não tem nenhum significado para Mim'.
Mas o coração deles não acreditaram.
Até que Nabucodonosor chegou, até que o cerco se formou, até que a cidade caiu, até que a profecia se cumpriu e até que se acordassem no meio daquele pesadelo, vendo os detalhes profetizados se cumprindo de maneira implacávelmente verdadeira.
E foram para o cativeiro e choraram as suas agonias e sofreram as suas depressões e se sepultaram em sepulturas de desesperança.
Perderam tudo, não lhes restou nada, nem fiapos de esperança ficaram, toda a fé morreu; o que restou foi apenas um vale de ossos secos, porosos, facilmente transformados em poeira que não podia ser tocados que se desmanchavam na área da terra, no deserto de Babilônia. 
Lá estavam eles quando Ezequiel exilado com eles, diz que foi levado pelo Espírito Santo e colocado no meio daquilo.
Ele entende a sua presença no meio dos exilados como um trabalho do Espírito Santo.
Como Deus o levando para o meio da catástrofe, da calamidade para aqueles que não tinham mais esperança.
Estavam sepultados por causa da sua própria maldade, por causa da sua recalcitrância, por causa da sua dureza de coração, por causa do seu coração inconverso . 
Ezequiel diz que a mão do Senhor me levou e me deixou, me jogou no meio daquele vale de ossos secos, como frequentemente acontece; Deus mesmo põe aqueles que ainda estão vivos e que tem palavra de Deus na mente e no coração e os coloca no meio da terra da desilusão e os convidá a andar no meio da calamidade pra verem a dor, a angústia, o desespero, a perdição, a sepultura existêncial dessas criaturas. 
Então, surge essa palavra de Deus: ' Ezequiel acaso poderão reviver esses ossos secos ?'.
A gente olha para o que está acontecendo entre nós e o cenário é idêntico.
Não de um cativeiro físico, geográfico, geopolítico sendo levados para uma outra terra, mas de um cativeiro espiritual, mental, psicológico.
Eu vou ouvindo as pessoas me dizerem do estado delas de como elas ficaram. 
Elas vão ao templo, elas têm religião, elas dão dízimos como se fossem sacrifícios, elas compram perdão, elas compram indulgência, elas compram prosperidade, elas fazem tudo que fazem como você sabe que é feito. 
Mas continuam na terra do nada, no vale do coisa alguma, na angústia de não serem nada a não ser, pessoas tomadas pelo vazio da morte e da depressão. 
E a pergunta de Deus então, é a pergunta de Deus agora: 'Wanderson acaso poderão vivever estes ossos secos'?.
E eu respondi ao Senhor.
'Senhor Deus, Tu sabes' !.



 

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Poema sobre Melquizedeque

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Melquizedeque aparece do nada,
sem antecedentes e sem explicações.
Abraão encontra com ele e diante dele, e lhe paga o dízimo de tudo quanto tinha consigo.
Melquizedeque abençoa a Abraão. Então, assim como veio, ele vai, sem deixar vestígios.
Mais tarde, séculos depois disto, Melquizedeque aparece nos Salmos, quando, também do nada, se diz que o Senhor jurou que Seu Enviado seria feito Sumo Sacerdote, segundo a Ordem de Melquizedeque.
Somente isto e nada mais.
Até a Carta aos Hebreus.
É nela que Melquizedeque volta como nunca antes.
Agora ele é aquele que em Cristo tem seu Sumo Sacerdote.
Jesus se torna Sumo Sacerdote de uma nova ordem sacerdotal, a qual não era étnica, pois não era judaica.
Nem era levitica, posto que Jesus não era da tribo de Levi, mas de Judá; não tendo, portanto, qualquer relação com o sacerdócio anterior, o qual tinha na ordem Levitica, da tribo de Levi, um dos doze patriarcas de Israel, os representantes humanos do culto que se prestava ao Deus de Abraão.
Do mesmo modo se pode dizer que ela nem tampouco se condicionava à informação histórica, carregada de esperança mas também como especulação teológica e fixação de tradição em Israel.
Jesus sendo Sumo Sacerdote segundo uma ordem à qual o próprio Abraão pai do povo da revelação escrita se curvava, é apresentado na carta aos Hebreus como Aquele que também  abençoa a Israel e todos os que conhecem a informação da escritura.
A Carta aos Hebreus diz que esse Melquizedeque é semelhante ao Filho de Deus, sem principio de dias e sem fim de existência; sendo superior a tudo quanto era relativo a Abraão, visto que é o maior quem abençoa o menor.
Assim, Melquizedeque não é explicado, mas apenas afirmado.
De fato, ele paira sobre a História, é um pingo de peso explosivo num Salmo, e arrebenta tudo e todas as ordens, quando relativiza a mais importante de todas, a que procedia de Abraão.
Ora, o mistério de Melquizedeque é algo que ecoa o Cordeiro imolado antes de tudo, antes de qualquer ato criador de Deus.
Desse modo, pode-se dizer que o espírito da carta aos Hebreus acerca de Melquizedeque, é aquele que o apresenta como uma manifestação do Cristo Eterno, o qual não foi feito Cristo, no Jesus Histórico; mas sim, sendo o Cristo Eterno, se mostrou como tal em Jesus, na História.
Talvez seja por esta razão, também, que Jesus disse que Abraão viu os Seus dias e regozijou-se.
O Jesus Histórico não fez surgir o Cordeiro e nem a Ordem de Melquizedeque.
Pelo contrário, se diz que Jesus é Sumo Sacerdote “segundo” a Ordem de Melquizedeque; assim como se diz que o Cordeiro foi imolado antes de tudo; antes de haver mundo.
Jesus é a Encarnação de tudo o que Nele preexistia como Cordeiro Eterno, como o Cristo de Tudo e Todos, como o Sacrifício da Ordem de Melquizedeque que manifesta na História a invasão livre do eterno, se revelando aos homens, e derramando Graça de todas as ordens; e como Jesus; o Cordeiro de Deus; o Cristo; ou Cristo Jesus; ou apenas o Cristo; ou ainda o Cristo de Deus; ou simplesmente Jesus Cristo que é o que se diz Dele; enquanto Ele mesmo se define como Filho do Homem, o Caminho, a Verdade, a Vida, o Pão da Vida, a Porta, o Bom Pastor, o Noivo, e Aquele que é Um com o Pai entre outras autodefinições.
A Ordem de Melquizedeque é a Ordem da Nova Jerusalém, na qual os povos são curados, e todos trazem ao Cordeiro as belezas dos povos.
É em razão da Ordem de Melquizedeque que Jesus diz que muitos virão de todos os quadrantes da Terra, gente de todas as gerações, e tomarão lugar à mesa com Abraão, Isaque e Jacó.
É também por tal razão que o Evangelho deixa claro que a maior fé que Jesus vira, não viera de dentro de Israel, mas de um pagão de fora: o Centurião Romano.
Assim como é pela mesma razão que a mulher que dá um “ santo banho” em Jesus é uma mulher de fora de tudo, uma siro-fenícia.
O problema atual é que a humanidade entende a Ordem de Melquizedeque, mas já não entende a ordem de Levi, conforme a Bíblia, posto que tal coisa, para a humanidade, tiveram no Judaísmo e, sobretudo, no Cristianismo, os seus representantes históricos, o que fez com que um sentimento de repudio se espalhasse pela terra em relação a tudo quanto possa carregar tais “representações”.





sábado, 25 de janeiro de 2025

Poema sobre Hagar

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A concubina de Abraão é quase sempre vista de modo ruim nas Escrituras.
Primeiro porque ela era a “outra como se uma escrava tivesse outra opção!.
Depois, ela é mal vista por ter gerado os irmãos-inimigos de Israel: os árabes e seus parentes.
E, por último, a pobre mulher é mal vista em razão de Paulo ter usado a “figura” de Hagar, a escrava, a fim de “ilustrar” a diferença entre estar na lei e viver na graça.
Assim, Hagar virou definitivamente a “escrava” que foi a causa de tantos problemas para o santo patriarca Abraão.
Mas foi Sara quem mandou e Abraão “anuiu” ao conselho da esposa para que “tomasse” Hagar como concubina.
Todos os Abraões do mundo aceitariam.
Qual deles ousaria desobedecer à esposa num pedido desses?.
A questão é que Hagar também existiu como ser humano.
E há um caminho de Deus para Hagar como individuo.
Primeiro ela é a escrava.
Ela é quem ela foi designada para ser.
Depois ela foge com o filho.
Hagar não queria mais ser “Hagar”.
Deus a faz voltar e lhe diz que ainda haveria mais uma década para ela ficar na casa de Sara.
Somente depois de muito tempo é que Hagar é expulsa.
Chega a hora de sua libertação.
Ela vai com seu filho.
Abraão sofre a ida do menino, mas, conforme o próprio Deus, o patriarca também sofria por causa de “sua serva”.
A história de “Hagar” não terminou até hoje basta que se veja televisão ou se leia os jornais.
Sara é a dona da terra, os filhos de Israel que o digam.
Hagar é a escrava, os palestinos que falem a esse respeito.
Mas Hagar sabia que tem direitos, e que ela não foi somente “um rio que passou na vida” de Abraão” e o seu coração se deixou levar”.
Ela sabia que entre eles havia cumplicidade nada que Sara pudesse ter evitado de acontecer durante tantos anos de convívio.
Isaque e Ismael continuam lutando pelo direito de primogenitura.
Mas a mulher Hagar parou suas lutas.
A história prosseguiu e nela Hagar ganhou um papel simbólico ruim.
Mas a mulher Hagar foi tratada por Deus e Seus anjos com todo carinho assim nos conta o Gêneses.
Acabou que ela chegou escrava e foi embora livre.
A história fez dela uma “escrava”.
Mas na história de Deus com Hagar e de Hagar com Deus ela se transforma numa mulher livre, com identidade própria e capaz de dar continuidade a sua vida em companhia de seu filho.
Hagar está livre para sempre.
Todas elas!.
O estranho ao ler a Bíblia com olhos simples e humanos é perceber que mesmo aqueles aos quais se atribui um papel coadjuvante, todos eles tiveram seu “papel principal” aos olhos de Deus.
Assim, a grande Sara é grande na História.
Mas quem terá sido grande na história humana e particular de Abraão?.
O que não pode é haver comparação.
Pobre Sara se se comparar a Hagar.
Nos quesitos direito, legalidade e até beleza, provavelmente ganhasse.
Mas havia “algo” em Hagar para além da possibilidade de gerar filhos.
Abraão que o diga, com o próprio testemunho de Deus sobre a dor que o velho sentiu pela serva que partiu.
Mas e Hagar?.
Pobre dela se se compara com Sara.
Certamente morreria na marginalidade conjugal sendo que ela própria sabia o que a baiana tem.
Assim, num mundo que jaz no maligno não há histórias que não sejam assim incompletas e contraditórias.
Graças a Deus que independentemente dos papeis históricos e simbólicos, Deus trata com indivíduos, aos quais Ele ama mesmo quando a significação histórico-simbólica daquela pessoa não seja a de nenhuma “estrela” da história bíblica.
Assim, Sara é grande, mas Hagar não é menor.
Cada um é cada um.
Basta a cada qual a sua própria história em Deus.
 
 

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

O lamento sobre Jerusalém

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"Jerusalém, Jerusalém que matas os profetas e apedrejas  os que te foram enviados.
Quantas vezes quiser Eu reunir-te como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vós não quisestes!".
Mas eis que agora, a vossa casa ficará deserta e sereis pisados e atormentados por muitas nações; e até que o tempo dos gentios se complete, Jerusalém será pisada e se transformará em objeto de todo ódio e de contradição.
Tudo que permanecerá com Jerusalém, será um sistema religioso vazio, até mesmo seu templo e sacrifícios. 
Até que chegue o dia em que Jerusalém venha a dizer: ' Bendito é aquele que vem no nome do Senhor'.
Nesse dia estarão os Seus pés sobre o monte das oliveiras o qual se fenderá para o Oriente e para o Ocidente.
Ele procederam águas, águas curadores que sararam toda nação,  todo mundo.
Essas águas Jesus já disse de onde procede.
Procede de fato do interior de todo aquele que crê que O busca, que corre para Ele; sede de água da vida.
— Senhor Jesus abre o coração do povo de Israel para o Evangelho, eles ficaram tão traumatizados com o cristianismo que não conseguem ouvirem o Evangelho.
Só um milagre Teu, pode fazer esse sinédrio tanto quanto o povo a abrirem o coração para a compreensão do Evangelho.
Tira o véu que está posto sobre Jerusalém, sobre toda a casa de Israel, sobre toda a casa de Esaú e de Ismael, sobre os filhos de Hagar, sobre o mundo inteiro.
Tira o véu espesso que já foi rasgado na cruz para todo aquele que crê.
Mas para aquele que não creu e nem crê, eis ainda o véu posto, espesso sobre a face a impedi a compreensão  do discernimento e o entendimento.

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Resumo do filme Mad Max: Estrada da fúria

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Este filme revela uma paisagem devastada, onde a hierarquia social é cruelmente delineada pela escassez de recursos e pela ausência de divindades, permitindo que as piores inclinações humanas prosperem.
No centro desse universo brutal está Immortan Joe, com uma intensidade que combina grotesco e profundidade.
Ele domina não apenas pela força, mas pelo controle de um recurso vital.
A água, um bem que ele monopoliza em um deserto sem fim.
Joe mantém um harém e um sistema de reprodução que reduz as mulheres a instrumentos de sua dinastia deformada, expondo a face mais brutal de uma tirania fundamentada em necessidades primárias.
Miller aproveita seu passado como médico para injetar uma visceralidade única em cada cena.
Essa experiência transparece nas sequências que exibem a fragilidade do corpo humano em contraste com a brutalidade de um mundo desolado.
Joe, apesar de repugnante, não é um desvio isolado; sua tirania encontra eco em um padrão histórico de opressão validada por sociedades inteiras.
Miller constrói esse retrato ao se inspirar em líderes como Mao, Stalin e Hitler, criando paralelos que situam Immortan Joe como um arquétipo universal do poder desmedido.
Nesse universo de miséria e luta, Max é capturado e transformado em um recurso, alimentando o ciclo de violência e dominação.
Sua interação com Furiosa, uma rebelde marcada tanto física quanto emocionalmente, forma o núcleo emocional da narrativa.
Furiosa desafia Joe não apenas por vingança pessoal, mas por uma visão de redenção coletiva.
Sua luta se destaca pela combinação de força física e uma resiliência moral que contrasta com a desumanidade ao seu redor.
A personagem sintetiza a mensagem feminista que perpassa a obra sem nunca obscurecer sua brutalidade essencial.
A fotografia de John Seale amplifica essa dualidade, unindo o sublime e o grotesco em um espetáculo visual que desafia convenções.
O deserto, tratado quase como uma entidade viva, consome tudo ao seu redor em um cenário que mistura o hiper-realismo com um simbolismo opressor.
A cena de abertura, em que Max e seu veículo se fundem ao ambiente em uma coreografia de caos, define o tom de um filme onde a estética serve ao propósito maior de explorar a desordem ética de seu universo.
Quando a narrativa se aproxima de seu clímax, as motivações de Joe e Furiosa colidem de forma explosiva, revelando um subtexto profundo sobre controle e liberdade.
A perseguição que se segue não é apenas um espetáculo de ação, mas uma metáfora das tensões humanas mais universais.
Miller explora a ideia de sororidade com delicadeza, transformando Furiosa em uma figura de redenção.
Sua jornada a coloca como heroína definitiva, desafiando as convenções de gênero e assumindo um papel central em um filme ostensivamente masculino.
Essa tetralogia não é meramente um exercício de estilo, mas um alerta sombrio sobre as escolhas que a humanidade faz diante da escassez e do poder.
Enquanto “Estrada da Fúria” projeta um futuro apocalíptico, ele também reflete a realidade contemporânea de forma perturbadora.
A mensagem que permeia a obra é clara: sem liderança responsável ou uma revolução ética, o caminho à frente pode ser irreversível.
E sem figuras como Furiosa,
o destino da humanidade parece selado em um deserto literal e moral.
No nosso mundo real, quem é o Immortan Joe que controla o mundo, quem é são os políticos, empresários que controla os impostos?.
Quem é o Immortan Joe que tem a privatização da água potável?.
Há tantas pessoas inferiores sendo controladas pelos superiores, há pessoas pagando encargos abusivos. 
No nosso mundo real, o deserto nunca foi uma coisa artificial; a estrada da fúria ela existe para cada um de nós, e muitas outras coisas estão sendo privadas pela tirania.
Quem controla os recursos naturais?.
Quem si intitula ser o dono dos combustíveis ou dono das munições nessa terra de gigantes?.
Quem transformou mulheres em uma propriedade exclusiva?.
Quem testemunhou o mundo se degradando e hoje lamentavelmente acredita que a esperança é um erro, vive apenas uma filosofia de não pode consertar o que está quebrado, com o medo de enlouquecer.


terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Descansa em Deus

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Aquele que descansa em Deus, descansa de suas próprias obras, como Deus descansou das Suas.
O descanso em Deus e o descanso de Deus são realidades da fé,
e que trazem todo bem ao coração.
O escritor de Hebreus disse que devemos descansar de nossas obras, posto que até Deus descansou das Suas próprias.
E afirma que esse Descanso é o fruto natural de crer que as obras de Deus estão todas feitas e acabadas como salvação para nós, assim como as obras Dele como Criador foram acabadas e consumadas também.
O Criador fez, e disse: "É Muito Bom!"
O Redentor fez, e disse: "Está Consumado!"
A questão é que assim como nós, humanos, não descansamos como criaturas, e, também, além disso,
não descansamos de nossa conturbação de destruirmos a Terra a cada dia, assim também não descansamos no amor de Deus, e trabalhamos contra a Graça,
visto que tanto o mundo já foi criado como também já está reconciliado com Deus em Cristo.
Apesar disso tudo, no entanto,
nós não entramos nunca no descanso, posto que não cessamos jamais as nossas obras de justiça própria.
Mas para aquele que crê,
não somente haverá, como também
já há um Descanso a ser usufruído desde agora, e que é obediência em fé à Lei da Graça, a qual nos diz que está tudo Feito.
Quem crê já conhece esse Lugar de Descanso!.


terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Três anos de guerra

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Ao menos cinco reações deveriam ser despertadas  em nós pelas tragédias que acometem a humanidade: horror, empatia, solidariedade, senso de fragilidade e senso de igualdade. 
O que temos visto nesses três anos de guerra na Ucrânia tem exposto as vísceras de nossa ambígua condição humana.
Se por um lado, nos horrorizamos com a maldade, solidarizando-nos com suas vítimas, por outro, deparamo-nos com a falta de simetria em nossa empatia, revelada descaradamente em nossa solidariedade seletiva.
Há um texto extraído do evangelho que poderia nos ajudar a ajustar o foco.
Dez leprosos vieram ao encontro de Jesus.
Depois de cura-los, Jesus os enviou ao templo para que fossem examinados pelos sacerdotes a fim de serem liberados para retomar o convívio social.
Dos dez, somente um retornou para agradecer a Jesus por sua cura,
e o texto faz questão de frisar que este era samaritano.
Enquanto estavam leprosos, não havia distinção entre eles, nem étnica, nem sexista, nem social.
Eram apenas seres humanos atingidos pela tragédia da enfermidade.
Tão logo foram curados e retomaram suas vidas, as distinções também retornaram.
Provavelmente, aquele samaritano voltou não apenas por ser grato por sua cura, mas também por não ter sido recebido no templo, visto que pessoas de sua etnia não eram bem-vindas lá. 
A julgar pelo que temos assistido, chegamos a um grau tão baixo de humanidade que as distinções prosseguem mesmo em meio a tragédia.
É inadmissível o que tem ocorrido aos negros que têm sido barrados ao tentarem embarcar nos trens em sua tentativa de deixar a Ucrânia.
É lamentável ouvir comentários de jornalistas correspondentes de guerra horrorizados pelo fato de que era um país europeu, com gente branca, loura e de olhos azuis que estava sendo atacada e não um país do Oriente Médio ou da África. 

segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

Poema sobre o amor de Deus

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Deus é amor.
E amor é o que todo ser humano quer.
Portanto, quando alguém quer amor, amor, tal pessoa quer Deus, mesmo que não saiba.
Assim é que João, um dos apóstolos de Jesus, já idoso, mais ou menos aos 90 anos de idade, resumiu tudo o que de Deus em Cristo Jesus aprendeu e apreendeu, apenas dizendo:
Deus é amor.
Quem ama é nascido de Deus e naturalmente conhece a Deus.
Mas como Deus é amor e tanto Deus quanto o amor são invisíveis e inconfináveis, o único modo de se expressar o amor a Deus e à tudo quanto seja Vida em Deus, é amando o próximo e a toda a criação do Criador.
Desse modo é que se pode dizer que se Deus tem uma religião,
ela tem apenas Um Dógma: amor segundo Deus.
Ora, o amor segundo Deus é entrega. Para Deus amar é dar vida e até a própria vida!.
Entretanto, esse amar, dar a vida só se torna significativo no encontro do homem com outro humano ou com outra criatura, ainda que menor supostamente na percepção do existente.
O homem não tem como amar a Deus sem ser atraves do próximo!.
Eu só expresso amor se minha vida for uma dádiva ao mundo no qual eu habito; seja esse mundo do tamanho que seja; grande ou pequeno; ou mesmo ínfimo.
Não adianta amar o Infinito se não se ama o finito!.
O amor ao Infinito só é possível aos humanos como amor ao finito!.
Afinal, de acordo com o espírito do Evangelho, quem não ama o pequeno, não ama o grande, assim como quem não é fiel no pouco, não é fiel no muito.
Desse modo se reconhece um filho de Deus: pela sua existência em estado de entrega ao amor como serviço sincero aos vivos e à vida.
E para que isto aconteça basta que a pessoa se dê em amor onde quer que esteja!.
Em certas pessoas isto só acontece quando são chocadas pela pregação do Evangelho e se convertem.
Há outras, todavia, que nunca tiveram essa informação, mas cresceram segundo o caráter dela,
da informação.
Com certeza apenas por causa de um segredo de Deus inexplicavelmente falado no silêncio de seus corações sinceros.
Esses são os filhos de Deus que os religiosos insistem em chamar de “criaturas” de Deus, a fim de diferenciar um humano do outro;
ou seja: o religioso do não religioso, ou do indiferente à religião.
O Pai, no entanto, sabe quem são os Seus filhos apenas e tão somente pela prática da fé que atua pelo amor, mesmo que tal fé na vida em amor não decorra de um ensino direto do corpo organizado do Evangelho.
Ora, isto é tudo que os “crentes” não gostam, ou mesmo abominam.
Sim, pois tal liberdade de Deus lhes mata o discurso de “poder e detenção” da verdade e de sua aplicação “conquistadora” na existência do próximo.
Foi por esta razão que alguns entenderam no passado que a igreja como ente social e visível tem a muitos que Deus não tem;
ao mesmo tempo em Deus tem muitos que a igreja não permite entrar.
Ou seja: a igreja pode estar cheia de gente sem Deus, enquanto Deus é Deus de muita gente sem “igreja”!.
Nele, porém, todos os que são do amor, são da Igreja!.
Nele, do mesmo modo, todos os que não são do amor, não são Dele; ainda que tenham igreja entre os homens.
É esta realidade prática do amor como confissão encarnada da fé que os “crentes” abominam; pois é melhor dizer que se crê num corpo de doutrinas do que entregar o corpo ser para ser a encarnação do dogma de Deus: o amor.
Se o Evangelho não produz esse fruto em mim, saiba: é porque em mim o Evangelho de Deus não habita ainda.

terça-feira, 24 de dezembro de 2024

Qual é o seu Natal ?.

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Existe vários Natais ao menos, um é o Natal do egoísmo e da tirania,
outro é o Natal da abnegação e da diaconia; um é o Natal do ódio e do ressentimento, outro é o Natal do perdão e da reconciliação;
um é o Natal da inveja e da competição, outro é o Natal da partilha e da comunhão;
um é o Natal da mansão,
outro é o Natal do casebre;
um é o Natal do prazer e do amor, outro é o Natal do abuso e da infidelidade; um é o Natal no templo com orquestra e coral,
outro é o Natal das prisões e dos hospitais; um é o Natal do shopping e do papai noel, outro é o Natal do presépio e do menino Jesus,
um é o Natal de José, outro é o Natal de Maria; um é o Natal de Herodes, outro é o Natal de Simeão;
um é o Natal dos reis magos,
outro é o Natal dos pastores no campo; um é o Natal do anjo mensageiro, outro é o Natal dos anjos que cantam no céu;
um é o Natal do menino Jesus,
outro é o Natal do pai dele.
O Natal de José é o instante sublime quando toma no colo o Messias.
A partir daquela primeira noite jamais conseguiria dormir em paz.
Sob seus olhos e sua responsabilidade cresceria aquele de quem falaram a Lei e os profetas.
Era de José a tarefa de ensinar ao menino a respeito de sua verdadeira identidade.
Enquanto recitava o profeta Isaías: “Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará".
O Natal de Maria é um canto de redenção: “A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador”.
Jesus anuncia a redenção de geração em geração, obra das mãos do Deus que visita e abençoa os humildes e pobres, mas humilha e despede de mãos vazias os poderosos e prepotentes.
Uma redenção que transborda a subjetividade do foro íntimo e se esparrama pelo chão das sociedades injustas, atravessando o tempo e fazendo livres nossos filhos e os filhos dos nossos filhos.
O Natal do anjo mensageiro é proclamação de boas notícias a todos.
José, Maria, pastores no campo e todos os que inclinarem seu ouvido e coração para ouvir.
Menos para o menino Jesus.
A boa notícia de Deus aos homens a quem quer bem,
Ao divulgar que na cidade de Davi nasceu o Salvador, que é Cristo,
o Senhor, o anjo mensageiro desperta a ira de Roma, seus governantes e imperadores.
Somente César é Salvador, filho de Deus e Senhor.
Mas de agora em diante estaria presente no mundo aquele cujo reino jamais terá fim.
A pedra profetizada por Daniel,
solta pela mão de Deus para esmagar todos os reinos deste mundo já rolava na história,
e atendia pelo nome de Jesus.
As espadas romanas derramaram sangue inocente os impérios deste mundo sempre derramam sangue inocente, mas o Rei dos reis,
o Senhor dos senhores, sobreviveu para desfazer a grande mentira.
O Natal dos anjos cantores definiu que Deus somente é glorificado nos céus quando há paz na terra entre os homens.
Desde então, Natal é necessariamente compromisso com a justiça, convocação para a reconciliação.
Os pastores no campo deixaram seus rebanhos, que guardavam do mal, movidos pela curiosidade e pelo impulso do maravilhamento,
e quem sabe, guiados pela intuição de que naquela noite em Belém o mal estava acuado, reforçando as frágeis trancas das portas de seus territórios, sabendo já que seus dias eram contados.
Havia irrompido o tempo quando o lobo e o cordeiro dormiriam juntos,
e nenhum espírito tenebroso ousaria ferir a noite do nascimento do príncipe da Paz.
E o Natal dos três reis Magos que não eram necessariamente três, reis que não eram reis, magos que não eram magos foi tempo de adoração. Estudiosos dos corpos celestiais, viram a estrela no Oriente, e foram em busca do rei dos judeus, para o adorar.
Trouxeram consigo ouro, incenso e mirra, pois sabiam que adorar é servir, doar, presentear.
O menino que recebeu presentes enquanto na manjedoura distribuiu entre os pobres as suas riquezas e nos ensinou; quem deseja me dar um presente que o faça a um dos meus pequeninos.
Assim, até hoje, os adoradores de Jesus se espalham no mundo distribuindo riquezas, abençoando os que sofrem, suprindo os pobres, promovendo a justiça e sinalizando a paz.
O menino Jesus também teve seu Natal.
E assim o explicou.
Eu vim para que tenham vida; eu vim buscar e salvar o que se havia perdido; eu não vim para ser servido, mas para servir e dar a minha vida em resgate de muitos.
O Jesus do primeiro Natal até hoje segue seu caminho batendo em todas as portas e dizendo “quem ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, cearei com ele, e ele comigo”.

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